Todos os comboios te trazem até mim,
pequena luz do meu desassossego,
num sussurro de promessa inconfessada,
num desafio de pergunta sufocante.
Vais e voltas, audaz e indefesa,
na migração branda de todos os afectos
e é o instinto que me dá o teu nome o timbre e o tom das revelações que embriagam.
Nunca a distância pôs tão perto
a mão que treme e a tentação do lume.
Vais e voltas sem que o saibas
é por mim que vens e por ti que parto,
que o sentimento que sustenta estes dias
é volátil e breve como um pássaro de névoa,
como uma serpente de jade, como um fumo
de ópio num encontro contra o tempo
e a pressa com que o tempo se disfarça e aniquila.
Vais e voltas e é de mim que te apartas
nesse fogo de quereres estar não estando
nesta inquietude de seres gare e cais
quando tudo em ti pede que sejas apenas casa e corpo.
E como eu te imito, te repito e sigo
neste assombro de acordarmos em nós
o sobressalto da lava que faz do enlace
uma extrema e indefinível comoção.
José Jorge Letria
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Quando ela partiu foi por julgar que ele já o fizera, deixando-a à mercê das memórias tatuadas em todo o lado. Partiu por necessidade de não estar no espaço que era dos dois e onde agora só breves ecos chegavam, distorcidos de uma qualquer verdade, que o acaso (in)feliz tinha plantado ali. Era o cenário insuportável de uma paixão vazia e um desperdício enorme.
Afinal ele não a deixara, afirmava. Tinha sido apenas um desencontro vindo de uma qualquer acção necessária à sobrevivência da espécie num contexto que se poderia definir errado. Mas foram tantas as pressas que o medo cresceu e tudo ficou meio perdido antes do tempo. Agora vagueiam os fantasmas que, à noite, tomam super formas e, por prazer, roubam qualquer brilho das estrelas.
É preciso que corram. primeiro um do outro para depois poderem colidir.
Afinal ele não a deixara, afirmava. Tinha sido apenas um desencontro vindo de uma qualquer acção necessária à sobrevivência da espécie num contexto que se poderia definir errado. Mas foram tantas as pressas que o medo cresceu e tudo ficou meio perdido antes do tempo. Agora vagueiam os fantasmas que, à noite, tomam super formas e, por prazer, roubam qualquer brilho das estrelas.
É preciso que corram. primeiro um do outro para depois poderem colidir.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
...
"I don't know how to be with you right now, and that scares the shit out of me. Because if I am not with you right now I have this feeling we will get lost out there. It’s a big bad world full or twist and turns and people have a way of blinking and missing the moment. The moment that could of changed everything."
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Be, be your love
Everything's falling, and I am included in that
Oh, how I try to be just okay
Yeah, but all I ever really wanted
Was a little piece of you
And everybody's talking how I, can't, can't be your love
But I want, want, want to be your love
Want to be your love, for real
Oh, how I try to be just okay
Yeah, but all I ever really wanted
Was a little piece of you
And everybody's talking how I, can't, can't be your love
But I want, want, want to be your love
Want to be your love, for real
domingo, 25 de julho de 2010
That's all, folks!
DANCE, as thought no one is watching you; LOVE, as thought you has never been hurt before; SING, as thought no one can hear you;LIVE, as thought heaven is on earth; KISS as thought thats nothing else you could do.
Histórias de embalar
Era assim que faziamos amor, da mesma forma que as crianças brincam- cheias de felicidade e esquecendo tudo lá fora.
sábado, 24 de julho de 2010
Reeducação Sentimental
O sentimento não tem prazo de validade. Não tem “consumir de preferência antes de”, nem indicação de informação nutricional. Por mais que se diga ou que se tente não há doses diárias recomendadas. Sabe-se lá as gorduras saturadas ou as calorias que 100 gramas representam.
O sentimento não tem prazo de validade e só por isso o hoje não é valor de referência para amanhã.
O sentimento não tem prazo de validade e só por isso o hoje não é valor de referência para amanhã.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Travessias
Ao longe silvam lobos
A lua cresce no silêncio enquanto
se ouve a respiração do jasmim.
De joelhos, deito-te chá ao estilo japonês,
enquanto o pulso roda ligeiramente
para que vejas o interior da pele.
Sirvo o teu regresso enquanto saio.
A lua cresce no silêncio enquanto
se ouve a respiração do jasmim.
De joelhos, deito-te chá ao estilo japonês,
enquanto o pulso roda ligeiramente
para que vejas o interior da pele.
Sirvo o teu regresso enquanto saio.
domingo, 18 de julho de 2010
Prefixo
Esta continua a ser a minha caixinha de tampa azul, onde ponho todas as palavras que quero que saiam.
Não as tenho posto. Não quer dizer que não existam. Estão apenas numa negação, num movimento para dentro por não serem inocentes, implusivas, inenarráveis, imperfeitas, inconscientes. E isso deixa tudo incompleto.
Não as tenho posto. Não quer dizer que não existam. Estão apenas numa negação, num movimento para dentro por não serem inocentes, implusivas, inenarráveis, imperfeitas, inconscientes. E isso deixa tudo incompleto.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Diálogos
Ele- Tocas todas as melodias do meu ser.
Ela- (sorriu...
Ele- Deixas-me mergulhar nesse sorriso?
Ela transformou-se em mar
Ela- (sorriu...
Ele- Deixas-me mergulhar nesse sorriso?
Ela transformou-se em mar
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