Sempre que inclino o texto para um lado, ele força-me para outro. As palavras que sei dizer ou escrever vêm sempre em forma infantil, aos saltos de alegria, ou com birras de choro, falar sobre o mesmo, e o que me apetecia hoje era que o corpo estivesse exausto, a não poder escrever o tanto que sentia. Apetecia-me escrever palavrões, gritados por qualquer êxtase. Uma alegoria, um significado oculto, mas exprimível, onde se notasse os dedos a percorrerem qualquer linha louca, insana, descontrolada. Apetecia-me que os músculos se retorcessem de dor prazível, ao contrair para compor cada palavra servida no acordar da manhã embalada por uma felicidadezinha acompanhada numas pernas entrelaçadas com a vida do dia-a-dia.
Que dos textos pairasse uma nuvem com formas visíveis mas reconhecidas apenas pelo mesmo olhar cruzado que serve de guia às pontas dos dedos.
Apetecia-me escrever, em testemunho que depois guardaria num qualquer cd, back copy moderno das memórias que se tiraria em qualquer dia de saudade acrescida, nos tempos em que não se está e a dualidade do falar e calar precisa de suporte para continuar.
Porque sempre que inclino o texto para os pensamentos que se cruzam sobre um qualquer tema de interesse politico-estratégico, a crise- Valha-me Deus, o que vai ser de nós??- as minhas posições e opiniões sobre a actualidade e tento engrossar este diário com alguma profundidade e seriedade, coisas de gente adulta, vem o raio do órgão que bate sem parar, escrever que lhe apetecia transbordar.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário