Que queres que te diga? Jurei a verdade e é isso que tens. Sempre, por mais crua ou dura, que ela seja. A verdade é esta. Ficas chocado com as palavras. Ficas chocado com a frontalidade, mas diz-me sinceramente se não é melhor assim?
Não te prometo, não te iludo, não faço nenhuma projecção. E tu, num lamento prolongado tentas analisar-me, como se algum mal houvesse comigo, como se algum fusível se tivesse queimado e precisasse de reparação, como se eu precisasse de salvação. Analisas-me como se fosses um psicólogo “deite-se ali e vamos conversar sobre o que a bloqueia” porque não queres acreditar no que digo. Nada de mal se passa comigo, nada fundiu, nada bloqueou, nada está mal. Só não quero contigo. Sei que assim que gostar eu vou, sem hesitações, mesmo com mil medos, eu vou. Só não é contigo. Não me fizeste sentir borboletas.
Preferias que falasse de um passado que me prende, de traumas que não me deixam dar, de qualquer incapacidade de amar? Isso são desculpas que se dão quando a vontade não é suficiente, eu não tenho nada disso. Só a verdade. Não gosto e não quero.
Perguntas-me porque venho se é assim. Venho porque o sexo é bom, porque a vontade é carnal e gosto de sentir o corpo esticado. Venho porque na cama, no chão, na bancada da cozinha nos entendemos bem. Mesmo nas alturas em que me viro de costas, não porque goste que seja por trás, mas porque assim não tenho de te ver a cara.
Dizes que parece ser uma “coisa” sadomasoquista. Quanto mais eu empunho o chicote com pontas de verdade mais tu gostas e queres. E eu digo-te que é cio puro, vontade de roçar e de orgasmos.
E dizes-me que gostas, que me amas, que queres que eu sinta o mesmo, que em todos os momentos vagos pensas em mim. Que queres que eu acredite e confie.
Sejamos francos, amar?? Se te perguntar alguma coisa sobre mim, só saberás responder que a minha boca não tem pudores e que mexo o meu corpo como se fosse ginasta (e mesmo isto conheces 1/3 das minhas capacidades). Não saberás dizer que prato gosto mais, que música ouço, se gosto de ler, o que me comove, alegra ou entristece. Nada sabes porque nada te conto. Não me dou, porque não me quero dar, porque não me provocas essa vontade. Esta é a verdade. A que te prometi e a que cumpro. Se te choca demasiado, afasta-te que eu não vou puxar-te. Se quiseres ficar, fica. Só não me cobres gestos que não te prometi.
Nota: História contada e autorizada a ser reproduzida. Qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência. É pura vida.
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2 comentários:
Eu também tenho um amigo com uma experiência parecida (o meu amigo, não eu) e que não sabe o que é isso do amor e tal (o meu amigo) e que também gosta de orgasmos e comida italiana... mas isto é o meu amigo, não sou eu!
No caso da minha amiga (não eu)é por saber demasiado bem que o amor também sabe a comida italiana e é de cor azul, que não confunde (a minha amiga, não eu) orgasmos, a que ela (a minha amiga)chama de espera desportiva, com amor...mas isto é a minha amiga, não sou eu!
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