terça-feira, 4 de novembro de 2008

Memórias

"Mariquinhas pé-de-salsa, piegas, bebé-chorão. Sou eu com o rigor do calendário. Hoje, a bolinha está à volta do dia. Uma data!
Mariquinhas pé-de-salsa, piegas, bebé chorão. Sou eu a lembrar-me, hora a hora, o calor do dia, os passos que se deram até chegar à escada. Subir? Descer? "the start a simple touch". O que nos levou à escada? O que levámos de lá? Outra vida e um sonho...
"tantas e tantas flores enleiam esse tempo,
aquele sol, que está para além de tudo o que é visível;
e assim o tempo escorre
no seu labirinto penugento e mátrio, numa rotação
de língua que nos saboreia"
Mariquinhas pé-de-salsa, piegas, bebé chorão. Sou eu na imensidão da loucura que foi sofrega no dia-a-dia, quando o tempo não cabia no tanto que se rodopiava, quando o pescoço esticava para dentro do outro. Dias gatunos que roubavam o que se era com o chicote punidor de outras vidas."We had a promise made, we were in love".
Mariquinhas pé-de-salsa, piegas, bebé chorão. Sou eu num dia que é a chegada de um outro dia, deixando para trás o que se sente de Vazio... como uma embalagem de correio de porte pago insuflada a bolhas de ar, mas vazia por dentro, quando se sabe que o "Amor" foi, é, Cheio e se faz de minusculas coisas todos os dias.
"Agora o tempo pára, pára um pouco,
e um assassino mata e transforma-se noutro
e um ai de amor ficou suspenso
um pouco eterno na memória"
Mariquinhas pé-de-salsa, piegas, bebé chorão, sou eu com o calendário da minha vida."
Texto escrito a 04 de Abril de 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem comentar muito para não estragar... uma ode às bolinhas nos calendários!

Se aqui chegámos, foi por todas as bolinhas, de todos os calendários da nossa vida.

Um brinde às escadas!