Houve qualquer coisa no livro que a fez recordar do toque e da paixão impressa nuns dedos com cio.
Qualquer coisa, não sabia bem o que, mas a memória avivou-se e as coxas cederam a uma contracção involuntária.
Escolheu o seu parceiro pelo cheiro da recordação e fechou a luz. Estava pronta.
Suavemente, as suas mãos deslizaram pelos ombros, detiveram-se nos seios e apertaram as costas. As mãos dele. O cheiro dele. Os beijos que sugavam pequenas pregas de pele para logo deixarem um rasto de língua que arrepiava.
O começo. Conseguia senti-lo. A pressão do seu corpo no dela contra uma parede, bloqueando-lhe a saída para outro lado que não fosse murar-lhe a vontade à sua.
As mãos que despiam acompanhadas pelo ritmo da respiração e das ancas que baloiçavam até caírem no sofá, mesmo ali ao lado, onde mergulharam numa confusão de membros entrelaçados.
Já sem roupa, a pele roçava em pele e não havia como negar o desejo que abria as coxas à espera.
De uma só volta, foi ela por cima até o sentir dentro. Deixarem-se ir, sem barreiras à vontade, nem movimentos controlados. Ele remexeu-lhe o interior como se estivesse à procura de alguma coisa perdida para logo a virar do avesso e tomar os cabelos como rédeas. E foi uma só cavalgada, deserto fora da vontade, que ele lhe despejou no concâvo água corrente que a lavou para além do cheiro entranhado no livro que ela tinha lido. Na última contração ela disse-lhe adeus. Enroscou-se na almofada, como se fosse um peito e adormeceu.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
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