quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quando ela partiu foi por julgar que ele já o fizera, deixando-a à mercê das memórias tatuadas em todo o lado. Partiu por necessidade de não estar no espaço que era dos dois e onde agora só breves ecos chegavam, distorcidos de uma qualquer verdade, que o acaso (in)feliz tinha plantado ali. Era o cenário insuportável de uma paixão vazia e um desperdício enorme.
Afinal ele não a deixara, afirmava. Tinha sido apenas um desencontro vindo de uma qualquer acção necessária à sobrevivência da espécie num contexto que se poderia definir errado. Mas foram tantas as pressas que o medo cresceu e tudo ficou meio perdido antes do tempo. Agora vagueiam os fantasmas que, à noite, tomam super formas e, por prazer, roubam qualquer brilho das estrelas.
É preciso que corram. primeiro um do outro para depois poderem colidir.

4 comentários:

Anónimo disse...

A vida é uma campo de atletismo com uma só pista. Ao correr em sentido contrário de outra pessoa, colide-se de certeza (mesmo que andem muito devagar).

Boa prova.

Anónimo disse...

Quando ele partiu a luz que pensava procurar mergulhou numa escuridão profunda.

Agora, vagueia pela noite a tentar acender estrelas apagadas...

Anónimo disse...

Sejam felizes. A vida são dois dias.

Anónimo disse...

... e um já passou!