Dói-me agora o momento em que acabou.
Jogamos alto demais, apostámos tudo, e fugiu-nos a mão.
Dói-me as costelas prensadas entre a roleta
E as espadas que transpuseram as copas.
Mas nunca se pode perder por se ter tudo dado,
E o coração continua na mesa.
Ao contrário do poema, “always give all the heart”
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Never give all the heart
Never give all the heart, for love
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that's lovely is
But a brief, dreamy, kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost.
W. B. Yeats
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that's lovely is
But a brief, dreamy, kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost.
W. B. Yeats
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
(Hiper)Ligação
Como se todas as estradas te trouxessem de volta a mim, vezes e vezes sem conta.
Espaço de dias, semanas, uma volta à esquerda e ai vens tu para me desassossegar do que achava arrumado na terceira prateleira a contar do cimo.
Gostava de te dizer que do coração de uma mulher não se podem arrancar todas as flores, porque elas raramente voltam a nascer.
E não há promessa que volte a criar raízes!
Vais e voltas, como se tivesses alguma coisa para me perguntar, dizer ou até mandar o meu corpo para o chão, que é a cama dos amantes urgentes.
Vais e voltas a tempos quando a migração dos teus afectos te faz rodar e ser por mim que vens. Ou porque te dá jeito. E é por ti que parto nessa volatilidade do sentimento breve até que vás outra vez.
Vais e voltas nessa esquizofrenia de quereres ser casa onde há alicerces mas voares para cada estação corpo que te cruze.
E eu, que te sigo de longe os passos, abro a porta com sorrisos para te dizer que as palavras de amor, mesmo as obscenas, devem ter as marcas da vontade do coração e não só o jeito da boca sobre a boca.
Espaço de dias, semanas, uma volta à esquerda e ai vens tu para me desassossegar do que achava arrumado na terceira prateleira a contar do cimo.
Gostava de te dizer que do coração de uma mulher não se podem arrancar todas as flores, porque elas raramente voltam a nascer.
E não há promessa que volte a criar raízes!
Vais e voltas, como se tivesses alguma coisa para me perguntar, dizer ou até mandar o meu corpo para o chão, que é a cama dos amantes urgentes.
Vais e voltas a tempos quando a migração dos teus afectos te faz rodar e ser por mim que vens. Ou porque te dá jeito. E é por ti que parto nessa volatilidade do sentimento breve até que vás outra vez.
Vais e voltas nessa esquizofrenia de quereres ser casa onde há alicerces mas voares para cada estação corpo que te cruze.
E eu, que te sigo de longe os passos, abro a porta com sorrisos para te dizer que as palavras de amor, mesmo as obscenas, devem ter as marcas da vontade do coração e não só o jeito da boca sobre a boca.
domingo, 27 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Aviso
A quem eu já ofereci presentes de Natal, é favor devolver. Caso queiram o objecto poderão fazer o retorno em dinheiro, o que a Gerência agradece.
Eu sei, eu sei, quem dá e tira ao Inferno vai parar e blá, blá, blá, mas também não conheço ninguém no Céu, por isso não me incomoda.
Prometo dar outro presentinho, muito bom e confortável: uma oportunidade de se sentarem no carrinho arranjado aqui da dona. Se se portaram bem durante o ano (pelos visto tu não, $$$$) ainda podem ouvir uma musiquinha do rádio do dito.
É que com o que tive de pagar ao mecânico não vai ser possível outra coisa a não ser rentabilizar o carrinho...
O mesmo vai ser válido para todos os aniversários no próximo ano, ok?
Eu sei, eu sei, quem dá e tira ao Inferno vai parar e blá, blá, blá, mas também não conheço ninguém no Céu, por isso não me incomoda.
Prometo dar outro presentinho, muito bom e confortável: uma oportunidade de se sentarem no carrinho arranjado aqui da dona. Se se portaram bem durante o ano (pelos visto tu não, $$$$) ainda podem ouvir uma musiquinha do rádio do dito.
É que com o que tive de pagar ao mecânico não vai ser possível outra coisa a não ser rentabilizar o carrinho...
O mesmo vai ser válido para todos os aniversários no próximo ano, ok?
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Sim, apeteces-me!
"Apeteces-me tanto.
Sabes, é bom ver-te, mas olha, é melhor ter-te,
Mesmo quando mandas chover e dás tempo de morrer à hora.
Mesmo quando grito para não voltar a ouvir a tua subida silenciosa.
Apeteces-me daí
Sabes, sabes bem, um apetece vai-vem,
O melhor da terra virada,
Um rasto, uma teima para o mar toda voltada.
Apeteces-me já aqui.
Espero que me desças."
Nuno Moura, em Soluções do Problema Anterior, &etc, 1996
Sabes, é bom ver-te, mas olha, é melhor ter-te,
Mesmo quando mandas chover e dás tempo de morrer à hora.
Mesmo quando grito para não voltar a ouvir a tua subida silenciosa.
Apeteces-me daí
Sabes, sabes bem, um apetece vai-vem,
O melhor da terra virada,
Um rasto, uma teima para o mar toda voltada.
Apeteces-me já aqui.
Espero que me desças."
Nuno Moura, em Soluções do Problema Anterior, &etc, 1996
We all can dance
"I thought that I knew it all
I'd seen all the signs before.
I thought that you were the one
In darkness my heart was won.
You build me up then you knock me down.
You play the fool while I play the clown.
We keep time to the beat of an old slave drum.
You raise my hopes then you raise the odds
You tell me that I dream too much
Now I'm serving time in a domestic graveyard.
I don't believe you anymore...I don't believe you.
Never let it be said I was untrue
I never found a home inside of you.
Never let it be said I was untrue
I gave you all my time."
Dead Can Dance - The Ubiquitous Mr Lovegrove
I'd seen all the signs before.
I thought that you were the one
In darkness my heart was won.
You build me up then you knock me down.
You play the fool while I play the clown.
We keep time to the beat of an old slave drum.
You raise my hopes then you raise the odds
You tell me that I dream too much
Now I'm serving time in a domestic graveyard.
I don't believe you anymore...I don't believe you.
Never let it be said I was untrue
I never found a home inside of you.
Never let it be said I was untrue
I gave you all my time."
Dead Can Dance - The Ubiquitous Mr Lovegrove
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Sismo
A história mudou e em vez de dizeres "adeus" disseste "fico, o tempo que for sempre". A terra sorriu e espreguiçou-se provocando uma onda por todo o lado.
Nunca tinha sentido um tremor de terra assim ao acordar.
Nunca tinha sentido um tremor de terra assim ao acordar.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Cartas da Tasmania
Tenho imenso orgulho em ti. Não é só o normal orgulho de Mãe “olha que giro o que o bebe faz” , é orgulho profundo pela maneira como apresentas com tanta clareza a tua pequena cabeça arrumada.
Como hoje quando a tua educadora me telefonou para confirmar tudo o que tu tinhas dito e me dizia com a voz embargada como era quase assustador a forma como te sentaste e contaste as mudanças que iam acontecer e como justificaste que tinha de ser assim.
Já falámos sobre isso, mas nada do que eu te tenha dito e nada do que tenhas perguntado vai fazer com que as minhas respostas te preparem para a falta.
Nos primeiros tempos até vai ser mais ou menos, nada de muito grave, mas também sei (como gostava de não o saber) que a determinada altura vai doer. Muito.
A saudade vai-te apertar, vai subir qualquer coisa que não sabes bem identificar e tapar-te a garganta. Ao ponto de nada passar e esse sufoco vai te fazer chorar. Chorar por parecer ser a única maneira de aliviar essa tristeza dura que vais sentir. Não vou dizer-te para não chorares, vou apenas abraçar-te pelo tempo que precisares.
Não tenho a pretensão de ocupar o que vai faltar. Não se pode. Sei bem demais que uma saudade é sempre uma saudade, a falta é sempre a falta. Não se ocupa, apenas se aprende a viver com ela. É neste aprender que vou estar sempre ao teu lado. A tentar fazer o meu melhor para que os teus olhos nunca deixem de sorrir.
Amo-te muito.
Um beijo da Mãe
Como hoje quando a tua educadora me telefonou para confirmar tudo o que tu tinhas dito e me dizia com a voz embargada como era quase assustador a forma como te sentaste e contaste as mudanças que iam acontecer e como justificaste que tinha de ser assim.
Já falámos sobre isso, mas nada do que eu te tenha dito e nada do que tenhas perguntado vai fazer com que as minhas respostas te preparem para a falta.
Nos primeiros tempos até vai ser mais ou menos, nada de muito grave, mas também sei (como gostava de não o saber) que a determinada altura vai doer. Muito.
A saudade vai-te apertar, vai subir qualquer coisa que não sabes bem identificar e tapar-te a garganta. Ao ponto de nada passar e esse sufoco vai te fazer chorar. Chorar por parecer ser a única maneira de aliviar essa tristeza dura que vais sentir. Não vou dizer-te para não chorares, vou apenas abraçar-te pelo tempo que precisares.
Não tenho a pretensão de ocupar o que vai faltar. Não se pode. Sei bem demais que uma saudade é sempre uma saudade, a falta é sempre a falta. Não se ocupa, apenas se aprende a viver com ela. É neste aprender que vou estar sempre ao teu lado. A tentar fazer o meu melhor para que os teus olhos nunca deixem de sorrir.
Amo-te muito.
Um beijo da Mãe
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Sim?
“ Escrevo-te a
sentir tudo isto...e num instante de maior lucidez”.
O que foi, já foi e não se apaga, mas também não remói.
E eu continuo a ser a mesma que não se esconde nos guizos
E se ergue como um plátano que abriga e enraíza.
Não há perder do olhar, só um escorregar na noite escura
Ou um mergulho dos pássaros pescadores.
Às vezes, habito um corpo por engano
Que me leva até ao sitio de onde sai.
Nada disto importa a não ser dizer-te
Que sou eu, a das coisas simples, e o olhar o rio em silêncio.
Forgive me?
sentir tudo isto...e num instante de maior lucidez”.
O que foi, já foi e não se apaga, mas também não remói.
E eu continuo a ser a mesma que não se esconde nos guizos
E se ergue como um plátano que abriga e enraíza.
Não há perder do olhar, só um escorregar na noite escura
Ou um mergulho dos pássaros pescadores.
Às vezes, habito um corpo por engano
Que me leva até ao sitio de onde sai.
Nada disto importa a não ser dizer-te
Que sou eu, a das coisas simples, e o olhar o rio em silêncio.
Forgive me?
Doi-me as cruzes!
E qual a melhor maneira de acabar o fim de semana?? Chegar a casa vinda do jantar do ASA e ver que o elevador está avariado, subir 12 andares com 24 kilos de Diaba meia adormecida ao colo! E tudo isto de salto alto!
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Leituras de cabeceira
Houve qualquer coisa no livro que a fez recordar do toque e da paixão impressa nuns dedos com cio.
Qualquer coisa, não sabia bem o que, mas a memória avivou-se e as coxas cederam a uma contracção involuntária.
Escolheu o seu parceiro pelo cheiro da recordação e fechou a luz. Estava pronta.
Suavemente, as suas mãos deslizaram pelos ombros, detiveram-se nos seios e apertaram as costas. As mãos dele. O cheiro dele. Os beijos que sugavam pequenas pregas de pele para logo deixarem um rasto de língua que arrepiava.
O começo. Conseguia senti-lo. A pressão do seu corpo no dela contra uma parede, bloqueando-lhe a saída para outro lado que não fosse murar-lhe a vontade à sua.
As mãos que despiam acompanhadas pelo ritmo da respiração e das ancas que baloiçavam até caírem no sofá, mesmo ali ao lado, onde mergulharam numa confusão de membros entrelaçados.
Já sem roupa, a pele roçava em pele e não havia como negar o desejo que abria as coxas à espera.
De uma só volta, foi ela por cima até o sentir dentro. Deixarem-se ir, sem barreiras à vontade, nem movimentos controlados. Ele remexeu-lhe o interior como se estivesse à procura de alguma coisa perdida para logo a virar do avesso e tomar os cabelos como rédeas. E foi uma só cavalgada, deserto fora da vontade, que ele lhe despejou no concâvo água corrente que a lavou para além do cheiro entranhado no livro que ela tinha lido. Na última contração ela disse-lhe adeus. Enroscou-se na almofada, como se fosse um peito e adormeceu.
Qualquer coisa, não sabia bem o que, mas a memória avivou-se e as coxas cederam a uma contracção involuntária.
Escolheu o seu parceiro pelo cheiro da recordação e fechou a luz. Estava pronta.
Suavemente, as suas mãos deslizaram pelos ombros, detiveram-se nos seios e apertaram as costas. As mãos dele. O cheiro dele. Os beijos que sugavam pequenas pregas de pele para logo deixarem um rasto de língua que arrepiava.
O começo. Conseguia senti-lo. A pressão do seu corpo no dela contra uma parede, bloqueando-lhe a saída para outro lado que não fosse murar-lhe a vontade à sua.
As mãos que despiam acompanhadas pelo ritmo da respiração e das ancas que baloiçavam até caírem no sofá, mesmo ali ao lado, onde mergulharam numa confusão de membros entrelaçados.
Já sem roupa, a pele roçava em pele e não havia como negar o desejo que abria as coxas à espera.
De uma só volta, foi ela por cima até o sentir dentro. Deixarem-se ir, sem barreiras à vontade, nem movimentos controlados. Ele remexeu-lhe o interior como se estivesse à procura de alguma coisa perdida para logo a virar do avesso e tomar os cabelos como rédeas. E foi uma só cavalgada, deserto fora da vontade, que ele lhe despejou no concâvo água corrente que a lavou para além do cheiro entranhado no livro que ela tinha lido. Na última contração ela disse-lhe adeus. Enroscou-se na almofada, como se fosse um peito e adormeceu.
Como se chama?
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
The Building
"(...)I made you a building so high
I knew you were wrong
But I didn't know why, why
Not out of wires, not with a spoon
I know you don't care but it angers the big giant moon
With the heat of your heavy angel-bones
You're holding me still
And now my thoughts have flown (...)"
The Building Brisa Roché
I knew you were wrong
But I didn't know why, why
Not out of wires, not with a spoon
I know you don't care but it angers the big giant moon
With the heat of your heavy angel-bones
You're holding me still
And now my thoughts have flown (...)"
The Building Brisa Roché
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Temperaturas
Veio o Inverno e o frio traz a ausência do teu corpo cobertor. Sofro de hipotermia provocada pelo glaciar em que congelamos qualquer restea de esperança.
Queria morrer num dia de sol, para que os raios me beijassem a boca como se fosses tu a queimar-me para sempre.
Queria morrer num dia de sol, para que os raios me beijassem a boca como se fosses tu a queimar-me para sempre.
Tasmanices XXXV
Contada pela tia:
Diaba - Tia, eu sou especial?
Tia- Sim meu amor, tu és especial.
Diaba- Tia, eu sou muito especial para ti?
Tia- Sim, tu és muito especial para mim
Diaba - Então compra-me um jogo para a Nintendo!
(eheheheh, esta miúda vai longe...)
Diaba - Tia, eu sou especial?
Tia- Sim meu amor, tu és especial.
Diaba- Tia, eu sou muito especial para ti?
Tia- Sim, tu és muito especial para mim
Diaba - Então compra-me um jogo para a Nintendo!
(eheheheh, esta miúda vai longe...)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Ary
São 4 mulheres e um projecto: recriar um homem e a sua obra.
Ary dos Santos, altamente responsável por algumas das mais bonitas letras da música portuguesa, é (en)cantado aqui pelas vozes de Mafalda Arnauth, Susana Felix, Viviane e Luana Cozetti.
Eu aplaudo e acho que merece sempre aplauso o homem que escreve isto:
"
(...)
Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.(...)"
Ary dos Santos, altamente responsável por algumas das mais bonitas letras da música portuguesa, é (en)cantado aqui pelas vozes de Mafalda Arnauth, Susana Felix, Viviane e Luana Cozetti.
Eu aplaudo e acho que merece sempre aplauso o homem que escreve isto:
"
(...)
Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.(...)"
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Reserva Especial
Se fosses vinho, serias sem dúvida um tinto. Terias de ser tinto, porque eu gosto mais e porque a cor vem da maceração da casca no mosto e isso queria dizer que tudo, de ti, se aproveita. Por fora e por dentro. Serias um tinto velho, que a vida já te fez passar pela fase de amadurecimento em cascos de carvalho e nota-se em ti o envelhecimento que torna o teu aroma tão complexo. Perdeste a adstrigência própria dos taninos jovens. Quando te provei nunca perdi o poder lubrificante da saliva, pelo contrário, lambi cada gota tua que me escorria pelo copo da boca.
Viagem
Final do dia e o reencontro com um amigo que entre as novidades me fala da filha que tem quase um ano. Problemas de parto e negligência médica fazem com que ainda nem a cabeça sustenha. Mas, diz ele, não há nada melhor que chegar a casa, encostar a cara à sua boquinha e receber beijinhos e risinhos de uma bebé que, diz ele, é perfeita.
E eu vim a correr, pé no acelerador, para estar com a minha. A Diaba estava mais que “melada”.Choramingas, dizia para eu ficar ao pé dela e não ir fazer jantar. Fiquei. Ficámos. Enroscadas no sofá, ela fez-me a pulseira que está no meu pulso e bate no teclado e eu fiz uma para ela, em tons de azul, que era o “acessório que lhe faltava”.
E rimo-nos muito. Ela ri com os olhos cheios de luz e eu transbordo, porque este é um sentimento maior que eu!
Como o do meu Pai, que é o melhor do mundo. Que me empresta o carro enquanto o meu está na oficina para que a “menina” não tenha de se levantar mais cedo e ir de transportes. Que, discretamente, deixa no meio dos documentos uma nota dobrada, não vá a “menina” , a meio caminho dos quarenta, ficar parada e sem dinheiro e precisar de alguma coisa.
Como o da minha Mãe, que é a maior estrutura de família. O pilar que nos sustenta a todos e, hoje, repete com a minha filha os mesmos gestos que tinha comigo e com a minha irmã. Como se o tempo não tivesse passado e os ossos não estivessem mais frágeis e rir e beijar fosse sempre tão simples.
Como estes pequenos gestos transversais a quem encontrou na vida um amor que ultrapassa o peito e vive em todo o lado. Os beijos, os risos, os cuidados.
E eu vim a correr, pé no acelerador, para estar com a minha. A Diaba estava mais que “melada”.Choramingas, dizia para eu ficar ao pé dela e não ir fazer jantar. Fiquei. Ficámos. Enroscadas no sofá, ela fez-me a pulseira que está no meu pulso e bate no teclado e eu fiz uma para ela, em tons de azul, que era o “acessório que lhe faltava”.
E rimo-nos muito. Ela ri com os olhos cheios de luz e eu transbordo, porque este é um sentimento maior que eu!
Como o do meu Pai, que é o melhor do mundo. Que me empresta o carro enquanto o meu está na oficina para que a “menina” não tenha de se levantar mais cedo e ir de transportes. Que, discretamente, deixa no meio dos documentos uma nota dobrada, não vá a “menina” , a meio caminho dos quarenta, ficar parada e sem dinheiro e precisar de alguma coisa.
Como o da minha Mãe, que é a maior estrutura de família. O pilar que nos sustenta a todos e, hoje, repete com a minha filha os mesmos gestos que tinha comigo e com a minha irmã. Como se o tempo não tivesse passado e os ossos não estivessem mais frágeis e rir e beijar fosse sempre tão simples.
Como estes pequenos gestos transversais a quem encontrou na vida um amor que ultrapassa o peito e vive em todo o lado. Os beijos, os risos, os cuidados.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Factos
O carro deste blog está como a dona: pesado, cansado e não desenvolve.
Faz-me lembrar aquelas situações em que os animais de estimação ficam parecidos com os donos ou vice versa.
Não tendo animal sobra para o carro...
Faz-me lembrar aquelas situações em que os animais de estimação ficam parecidos com os donos ou vice versa.
Não tendo animal sobra para o carro...
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