segunda-feira, 30 de novembro de 2009

The Games

Olha bem lá para cima. (disse ele apontando para as estrelas, já mais calmo)

E tu não percebes (disse ela, num tom gelado mais gelado que o sul da patagónia) é precisamente por olhar lá para cima, sempre, que quero fazer isto. As estrelas existem porque os meus olhos as vêm. (deixou-se cair no sofá e suspirou) Eu estou a olhar lá para cima

Desiludes-me. (disse ele virando-se de costas para a janela, cabisbaixo e de mãos nos bolsos).
Há uma coisa que eu não consigo perceber (disse ele ironicamente, olhando para ele de soslaio). Para que queres tu aquilo tudo?

E tu pensas e queres pouco! Qual o problema de se querer tudo? (levantou-se num salto e dirigiu-se apressadamente para a porta. Não queria que a visse quase a chorar. A desilusão dele tinha entrado na pele e começava a arder.)

Espera, por favor! (disse ele dominando a sua irritação, arrependendo-se da brutidão das suas palavras)
Alphaville, que te parece? (perguntou ele, levantando a tampa do seu gira-discos?)

Do you really want to live forever?
(…)
É só isso que tens para me dizer? (pergunta ela com um ar cansado) Ao menos serve-me um café, que tenho de continuar a trabalhar (baixou os olhos sobre a secretária, tentando organizar a pilha de papel que se acumulava)

Teria muito mais para te dizer... Mas não me parece que estejas com muita vontade de me ouvir... (responde ele, cansado do peso destes dias, dirigindo-se à porta levemente irritado com o tom autoritário dela)
Já agora aproveita para ouvir a nova música dos Zero 7, a ver se melhora o teu mau humor! (deixando o seu iPod no sofá junto à porta)

Yes, we can, imagine it if we can.

(...)
Olá (disse ela sorridente, enquanto pousava a mala de viagem). Voltei. Acabei o trabalho e vim a correr para te pedir desculpa.

Bons olhos te vejam! (disse ele com ironia sem tirar a cabeça do jornal)
How could you do this to me?



Vá lá, não amues, estava a brincar! (disse ele levantando-se). Correu tudo bem?

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