De quinze em quinze dias, como um ciclo hormonal de mulher. De quinze em quinze dias, estrógenio e progesterona em viagem para ditar humores. Sobem até ao cérebro, que já sabe o que espera e recua, numa qualquer cavidade que nem sempre o alberga.
De quinze em quinze dias. Primeiro forma-se a bola que cresce para rebentar sangue dai a quinze dias. Sempre assim, ciclicamente, as bainhas que não se cozeram, quando apenas basta usar a linha e a agulha que disponho. Mas não uso, os dedos encolhem-se com medo das picadas e assim vou andando em quinzenas. Com sombras purulentas que não drenam e apenas crescem. Podia fazer um tratamento hormonal para que não tivesse de me lembrar de quinze em quinze dias. Podia, mas não faço nada para arrumar o que detesto e por isso, em horário marcado, sábados abertos entre as 09H30 e as 13H00, de quinze em quinze dias, visto-me de preto.
Como as desculpas que invento à frente do espelho para que convença os outros primeiro que a mim, mas que já não convencem. Ridículas, o que até podia ser bonito se fossem cartas de amor. Mas não são, já ninguém escreve e eu tenho pena a todos os quinze dias.
domingo, 5 de abril de 2009
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