sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Estas aqui para ser feliz



É isto! Estás aqui para ser feliz!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Tasmanices XIII

A Diaba continua a sua estreita ligação com cães imaginários. Passámos a ter dois, o Bolt (desde que vimos o filme no cinema) e o Farrusco ( o seu cão de sempre), mas o Farrusco continua a ser o predilecto e com quem ela se chateia mais quando ele vai de viagem ( e se este cão viaja!!!!).
Os pais deles são tão à frente como eles, viajam imenso, estão sempre em jantares sociais e coisas do género, mas fiquei a saber que o Pai, quando novo, teve problemas de saúde:
Diaba - Pois é Mãe, o Pai do Farrusco quando era pequeno esteve doente. Tinha uma borbulha no umbigo, que era tão grande como um intestino (????) e estava sempre com um vómito seco e profundo (!!!!!!!!!).
Mãe- Que chatice filha. Como é que ele curou?
Diaba- Teve 9 meses nos médicos. Foi numa cama de rodinhas...
Mãe- Numa maca?
Diaba- Sim isso, numa maca para o refeitório dos médicos nas urgências (???????) e esteve lá 9 meses. Depois eles mudaram-lhe os olhos e a boca e ele ficou bom.

(Acho que nunca lhe devia ter falado no Fantasporto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vestida de preto

" Vou partir
Como se fosses tu que me abandonasses (...)
Lembro-me que tinhamos fome havia três dias
encostado ao mármore da mesa de cabeceira dormia a fotografia
e o maço de português suave filtro
A escuridão não era só exterior
Conheciamo-nos pelo tacto e pelo olfacto
tornámo-nos murmurantes
e tu refulges ainda no escuro dos quartos que conhecemos
cruzámos olhares cúmplices
e falámos muito, não recordo bem do quê
e no calor dos corpos crescia o desejo
caminhámos pela cidade
eu metia as mãos nas algibeiras
onde tacteava tudo o que guardara e possuia
um lenço, uma caixa de fósforos um bloco de notas
sentia-me feliz por quase nada possuir
a imagem azulada de tuas mãos flutuava diante de mim
gesticulavas para me dizer que estávamos vivos e apaixonados (...)
Vou abandonar-te no lado claro da noite
onde o tempo é um fio de luz rasgando a espessura do corpo
vou partir
com estas manchas de frutos sorvados no coração
para sempre vagamundo
no corredor de espelhos sem tempo deixo-te o sonho
onde já não arde nenhum rosto nenhum nome
nenhuma voz de silente treva
nenhuma paixão.
abandono-te para além da linha nitida da manhã
onde dizem que tudo existe se transforma e continua vivo
longe
muito longe desta inocente memória das Índias."

Al Berto, O Medo

Oh Fuck

O amor tem urgência. Tem urgência na palavra quando o silêncio se prolonga. Tem urgência no toque quando o formigueiro quebra a força das pernas. Tem urgência no olhar quando, cego, só tem olhos para o olhar do outro.
O amor não espera. Mesmo quando espera por qualquer razão que ganhou no duelo ao sentimento, o amor fica inquieto, bicho-carpinteiro que corre sobre si mesmo, porque é alvoroço, até que se acalma quando se senta à frente do amor.
O amor não tira férias, mesmo quando, em dias de sol, se deita, pés na areia, para depois se levantar apenas mais escuro do bronzeado. O amor trabalha todos os dias, cá dentro, na construção, tijolo sobre tijolo, sem picar relógio de ponto nem cumprir horário.
O amor não é contido, transborda em todos os poros porque não cabe em lado nenhum e tem de transbordar nos lábios, na pele, nas nódoas negras que aparecem, prenúncios de pequenas feridas.
O amor não se prende, deixa-se voar, quando tem de ser, na esperança que sempre volte, mas prende quando no coração, no esófago, no estômago, nos intestinos, cria raízes que de tão profundas não se arrancam e dessas raízes continuam a sair pequenos troncos que florescem na pressa dos minutos, que o amor tem, da presença.
O amor tem urgência em estar e luta, armado em espadachim, para o fazer.
O amor grita, todos os dias, bem alto “Vem”!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Filhos e enteados

Não simpatizo lá muito com a vizinha de baixo. Não é que não goste, mas também não simpatizo. Há coisitas que me fazem um pouco de impressão, como ela ouvir Tony Carrera como se não houvesse amanhã ou os miúdos (um casal de gémeos com 7 anos) nunca terem ido a um cinema. Nada de profundo.
De vez em quando lá aparecem os dois miúdos em casa, nos dias em que de um hamburguer para um se faz uma bolonhesa para três só para prolongar mais um bocadinho a brincadeira.
Por isso quando às 08H00 ela tocou à campanhia, a chorar compulsivamente, porque a vida prega partidas de mau gosto, só a podia abraçar e dizer "Vá. Eu fico com eles".
Hoje foi dia de 3 filhos. Passado que está o pequeno almoço, a brincadeira da manhã, o almoço, a saída da tarde, o lanche e os banhos, apetece-me pegar numa nota e mandá-los jantar fora e que só voltem quando estiverem a cair, mesmo a cair, mesmo, mesmo a cair de sono porque cheira-me que a tarefa de os por a dormir não vá ser das mais fáceis
Pela boca morre o peixe e eu acabei de sucumbir! Onde é que eu tinha a cabeça quando dizia que gostava de ter três filhos?????????????
Se voltar a dizer tal frase, internem-me compulsivamente!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Óscares

Primeira cena
Mulher sentada numa sala. Na parede, um grande relógio.
Grande plano da mulher a olhar para o telemóvel.
Câmara passa para relógio em zoom in. Os ponteiros giram sem parar.
Câmara alterna entre mulher sentada a olhar para o telemóvel e os ponteiros do relógio.
Fast Foward e vê-se a luz a desaparecer, ficar noite e dia e noite e dia e noite e dia e noite outra vez e a mulher sempre a olhar para o telemóvel.
Fade out

Segunda cena
Câmara em panorâmica. Está noite lá fora e o relógio marca 23H00.
Mulher pega no casaco e na mala e sai
Plano médio. A Mulher entra no carro, liga o rádio e começa a conduzir
A meio do caminho o telemóvel pisca. Câmara foca o visor em close up e lê-se o sms “Vem ter comigo”
Mulher pega no telemóvel e faz uma chamada. Monologo:
“ Sou eu. Já ia a caminho. Ter contigo.”
Pausa
“ Sim. Onde estás?”
Pausa
“Ok. 5 minutos e estou ai”

Terceira Cena
Entram juntos, a mulher e o homem, numa sala de cinema. Mais duas pessoas estão na sala sentadas.
O homem e a mulher chupam drops de anis enquanto se beijam. Câmara em travelling vertical para apanhar todos os movimentos dos corpos. Passa para plano médio e depois zoom in quando as bocas se encontram. Close up
Grande plano da tela onde George Clooney corre pelo meio de árvores

Quarta Cena
Em Áudio, a música de Pedro Abrunhosa
“E quando perceberam que a noite era só deles
Mataram desejos e rolaram beijos
Colados ao corpo perdidos no chão
Então os dois foram um
E o tempo nenhum
Para o que tinham para se dar”
Grande plano de uma cama com os dois abraçados. Fecha para plano médio enquanto os dois acordam e sorriem.
“ Vai correr tudo bem, o pior já passou” diz ele
Ela sorri e pergunta “ Ficas comigo?”
“Sim” responde ele.
Câmara abre para plano aberto enquanto mostra os dois corpos abraçados em suaves movimentos.
The End

Filme nomeado para Melhor Filme 2008

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Certezas

Ontem pintei as unhas de vermelho escuro. Mãos arranjadas e bem pintadas. Bonitas.
Mas não são as minhas mãos. Não são as que conheço. Não sou eu.
Foi uma viagem tão longa para chegar ao que sou que não vale a pena inventar.
Sou miúda de calças de ganga e não de saias travadas, de BMW e não Mercedes, de vinho tinto e não cerveja, de unhas em tons pastel.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Os nossos Óscares

Este ano estou mesmo bem preparada para a entrega dos Óscares. Este ano posso discutir preferências, politiquices hollywoodescas e coisas que tal.
Nada como o ano passado, que fui, na última noite, a uma sessão da meia-noite para ter, pelo menos, um filme visto. Ja não me lembro qual era o filme e não perguntem nenhuma cena, porque as cenas que me lembro dessa noite nada têm a ver com o que se passava no ecrã.
Por isso, este ano, já entregámos os Óscares lá por casa. Cá vai a nossa escolha:
- Melhor filme: O Panda Kung-Fu
- Melhor actor: O Panda, do Panda Kung-Fu
- Melhor actriz : Tigresa, do Panda Kung-Fu
- Efeitos Especiais: Bolt
É pena só haver três nomeados para todas as categorias (Panda Kung-Fu, Bolt e Wall-E), parece que Hollywood teve em baixa produção este ano! :) (ou haverá mais filmes e eu não sei???? )

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Tasmanices XII

Enquanto cozinhava o jantar, a Diaba veio ajudar. A determinada altura vê que me preparo para juntar à massa algo que ela não gosta:
Diaba (olhando de lado com esgar de gozo)- Ai que bom jantarzinho que vais fazer. Sim senhora que bom. Muito boa cozinheira!
Mãe (imitando o gozo) - Ainda bem que gostas, filha
Diaba - Pois, então não se está mesmo a ver que gosto????? Sim, sim

( Eu sei... o uso continuo da ironia, pela parte da Mãe, leva à aprendizagem rápida do uso da ironia, pela filha, mas está-me no sangue! Pelos vistos no dela também!)

Tasmanices XII

A leitura da noite tem sido "Os Maias" versão para crianças.
Ontem após uma cena em que uma personagem é desafiada para um duelo pelo marido traído:
Diaba- Mas porque é que o sr queria andar à luta com o Ega (nome do personagem que tinha um caso com uma mulher casada)?
Mãe- Porque estava chateado por o Ega namorar com a mulher dele e as questões de honra resolviam-se assim.
Diaba - Mas se o Ega e a senhora gostavam um do outro qual era o problema?

(Estou verdadeiramente assustada.....Esta miúda está demasiado parecida comigo e só tem 4 anos! O que vale é que podemos culpar, para o resto da vida, os "Maias" pela ausência de moral! :)))

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Verbos que continuam

Não te importes se tudo em nós estiver desalinhado com o resto do mundo.
Havemos de desenhar um perfeito arco-íris, com cores criadas pelos nossos olhares.
Não faz mal se tudo estiver ao contrário, pés para o alto, porque somos acrobatas e atiramo-nos no ar em voltas porque sabemos que nos seguramos um ao outro.
Pode ser Outono e as folhas caírem, mas o amor é perene e resiste ao passar de todas as estações que nos aquecem e arrefecem, nos bolsos furados do dia-a-dia, quando há contas para pagar e amortizações em prestações.
Não quero saber se estamos ocupados em pequenas coisas, em horários pré-definidos de entradas em trabalho, lavar de loiças, trânsitos e pendurar de roupas, porque tudo nos faz sorrir na cumplicidade que temos e do que somos um para o outro, quando os meus olhos sorriem para os teus e os teus braços se estendem para mim.
Não importa se a noite nos quer separar, como o sol da lua, porque nos eclipses nos encontramos e então somos dois num só sem hora marcada.
Nada disso interessa nem serve como pontos descritivos, porque o texto é escrito por nós e eu amo-te com todas as conjugações possíveis de verbos em passados-mais-que-perfeitos e futuros-possíveis se tu me pedires para esperar no presente.
Outubro de 2007

Oração

Pai, Deus, Amor, Energia, ou o nome que te dão quando perante Ti se ajoelham, hoje também eu me ajoelho à Tua frente e Te imploro.
Por ela que é mais que sangue do meu e Teu sangue. Por ela que é mais que carne da minha e da Tua carne. Por ela que em Ti acredita, peço-te.
Por ela te peço que nunca lhe deixes faltar o pão, ela que de Ti fala como alimento;
Por ela te peço que a segures, ela que de Ti fala como amparo;
Por ela te peço que lhe seques as lágrimas que eu não vejo, ela que de Ti fala como bondade;
Por ela te peço que lhe tragas sorrisos todos os dias, ela que de Ti fala como luz.
Por ela te peço que lhe sussurres ao ouvido que tudo vai correr bem, ela que de ti fala como esperança:
Por ela te peço que a abraces, ela que de Ti fala como Amor.
Tu que tudo és, pega-a ao colo e carrega-a, porque o cansaço já é muito, e na praia as pegadas já estão fracas. Por ela, assim seja.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dias que não são dias

São 17H45 e hoje:
- acordei chateada comigo
- esqueci-me dos 3 telemóveis
- não fiz um terço do que devia ter feito
- tive conversas pesadas com alguém muito, muito, muito querido (sabes o quanto significas para mim, não sabes?)
- tive uma discussão com o Amigo (o que vale é a amizade nos permite isto!)
Que se salve o dia daqui para a frente, quando respirar fundo, na esplanada em frente ao Mar, com a Mana.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Descontos

À hora que Vicente morreu, Maria acabava o seu serviço dessa noite. Ajeitou as roupas e pôs-se a andar para sua casa, enquanto punha uma pastilha de mentol na boca "Aquele cabrão deve ter comido cebola!" pensou.
Eram 03H27 e ela só queria que a noite acabasse. Pensou em Vicente. Não sabia nada dele fazia, precisamente, 22 horas e 35 minutos.
" De todas as coisas que não podias, tratar-me como uma boneca que alivie as tuas bolas inchadas, tratar-me como uma puta, era a que te estava absolutamente proibida. Não podias fazer-me sentir assim!"
Maria recordava o que lhe tinha dito. Recordava o que lhe queimava mais do que aguardente em ferida aberta. Vicente sabia que a tinha na mão. Naquelas mãos pelas quais ela se perdera, nas mãos que lhe puxavam as saias, nas mãos que lhe mexiam no cabelo, nas mãos que lhe seguravam as mamas, nas mãos que se davam às suas em passeios escondidos.
Maria recordava o riso e a voz melada a dizer-lhe " Mas é o que és, a minha putazinha! Só minha e eu só teu."
Deixava-se ir mais uma vez, sempre a última, até à próxima que ele aparecia e lhe jurava amor e recomeçava tudo outra vez.
Cuspiu-lhe na cara quando Vicente se inclinou para a beijar "As putas não beijam na boca. Para não se apaixonarem" disse-lhe.
Ele parou o movimento mas não o riso "Isso já não conta, já és apaixonada por mim. E vives para me fazer feliz."
Maria acelerou o passo para chegar a casa. Estava frio. E mais frio quando se lembrava como se viu a espancá-lo até fazer sangue. A esmurrá-lo e a fazê-lo engolir o que dissera e como dissera. Tudo não tinha passado de uma fracção de segundos na sua mente. Tudo não tinha passado de uma projecção sobre si mesma. "De todas as coisas, fazeres-me sentir só uma puta, era o que não podias." Virou-lhe as costas e saiu, sem sequer lhe tocar a não ser na sua mente. Conseguia ouvir Vicente rir e a dizer " Anda cá, mas onde é que vais?"
Deixou-o no quarto que ele tinha alugado para que se encontrassem. Deixou-o a olhar para si, em sangue, em raiva. Deixou-o para sempre.
À hora que Vicente morreu, Maria Prostituta acabava o seu serviço da noite e voltava para casa.

Muros

Continuação...



sábado, 14 de fevereiro de 2009

S. Valentim

Hoje é dia de (n)amor(o). Instituído para todos aqueles, tristes de alma, que ainda não sabem que o (n)amor(o) deve ser celebrado todos os dias. Para todos aqueles que não sabem que não são rosas e peluches com corações num dia, mas que deve ser todos os dias em mensagens, post-its espalhados pelo quarto, beijos com língua e saliva, cafunés, discussões, make-up sex, bilhetes em tamanho A4 nos para-brisas do carro, massagens nos pés, poemas, vendas nos olhos, canções, ciúmes, dançar juntinho, flores apanhadas por impulso no jardim público, gelados, uma refeição preparada em especial, apalpões, e.. e...
Pronto! Sou mulher e, como tal, é quase geneticamente impossível não ser romântica. Sou muito e muito mimenta e adoro mimos e tudo e tudo, mais aí de quem algum dia tiver a infeliz ideia de só o fazer no dia de hoje e de me oferecer peluches com corações!!!!!!!!!!
Mesmo assim, para comemorar o S. Valentim (blaghhh) vou deixar aqui as músicas pelas quais ando verdadeiramente apaixonada (para além das que estão na aplicação do lado)







Tasmanices XI

Diaba - Mãe, já não namoro com o Y.
Mãe (com um pouco de enfado porque este ano já é a terceira vez que deixa de namorar com Y)- Então filha, o que aconteceu?
Diaba- Eu gosto dele, já lhe disse, mas ele está sempre a perguntar o mesmo...
(Isso filha, dá tudo, mas se mesmo assim o rapazola não perceber, boa noite e faz-te à vida que deve andar ai quem perceba :) )

Mais tarde, o mesmo tema:
Diaba - Sabes Mãe, o Y não se sabe comportar. Eu não quero um namorado assim!
(Claro filha, ou estão à altura ou não servem!)
A seguir fui tomar um ansioliticozinho.... é que é muito para uma Mãe cuja filha só tem quatro anos!!!!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

D: It is destiny

Saí do primeiro trabalho (que de emprego não tem nada!) para ir para o segundo. O normal, vidinha a correr, fazer, fazer, fazer. Mas ontem o dia não estava normal, estava dia cão e por isso quando a 2ª circular me obrigou a parar, cedi ao impulso, guinei para a direita, fiz chiar pneus e fui direita ao cinema (ando a baldar-me tanto ao segundo trabalho que qualquer dia levo um cartão vermelho, directíssimo pra o olho da rua!).
Sabia que queria ver o miúdo que podia transformar-se em bilionário e consegui comprar o bilhete e sentar-me a tempo, sozinha na minha fila. Os primeiros minutos ali sentada não foram pacificos, à frente um casal que deglutinava como se o bom sabor dependesse de conseguirem comer pipocas com o maior barulho possivel, e para cúmulo a menina atende o telemóvel e diz " sim, estou no cinema, vim ver um filme indiano sobre um concurso de televisão, ou lá o que é". A sério, há alturas em que eu percebo a violência e o homicídio :).
Mas depois o filme começou e começou a viagem. O mergulhar na fotografia cheia de cor, mergulhar na banda sonora, mergulhar na história de vida que se confunde com cultura para que se acerta no concurso que funciona como contraponto, narrador, condutor da história.
Beber imagens, sons, cegar para que se consiga o dobro. Não é uma história sobre a India, é uma história sobre o Amor, cheia de pequenos pormenores deliciosos, cheia de perseverança, cheia de destino, cheia de Amor, Amor.
Encheu-me todos os poros. Era mesmo isto que eu precisava ontem : nunca desistir, nunca desistir, nunca desistir, porque é o destino. Mesmo não sabendo as respostas ir a jogo, e quem sabe, transformarmo-nos em Bilionários!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

.

Ponto final.
Parágrafo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Birra

Com uma noite mal dormida (raio das insónias que vêm de vez em quando...) e todos os sintomas de uma gripe a chegar devagarinho, só me apetece cama e chá!


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Assim

Dito assim, em voz, alta, parece que o princípio foi sempre assim, igual ao meio ao fim e ao princípio outra vez. De todas as vezes que regressámos ao sítio de onde não saímos. Dito assim, a história de mel podia ser contada do fim para o princípio e não era mais do que tudo o que faltou na cadência calma da luz que nos injectamos. Dito assim, parece que tudo o que te dei não foi mais do que um amor em bola, pendurado no meio das pernas que prendiam para que não fugisses. Dito assim, não estava previsto o ranger das portas que se afastam, ainda que estivesse traçado no plano supremo do Big Bang, quente e denso até explodir . Não ali, não naquele tempo que era o do sol e gotas de orvalho quase perfeitas.
Dito assim parece que não posso nunca regressar a ti quando te projecto o meu medo, para que seja o teu e te vás nos passos que não dás em direcção a mim - “ Porque queres tu caminhar e caminhar sem parar?”.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Metade

(Encontrei-o na gaveta onde guardo textos e fotografias. Toma, é para ti)

Que a força do medo que tenha
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo o que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que grito
Mas a outra metade é silêncio

Que a música que ouço ao longe seja linda
ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada, mesmo que distante

Porque metade de mim é partida
E a outra metade é saudade

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
Nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta
ao homem inundado de sentimento

Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que mereço

Que essa tensão que me corroi por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade é um vulcão

Que o medo da solidão se afaste
Que o convivio comigo mesmo se torne ao menos suportável

Que o espelho reflicta em meu rosto
Um doce sorriso
Que me lembro de ter dado na infância

Porque metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espiríto
e o que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é o abrigo
Mas a outra metade é o cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade
para a fazer florescer

Porque metade de mim é a plateia
e a outra metade é canção

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é AMOR
e a outra metade........TAMBÉM

Oswaldo Montenegro

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Nus e pudores

Na deambulação diária pelos blogs, vim dar aqui e aqui e lembrei-me de uma cena que presenciei ontem.
Quem frequenta um ginásio, sabe o que é o ambiente de balneário. Mulher nuas que se bamboleiam mais ou menos à vontade, entre cacifos, espelhos e bancos.
Peles jovens, peles flácidas. Cremes e mais cremes. Conhecemos as pessoas pelas tatuagens, pelos sinais, verrugas e estilo de depilação. Este é o ambiente de balneário e não há escapatória.
Ontem, depois da aula, lá foi a rotina do costume, despir a correr, meter-me no banho, vestir-me a correr. Estava eu no meio destas correrias quando reparo em duas miúdas, no princípio dos intes, que se despiam completamente enroladas nas toalhas. As duas! Uma delas, quando chegou à parte de tirar o soutien, andou um pouco até ao final do corredor e virou-se para a parede e entre segura toalha, abre colchete, segura toalha, lá tirou o dito. Virada para a parede, para que ninguém visse. E lá continuaram o strip-tease escondido, muito escondido.
Confesso que me faz um pouco de confusão. Se fossem senhoras dos sessentas, compreendia, mas duas jovens, cuja a roupa deixava antever que a gravidade ainda não tinha exercido o seu direito, a terem este tipo de comportamento choca-me. Tenho sempre esta sensação de que quem não sabe lidar naturalmente com o seu corpo, esconde qualquer problema mais grave. O corpo é, provavelmente, o tema mais retratado na arte. É, provavelmente, o que já mais vezes foi representado. Todos sabemos (mais ou menos) como é, as linhas que contornam e que o constroem. E é assim naturalmente.
Não estou aqui a defender que temos de andar todos em pelota, a abanar carnes e a impor a nossa nudez despudorada aos outros, mas aquilo é um balneário, o mulherio despe-se, banha-se, veste-se! Completamente diferente do acto de despir para outra pessoa, onde, muitas vezes o receio que não nos achem bonitas, a consciência dos defeitos, o corpo como mensageiro de vontades e sentimentos, nos embaraça o strip.
Ainda por cima as miúdas riam-se e comentavam as pernas giras do professor! É um contra censo!
Confesso que fiquei um pouco chocada/amargurada por pensar que miúdas tão novas não tenham a leveza de perceber que o natural é natural, o simples é simples e o que faz a diferença é a maneira como se usa um corpo, não o corpo em si.Mas isso sou eu que penso e vale o que vale.

Tasmanices X

Ontem, fomos jantar com um grupo de amigas a um restaurante novo.
Quando vinhamos para casa:
Mãe- Então, gostaste deste restaurante?
Diaba - Sim é fashion. Combina connosco que somos giras!
(A minha filha é tão cheia de si! Que continue sempre com esta confiança!)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

200

Este é o post nº 200.
Já escrevi aqui duzentas vezes!
Comecei a "Colecção" por motivos técnicos, unicamente por isso. Porque escrevia num outro lugar que não me deixava colocar videos.
Comecei aqui a 22 de Abril e desde então não parei e cada vez tenho mais vontade de escrever.
Como qualquer colecção, esta devia ser organizada. Ainda tentei etiquetar os textos, arrumá-los por temas, mas confesso que sou demasiado desorganizada para isso e cansa-me tudo muito etiquetazinha com letrinha passada a escantilhão. Mesmo em miúda já era assim e as colecções que não fossem de caderneta, como as das latas (!), andavam por lá poisadas em qualquer sítio.
Esta colecção também é uma colecção diferente. É de sentimentos e sensações, que é o que eu verdadeiramente guardo. Porque, acredito, que sem isso, sem nos deixar-mos embalar nas ondas, boas ou más, não vivemos, apenas passamos por aqui.
Ainda que tenha muito de biográfico, porque escrever é por a nossa alma nos dedos, também há muitos textos que são só textos, coisas que me apetece dizer e escrever.
E hoje apeteceu-me dizer que foram 200, não sei quantos mais serão, mas os que forem que sejam porque a vontade de o fazer foi sincera.

Mogwai

Estão hoje na Aula Magna e para variar, só para variar, não vou ver :)
Do novo albúm, The Hawk is Howling


Friend Of The Night


Batcat

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Gracinhas

No meio de uma aula de História (do 9º ano) a proposito da Crise de 29:
Professora- Então o que se faz lá em casa quando há crise, menos dinheiro?
Aluno - Corta-se no que dá mais prazer!
Risada geral
Aluno- Não, eu não estava a falar de nada sexual!

Ainda bem, digo eu, já agora só nos faltava também ter de cortar nisso! Se bem que assim, a crise, explicaria muita coisa.......

(Obrigada S. pelas gargalhadas e hilariações do final do dia)

Diz que é um género de Tasmanices

Ontem, chegou a ficha de avaliação da Diaba. Porque agora é assim e eles são, aos 4 anos, avaliados em alguns parâmetros como a Autonomia, a Atenção, Imaginação, Linguagem, etc.
Lá vem escrito:
" A Diaba apresenta um desenvolvimento global muito bom para a sua idade. O seu nível de linguagem é muito elevado (é como a Mãe, o difícil é faze-la calar!). É de continuar a valorizar o seu excelente comportamento, o interesse pelo que faz, a sua participação e colaboração. A Diaba continua a ser uma criança comunicativa, activa e muito alegre. É uma simpatia, uma amor de menina..."
( e eu que morro de medo que a minha filha não seja feliz e alegre, descanso um bocado e babo-me!)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Nicola

Gosto muito. Gosto de ti todos os dias e todas as noites. Mesmo quando te odeio por gostar de ti. Mesmo quando me odeio por gostar de ti. Não que não mereças ou que eu mereça mais. Nada disso conta quando o que fala não é a boca ou o cérebro ou a pena da caneta ou qualquer outra gravação que não seja o que pulsa à beira da loucura de gostar.
Gosto dos teus cabelos nas minhas mãos, fugindo às minhas carícias. Dos teus olhos brilhantes, às vezes escorregadios para que não leia o que dizem quando a tua boca debita palavras elaboradas, complexas, fechadas à frieza e sarcasmo.
Gosto da tua boca muda, surda que com gestos me atraiçoa numa linguagem criada por elfos para que tudo seja código.
Gosto do teu corpo, tecido de leve caxemira, feito no alfaiate da moda para que me assente em todas as curvas .
Gosto quando o chão foge dos pés e caímos num buraco sem fundo, vertiginoso, onde a lua sorri e o sol prometeu brilhar na pequena casa à beira-mar e nada disto é verdade a não ser por breves momentos em que o tempo pára para nós sairmos.
Gosto, como se fosse um pacote de açúcar da Nicola “Um dia vou voltar a dizer-te que gosto de ti. Hoje é o dia”.

Mimos

Tou farta de chuva! Acordei mimenta e só me apetecia estar enroscada, nuns braços fortes que fizessem de sofá, a ler ou preguiçosamente a ver um filme ou simplesmente a deixar-me estar.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dúvidas II

Quando uma colega de trabalho (que tem a descontração de dizer que não sabe quem é o Tim Burton) diz que não ve filmes do Woody Allen porque lhe irrita o aspecto dele, podemos achar que ela não merece o ar que respira e que mais valia engolir uma granada e explodir bem longe daqui, ou devemos só achar que está no seu direito??

Dúvidas

Quando alguém que só esteve comigo 36 horas (embora todos os dias fale por sms) me diz que sente saudades da minha ironia, estará ele próprio ser irónico?

Demónios

" - Que estás a fazer?- perguntei.
- Vou-me embora, é isso que estou a fazer. Vou embora e deixo-o em paz. Ou em guerra, porque consigo nunca se sabe.(...)
- Desculpa- repeti-Deixa as coisas. Não te vás embora.
- Porquê?
-Porque to peço por favor (...) Peço-te que fiques porque o idiota sou eu e não quero ficar sozinho. Não posso estar só.(...)
- Então, já que estamos a brincar às verdades, deixe que lhe diga que há-de estar sempre só. Há-de estar porque não sabe amar nem partilhar. (...) Não ama nem se deixa amar.(...)"

O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón

Tasmanices IX

"- O que eu gostava de poder beijar o céu! Adoro viver!" disse a Diaba enquanto corria de braços abertos à minha frente.
(Shiuuuu. Por momentos o Universo está no sítio certo.)