A menina sorria, enquanto levava os sonhos
Singelamente sobre a cabeça
Na hora de ir à fonte.
E eram sempre horas de ir buscar água
Um sorriso era preciso
Para apagar os pés descalços
Da carne que queimava viva
Ao enfrentar a paisagem
A viagem era longa
E havia um traço negro nos olhos
A resguardar a carne
Que já tinha abandonado o corpo
À sua frente seguia a vida
Que tinha começado depois dela
Já a ultrapassara na curva
Dos pinheiros que à noite vivem.
Que memórias escorriam o sangue
Dos odores que a terra trazia
Quando a fotografia teimava
Em queimar a saudade?
A menina sorria, enquanto andava
Já sem vida
Na hora de ir à fonte
Onde tudo acontecia depois dela.
Sem vida, o sorriso obedecia
às vísceras que a fazem andar
E a menina sorria enquanto pensava
Que a vida, já não conseguia resgatar.
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