quarta-feira, 8 de julho de 2009

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Porque as desculpas de “amor” são tão ridículas quanto as cartas, de amor, e servem o mesmo propósito, enrolar num qualquer limbo, suspenso em nuvens, adivinhar uma qualquer linha muito ténue de onde da luz se avinhará a sombra.
Paninhos quentes contra choques frios e procurar a compreensão para as palavras que reflectem os actos que queremos sacudir dos ouvidos e entornar num copo qualquer.
Não que não se acredite no fim, num qualquer fim. Haverá sempre tempo para acabar, haverá sempre razão onde tudo se pode dizer.
Desculpas de “amor” só servem para o minimizar de uma qualquer refracção em espanto quando se pronuncia o todo que pode ter verdade, mas dando morte ao amor, que também morre de causas naturais.
Dizer toda uma longa lista de doenças coronárias, cardiovasculares, baixa de imunidade, do sopro que entrou quando nasceu entre risos e gritos, dores e comprimidos.
Todas em linha, em desculpas de “amor”, porque já estamos nas mãos do outro quando as desculpas são ditas e há que suavizar as linhas da palma da mão nos destinos traçados logo à partida num olhar atento da cigana.
E sempre uma verdade qualquer anterior às desculpas de “amor”. Uma verdade que é tão melhor porque se sente e sabe. Sem desculpas. Não digo amor porque é mentira. Já não quero. Sem desculpas. E fica tudo transparente

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