sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Abraço
E depois de tudo ou para além de tudo, há a maneira como ele abraça. Como os seus ombros ligeiramente curvados descem sobre os ombros dela que, primeiro, recuam ligeiramente para depois se porem em bicos de pés para diminuir a distância e o tempo que demora até se encontrarem.
Depois dos ombros, as mãos que empurram ligeiramente, curvando as omoplatas para a puxar para si, como se ela fosse uma presa pronta a abandonar-se enfiando a cara em qualquer concavidade entre o peito e o pescoço.
Os olhos olham-se em reconhecimento pestanejando tanto alívio como medo e à volta dos dois um querer guardar um no outro, como se fossem um qualquer órgão essencial.
Ele balança-a e ela não sabe se é amor, ou um casaco quente que protege do frio, mas podia dormir ali para sempre.
Depois dos ombros, as mãos que empurram ligeiramente, curvando as omoplatas para a puxar para si, como se ela fosse uma presa pronta a abandonar-se enfiando a cara em qualquer concavidade entre o peito e o pescoço.
Os olhos olham-se em reconhecimento pestanejando tanto alívio como medo e à volta dos dois um querer guardar um no outro, como se fossem um qualquer órgão essencial.
Ele balança-a e ela não sabe se é amor, ou um casaco quente que protege do frio, mas podia dormir ali para sempre.
domingo, 8 de agosto de 2010
Musicas de infância
" O carro do meu chefe, tem um furo no pneu,
o carro do meu chefe tem um furo no pneu
o carro do meu chefe tem um furro no pneu,
colei-o com chewing gum"
Muito bonita a música! Vim o caminho toda a cantá-la!
Só não é o carro do chefe, é o meu. Ainda não é um furo, mas assim que tirar o prego que lá esta passa a ser e colar com pastilha elástica não vai fazer grande coisa...
Mas a música é bonita!
o carro do meu chefe tem um furo no pneu
o carro do meu chefe tem um furro no pneu,
colei-o com chewing gum"
Muito bonita a música! Vim o caminho toda a cantá-la!
Só não é o carro do chefe, é o meu. Ainda não é um furo, mas assim que tirar o prego que lá esta passa a ser e colar com pastilha elástica não vai fazer grande coisa...
Mas a música é bonita!
A Sal
A SAL
É qualquer coisa como um gosto
a sal e água sem chuva, um
lugar preciso em que se move
dentro
o papel de vida que se joga quando
as coisas teimam em fazer
algum sentido.
É qualquer coisa como o embaraço de
solstícios, inverno avesso a muitas cores e
próprio a ares que gostam de dizer
alguma coisa muito
muda
muito
ao contrário de dizer sem
dizer nada.
É qualquer coisa assim como algum
branco, como um gosto que se vai da
boca à escrita sem que nada seja
necessariamente
em pauta. É como
qualquer coisa de difícil faina, como se eu
pudesse
aqui
neste lugar sem chuva ou sal ou invernos,
neste lugar de fora de alguns muitos
sítios, arrancar da folha já sem fonte e sem
origem
uma alfazema um relicário
ou
qualquer coisa como um gosto a ti.
De Luis Maffei no Blog "Antologia do Esquecimento"
É qualquer coisa como um gosto
a sal e água sem chuva, um
lugar preciso em que se move
dentro
o papel de vida que se joga quando
as coisas teimam em fazer
algum sentido.
É qualquer coisa como o embaraço de
solstícios, inverno avesso a muitas cores e
próprio a ares que gostam de dizer
alguma coisa muito
muda
muito
ao contrário de dizer sem
dizer nada.
É qualquer coisa assim como algum
branco, como um gosto que se vai da
boca à escrita sem que nada seja
necessariamente
em pauta. É como
qualquer coisa de difícil faina, como se eu
pudesse
aqui
neste lugar sem chuva ou sal ou invernos,
neste lugar de fora de alguns muitos
sítios, arrancar da folha já sem fonte e sem
origem
uma alfazema um relicário
ou
qualquer coisa como um gosto a ti.
De Luis Maffei no Blog "Antologia do Esquecimento"
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Astros
A noite caia e com ela acendiam-se as estrelas cheias de esperanças novas.
Era necessário esquecer que ontem também havia esperanças novas nas estrelas. Mas a lua, essa mulher enciumada e alcoviteira, fazia o possivel para estar sempre a lembrar e ria-se dizendo " sou eu que escrevo as marés", e o mar enchia os olhos de quem via.
Era necessário esquecer que ontem também havia esperanças novas nas estrelas. Mas a lua, essa mulher enciumada e alcoviteira, fazia o possivel para estar sempre a lembrar e ria-se dizendo " sou eu que escrevo as marés", e o mar enchia os olhos de quem via.
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