Porque se eu te falo de água e tu me contas dos mares que banham praias desertas, provocas em mim a sensação de viagem que mergulha no teu corpo.
Entende que, quando te falo em língua ou nas línguas do mundo, do corpo, e tu me estendes a tua para que eu perceba a linguagem, provocas em mim correntes de palavras que brotam do teu corpo.
Ainda te digo mais, de cada vez que falamos nas tuas costas que se abrem para o mundo se tatuar, eu preparo a fuga da prisão no mapa que vem do teu corpo.
Deixa-me explicar: a tua boca que me provoca quando só a vejo mexer sem falar, próxima da minha, num respirar lento, com hálitos misturados em línguas que rodam com pequenos sorvos. A tua língua que percorre o desenho do meu pescoço para parar no sinal vermelho do meu peito e ai se entreter com dentadas de doberman dócil.
As tuas mãos que me puxem, me prendem, me mexem e me enchem as concavidades e convexos do meu corpo.
O teu ventre a roçar no meu, que se encosta e se afasta, provocando atrito nos umbigos que se colam e logo se escondem no respirar mais profundo.
As tuas pernas que deslizam ao encontro das minhas, que me rodam ou me levantam e levam a pontes movediças, sem portagens ou barragens, me levam a uma porta de entrada cheia do doce jorrar que vem como uma sinfonia composta em vários andamentos, em modulações e cadências até o tempo rápido.
Deixa-me explicar, tudo isto me põe em pensamentos contínuos, suspensos, e me fazem despir sem pudor numa qualquer auto-estrada.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
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