Disseste que querias ter asas. E eu ri-me muito e disse-te que já tinhas.
- Não, não, asas a sério. Para poder voar e tocar no céu.
E eu continuava a rir, o riso a transbordar por todo o lado, porque já não cabia em mim.
- É dessas que eu falo também, filha, as asas de verdade. Que tens quando fechas os olhos e podes estar em todo o lado, em qualquer sítio a tocar qualquer coisa.
E tu outra vez, que querias voar e depois a rir também, com os olhos, a brilhar.
Deitamo-nos as duas, olhos fechados e eu a dizer-te o que via.
Foi a tua vez. Que estavas num campo cheio de flores e duas eram cor-de-rosa e quando se abriram, saímos nós, feitas fadas e voávamos por todo o lado.
Dei-te a mão e ainda de olhos fechados disse que te amava. Deste-me a mão e disseste que sou o teu mundo.
Deitadas, barriga para cima, olhos fechados e mão dada. O céu está mesmo aqui.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Lua
Vem cá ler-me.
Lembras-te da minha voz? Lê-me como se estivesse ao teu lado a falar.
A dizer-te " E a ilusão? Tem de haver espaço para a ilusão?".
Chegaste ao meu.
Sê bem vindo.
Lembras-te da minha voz? Lê-me como se estivesse ao teu lado a falar.
A dizer-te " E a ilusão? Tem de haver espaço para a ilusão?".
Chegaste ao meu.
Sê bem vindo.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
To an old friend
"Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."
Fernando Pessoa
É isto. Os olhos são os mesmos, brilhantemente os mesmos. Serão sempre.
Mas, às vezes, de olhos fechados somos mais livres, porque não estamos sempre a anteceder em que rocha pomos os pés e nesta “cegueira” descobrimos pontes onde voamos. É neste momento que existe o espaço onde tudo pode acontecer.
Vamos conceder umas férias à intranquilidade dos corpos e às formatações ancestrais.
Começamos de novo? Diz-me de que gostas tu?
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."
Fernando Pessoa
É isto. Os olhos são os mesmos, brilhantemente os mesmos. Serão sempre.
Mas, às vezes, de olhos fechados somos mais livres, porque não estamos sempre a anteceder em que rocha pomos os pés e nesta “cegueira” descobrimos pontes onde voamos. É neste momento que existe o espaço onde tudo pode acontecer.
Vamos conceder umas férias à intranquilidade dos corpos e às formatações ancestrais.
Começamos de novo? Diz-me de que gostas tu?
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Final solution
Acordei-te de novo.
Tudo porque a minha mão não conseguia parar de desenhar espirais nas tuas costas, de pele morena, dobradas do tempo e de dormires debruçado sobre os sonhos.
Fecha os olhos. Fecha só mais um bocadinho e imagina. Deixa-te ir na suave confusão entre sonho e a realidade. Aquele pequeno momento do sonho dentro do sonho, em que nenhum sentido despertou completamente. Comete esse erro e sonha-nos.
Acordei-te de novo.
Tudo porque te deixei um beijo na face quando me inclinei para te sentir respirar tão tranquilamente.
Fecha os olhos. Fecha só mais um bocadinho. Podemos sobreviver ao depois do vazio e de outro vazio que nos atirou para um canto, espiões do Amor, que a nós não nos pertence, mas que olhamos gulosos de tanto quere-lo. Podias, por momentos, inventar-nos amantes, quase enfadonhos, da possibilidade do sossego da mão dada.
Mas
Acordei-te de novo. Despertei-te lascivamente, puxando-te para mim e fazendo-te baloiçar entre as minhas pernas. Acordei-te no desejo, que de manhã se torna fácil, pelo calor que os lençóis escondem.
É tarde demais…nada nos salva de outras ausências.
Tudo porque a minha mão não conseguia parar de desenhar espirais nas tuas costas, de pele morena, dobradas do tempo e de dormires debruçado sobre os sonhos.
Fecha os olhos. Fecha só mais um bocadinho e imagina. Deixa-te ir na suave confusão entre sonho e a realidade. Aquele pequeno momento do sonho dentro do sonho, em que nenhum sentido despertou completamente. Comete esse erro e sonha-nos.
Acordei-te de novo.
Tudo porque te deixei um beijo na face quando me inclinei para te sentir respirar tão tranquilamente.
Fecha os olhos. Fecha só mais um bocadinho. Podemos sobreviver ao depois do vazio e de outro vazio que nos atirou para um canto, espiões do Amor, que a nós não nos pertence, mas que olhamos gulosos de tanto quere-lo. Podias, por momentos, inventar-nos amantes, quase enfadonhos, da possibilidade do sossego da mão dada.
Mas
Acordei-te de novo. Despertei-te lascivamente, puxando-te para mim e fazendo-te baloiçar entre as minhas pernas. Acordei-te no desejo, que de manhã se torna fácil, pelo calor que os lençóis escondem.
É tarde demais…nada nos salva de outras ausências.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Tasmanices XXXVII
Aproveitando uns kilometros de viagem, fomos conversando sobre alguns assuntos da actualidade. Acerca do casamento homossexual:
Diaba- Mas antes não se podiam casar todos?
Mãe - Não filha, só era permitido o casamento entre homens e mulheres.
Diaba- Mas então e o Amor? É isso que interessa para casar!
(pois é filha, é mesmo isso :))
A propósito do nascimento do primo, a Diaba, pela primeira vez, pediu-me um irmão. Estes foram os argumentos:
Argumento 1- Tu gostas muito de crianças e já te fazia falta um bebé
Argumento 2- Eu preciso de um irmão para partilhar, que é o que tu me ensinas a fazer
Argumento final- Não tens de te preocupar com nada, eu trato de tudo!
(errrrr...bem argumentado, mas a parte do "eu trato de tudo" assusta-me!! LOL. Lamento, filha, mas não vais ter sorte...)
Diaba- Mas antes não se podiam casar todos?
Mãe - Não filha, só era permitido o casamento entre homens e mulheres.
Diaba- Mas então e o Amor? É isso que interessa para casar!
(pois é filha, é mesmo isso :))
A propósito do nascimento do primo, a Diaba, pela primeira vez, pediu-me um irmão. Estes foram os argumentos:
Argumento 1- Tu gostas muito de crianças e já te fazia falta um bebé
Argumento 2- Eu preciso de um irmão para partilhar, que é o que tu me ensinas a fazer
Argumento final- Não tens de te preocupar com nada, eu trato de tudo!
(errrrr...bem argumentado, mas a parte do "eu trato de tudo" assusta-me!! LOL. Lamento, filha, mas não vais ter sorte...)
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Água
Por favor, leva-me a ver o mar.
Como se fosse uma peça de teatro
Feita em dois actos.
Riríamos. Abraçados na espuma.
Afastavas-me os fantasmas de piratas com perna de pau
Que vêm sempre tentar saquear o momento.
Só tens de me levar, que eu vou
Devias saber…
Como se fosse uma peça de teatro
Feita em dois actos.
Riríamos. Abraçados na espuma.
Afastavas-me os fantasmas de piratas com perna de pau
Que vêm sempre tentar saquear o momento.
Só tens de me levar, que eu vou
Devias saber…
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Mais verde do que nunca!
O Sporting apresentou ontem, internamente, a sua mais recente modalidade: boxe de balneário.
Liedson e Sá Pinto concordaram numa demonstração aos colegas, prevendo-se que já na próxima semana todo o plantel esteja apto para a grande exibição pública.
P.S (num tom mais sério)- Eu percebo-vos! A sério! Também tenho tanta vontade, mas eu é mais partir rótulas! A única coisa chata é que parece que a violência não leva a lado nenhum e cenas assim...a não ser à porta da saída para o Sr. Sá Pinto.
Liedson e Sá Pinto concordaram numa demonstração aos colegas, prevendo-se que já na próxima semana todo o plantel esteja apto para a grande exibição pública.
P.S (num tom mais sério)- Eu percebo-vos! A sério! Também tenho tanta vontade, mas eu é mais partir rótulas! A única coisa chata é que parece que a violência não leva a lado nenhum e cenas assim...a não ser à porta da saída para o Sr. Sá Pinto.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Dreamer
"Outside my head, I cast a shadow.
I'm not someone who's seen this side of me,
but it drifts across the ground so down I look.
I could spend my time wondering who I was.
and I could count the times that I had lost or won.
And I could turn toward you and ask you what you saw.
But what do these feelings mean?
Come meet me on this path of wonder.
Take my hand I'd like to share with you."*
Nos minutos em que o tempo passa demasiado devagar para morrer, vagueio nos caminhos onde gostava de te levar, mão na mão. Nos caminhos onde, nus, nos riríamos dos erros que somos.
*Dreamer
I'm not someone who's seen this side of me,
but it drifts across the ground so down I look.
I could spend my time wondering who I was.
and I could count the times that I had lost or won.
And I could turn toward you and ask you what you saw.
But what do these feelings mean?
Come meet me on this path of wonder.
Take my hand I'd like to share with you."*
Nos minutos em que o tempo passa demasiado devagar para morrer, vagueio nos caminhos onde gostava de te levar, mão na mão. Nos caminhos onde, nus, nos riríamos dos erros que somos.
*Dreamer
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Inteligente Sedução
" És o meu Sol,
És o meu Brilho
O meu Ar
És a minha água
És o meu vodka!"
Direitinho para o coração do ASA! Isto era o conto de fadas, não era??
P.S - Foi dito... pena ter sido com muita galhofada e nada sério! LOL
És o meu Brilho
O meu Ar
És a minha água
És o meu vodka!"
Direitinho para o coração do ASA! Isto era o conto de fadas, não era??
P.S - Foi dito... pena ter sido com muita galhofada e nada sério! LOL
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
Conversas com chá
Sentaram-se frente a frente. Como se tivessem acabado de se conhecer e no meio havia uma mesa de distância para impor as mãos no sítio.
Reparou como era engraçado a expressão do corpo que não mente. “É ai que te quero até que me ouças e queiras vir aqui.”
Sentaram-se frente a frente como se não tivessem já partilhado uma cama e não houvesse a confiança dos cheiros.
Lá fora ouvia-se o vendaval, talvez o Demo andasse à solta, mandando chuva para servir de banda sonora às palavras que se queriam ter. Era absolutamente necessário – dizia ela - que ele percebesse que do acto físico não nascia nenhuma prisão para além da vontade. Não queria nada que fosse desenhado numa claridade qualquer que não existia em nenhum dos dois. A vivenda com cerca branca não era o imóvel perfeito para rasgos de tensão física que se queriam rebentar por anos de clausura.
E dizia-lhe isso, em suaves e treinados trejeitos de lábios, som por som, que dali só deveria vir o grau zero de não haver nenhuma ideia de amanhã. Nem obediência, que do que se passava em noite escura não interessava se ao sol os passos eram todos de outras direcções.
Tinha de lhe dizer que de lhe beber o corpo era a alma em estado puro, sem enganos dos jogos de xadrez a que os outros chamavam de sedução, que lhe vinha à memória como dois bons amigos que se conhecem por dentro e por fora.
Que de ser sua, por baixo de si, apenas abria portas ao momento da vontade e não firmava contrato a termo ou incerto, que sabe-se lá onde se assinaria, e por isso não valia a pena pensar se fazia bem em tocar-lhe, pois que o fazia tão bem quando a apertava.
Sentava-se à sua frente para lhe dizer que lhe queria conhecer dos gestos e dos gostos, do bater do coração e das asneiras que dizia quando se entalava. Que dos hábitos da rotina lhe ouviria o que quisesse dizer e que o total mensal não era contabilizado no dia a dia como se fosse um picar de ponto. Que lhe queria da inocência, da pureza do que eram, duas crianças frente a frente, e que só por isso era obrigatório o rasgar do corpo para que nada impedisse.
Quando voltaram a olhar a mesa tinha caído e à frente estava um campo que se fundia no mar.
Reparou como era engraçado a expressão do corpo que não mente. “É ai que te quero até que me ouças e queiras vir aqui.”
Sentaram-se frente a frente como se não tivessem já partilhado uma cama e não houvesse a confiança dos cheiros.
Lá fora ouvia-se o vendaval, talvez o Demo andasse à solta, mandando chuva para servir de banda sonora às palavras que se queriam ter. Era absolutamente necessário – dizia ela - que ele percebesse que do acto físico não nascia nenhuma prisão para além da vontade. Não queria nada que fosse desenhado numa claridade qualquer que não existia em nenhum dos dois. A vivenda com cerca branca não era o imóvel perfeito para rasgos de tensão física que se queriam rebentar por anos de clausura.
E dizia-lhe isso, em suaves e treinados trejeitos de lábios, som por som, que dali só deveria vir o grau zero de não haver nenhuma ideia de amanhã. Nem obediência, que do que se passava em noite escura não interessava se ao sol os passos eram todos de outras direcções.
Tinha de lhe dizer que de lhe beber o corpo era a alma em estado puro, sem enganos dos jogos de xadrez a que os outros chamavam de sedução, que lhe vinha à memória como dois bons amigos que se conhecem por dentro e por fora.
Que de ser sua, por baixo de si, apenas abria portas ao momento da vontade e não firmava contrato a termo ou incerto, que sabe-se lá onde se assinaria, e por isso não valia a pena pensar se fazia bem em tocar-lhe, pois que o fazia tão bem quando a apertava.
Sentava-se à sua frente para lhe dizer que lhe queria conhecer dos gestos e dos gostos, do bater do coração e das asneiras que dizia quando se entalava. Que dos hábitos da rotina lhe ouviria o que quisesse dizer e que o total mensal não era contabilizado no dia a dia como se fosse um picar de ponto. Que lhe queria da inocência, da pureza do que eram, duas crianças frente a frente, e que só por isso era obrigatório o rasgar do corpo para que nada impedisse.
Quando voltaram a olhar a mesa tinha caído e à frente estava um campo que se fundia no mar.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Contracções Musculares
Dói-me o corpo. Como se tivesse passado a noite toda a fazer amor.
Os braços estão cansados das flexões obrigatórias para sustentar o meu corpo a olhar o teu e depois descer em voo picado sobre os teus lábios.
No peito nasceu uma marca com contornos de boca e sinto-os mexidos até ao ponto de endurecerem sob as tuas mãos em descontrolo.
As pernas estão bambas da força que fizeram para se dobrarem ou esticarem, ajudando na impulsão dos ossos do quadril contra ti. O interior das coxas tem duas nódoas negras no sítio onde encaixaste e me rodaste em todos os graus que tem 360. Onde te encaixaste depois da vontade me abrir a ti.
Todos os meus músculos estão doridos das máximas contracções do orgasmo e os pés doem das cãibras que por vezes acontecem na altura de tudo explodir. Várias vezes. A noite toda.
Dói-me o corpo. Como se tivesse passado a noite toda a fazer amor.
Mais do que tudo dói-me o que não é palpável por não doer o corpo por amor.
Os braços estão cansados das flexões obrigatórias para sustentar o meu corpo a olhar o teu e depois descer em voo picado sobre os teus lábios.
No peito nasceu uma marca com contornos de boca e sinto-os mexidos até ao ponto de endurecerem sob as tuas mãos em descontrolo.
As pernas estão bambas da força que fizeram para se dobrarem ou esticarem, ajudando na impulsão dos ossos do quadril contra ti. O interior das coxas tem duas nódoas negras no sítio onde encaixaste e me rodaste em todos os graus que tem 360. Onde te encaixaste depois da vontade me abrir a ti.
Todos os meus músculos estão doridos das máximas contracções do orgasmo e os pés doem das cãibras que por vezes acontecem na altura de tudo explodir. Várias vezes. A noite toda.
Dói-me o corpo. Como se tivesse passado a noite toda a fazer amor.
Mais do que tudo dói-me o que não é palpável por não doer o corpo por amor.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Anexo
Sabes qual é o problema de acumular cicatrizes? É de nunca saber se dá e se se der, o passo que se deu nos levou para a frente ou, se pelo contrário, vieste ontem mas já não virás amanhã. É a porra do medo da história se repetir e de se abrir mais uma cicatriz. Medo puro.
Deixou de ser simples… and yet, everything must be love or leave
Deixou de ser simples… and yet, everything must be love or leave
Arquivos XI
Odeio-te. Assim de boca cheia. Odeio-te!
Odeio-te tanto quanto te amo, porque, sabes, o amor e o ódio andam juntos, juntos, e até se alimentam das mesmas hormonas.
Odeio-te como te amo, violenta e intensamente. Muito.
E é por isso que quero que morras lentamente, várias vezes, à mercê dos beijos meus!
Odeio-te tanto quanto te amo, porque, sabes, o amor e o ódio andam juntos, juntos, e até se alimentam das mesmas hormonas.
Odeio-te como te amo, violenta e intensamente. Muito.
E é por isso que quero que morras lentamente, várias vezes, à mercê dos beijos meus!
Tasmanices XXXVI
A Diaba estava num daqueles "estados" mimentos em dose dupla.
Ajudou-me a fazer o jantar e ao por a mesa resolveu fazer tudo bonitinho (expressão dela!). Usou os marcadores, bases de copes, argolas para os guardanapos que enrolou cuidadosamente. Depois pediu-me que pusesse música calma e acendesse uma vela.
A meio do jantar:
Diaba- Está tudo tão bonito Mãe. Este é que é um jantar romântico!
Depois de comermos, enquanto eu lavava a loiça e ela lentava a mesa, a música continuava a tocar. Ouvia-se "...I don't want you sad and blue, i just wanna make love with you.."
Diaba- Dança comigo Mãe, que esta é uma música sexy!
(Errrrrr filha, pois tudo muito bonito, mas....)
Ajudou-me a fazer o jantar e ao por a mesa resolveu fazer tudo bonitinho (expressão dela!). Usou os marcadores, bases de copes, argolas para os guardanapos que enrolou cuidadosamente. Depois pediu-me que pusesse música calma e acendesse uma vela.
A meio do jantar:
Diaba- Está tudo tão bonito Mãe. Este é que é um jantar romântico!
Depois de comermos, enquanto eu lavava a loiça e ela lentava a mesa, a música continuava a tocar. Ouvia-se "...I don't want you sad and blue, i just wanna make love with you.."
Diaba- Dança comigo Mãe, que esta é uma música sexy!
(Errrrrr filha, pois tudo muito bonito, mas....)
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Ponto
Pois… eu sei… é a atracção pelo abismo e isso faz de mim tão louca como os que se cruzam.
Não tenho problemas em desempenhar muito bem a responsabilidade da vidinha, mas não me queiram reduzir. Preciso de sentir mais que o quotidiano. Nem sequer é preciso muito ou grandes aparatos. Coisas simples.
E este é um ponto que não voltará a estar aberto a discussão.
Não tenho problemas em desempenhar muito bem a responsabilidade da vidinha, mas não me queiram reduzir. Preciso de sentir mais que o quotidiano. Nem sequer é preciso muito ou grandes aparatos. Coisas simples.
E este é um ponto que não voltará a estar aberto a discussão.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Ventos
Um verbo é muito maior que um substantivo. Um nome é um nome, um verbo é um movimento.
Amor é grande e abarca o mundo, mas Amar é uma acção, faz girar e sentir.
- Vim aqui Amor (fechado na própria frase)
- Vim aqui Amar (tudo pode e está a acontecer)
Subtilezas que fazem do Amor algo que se tenta definir num universo criado e numa realidade física, e do Amar uma corrida cheia de possibilidades, de cores, montanhas e vales e sempre, sempre, sempre a acontecer.
E esta podia ser uma verdade tão universal como outra qualquer...
Amor é grande e abarca o mundo, mas Amar é uma acção, faz girar e sentir.
- Vim aqui Amor (fechado na própria frase)
- Vim aqui Amar (tudo pode e está a acontecer)
Subtilezas que fazem do Amor algo que se tenta definir num universo criado e numa realidade física, e do Amar uma corrida cheia de possibilidades, de cores, montanhas e vales e sempre, sempre, sempre a acontecer.
E esta podia ser uma verdade tão universal como outra qualquer...
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Português
Se te disser "Sou tua"
Reviras-me as entranhas no meio de uma montanha russa
pronta a vomitar os restos que não são de ninguém, porque hoje sou só tua?
Se te disser “ Sou tua”
Rebentas-me a luz cheia de cores, como se fosse sempre a primeira vez?
Se te disser “Sou tua”
Desmembras-me como se fosse um poema, sílaba a sílaba?
Se te disser " Sou tua"
Matas-me devagar, no meio dos teus braços?
Sou tua
Reviras-me as entranhas no meio de uma montanha russa
pronta a vomitar os restos que não são de ninguém, porque hoje sou só tua?
Se te disser “ Sou tua”
Rebentas-me a luz cheia de cores, como se fosse sempre a primeira vez?
Se te disser “Sou tua”
Desmembras-me como se fosse um poema, sílaba a sílaba?
Se te disser " Sou tua"
Matas-me devagar, no meio dos teus braços?
Sou tua
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Tasmanices XXXVI
O vizinho do lado, o M., com dois anos e meio, é o mais parecido possivel com o anão zangado. Rezingão, ontem ainda estava mais porque estava um pouco adoentado. Ao jantar, para o fazer comer, comecei com conversinhas:
Mãe - M. diz-me lá o nome dos teus amigos
M- Não gosto dos meus amigos. Não quero brincar com eles.
Mãe - Não gostas dos amigos? Mas porque?
M- Não gosto e bato-lhes!
Diaba- Achas que vais a algum lado com esse tipo de atitude? Seres assim não te leva a lado nenhum, meu menino!
( Ó filha, a sério, tens muita razão, mas não consigo parar de rir...tu, pequenita, a falar como se fosses Mãe ou professora dele!)
Quando foi para a cama, a Diaba resolveu levar uma almofada do sofá.
Mãe- Para que queres tu essa almofada?
Diaba- Ó Mãe é para por debaixo das pernas por causa da circulação!
(Certo filha, começa já a prevenir as varizes!)
Mãe - M. diz-me lá o nome dos teus amigos
M- Não gosto dos meus amigos. Não quero brincar com eles.
Mãe - Não gostas dos amigos? Mas porque?
M- Não gosto e bato-lhes!
Diaba- Achas que vais a algum lado com esse tipo de atitude? Seres assim não te leva a lado nenhum, meu menino!
( Ó filha, a sério, tens muita razão, mas não consigo parar de rir...tu, pequenita, a falar como se fosses Mãe ou professora dele!)
Quando foi para a cama, a Diaba resolveu levar uma almofada do sofá.
Mãe- Para que queres tu essa almofada?
Diaba- Ó Mãe é para por debaixo das pernas por causa da circulação!
(Certo filha, começa já a prevenir as varizes!)
7º ano
Chama-se B. N.
Foi a minha primeira paixão. Paixão nos termos básicos em que a reconheço hoje, com muito fogo a queimar cá dentro e uma vontade incrível de correr.
Foi a minha primeira paixão. Éramos jovens, eu um pouco mais jovem que ele… tão jovens que gostar dele valeu-me grandes castigos parentais!
Não nos separávamos. Nem quando nas aulas nos obrigavam a carteiras separadas e o tempo enchia-se a escrever bilhetes que passávamos, às vezes presos nos atacadores dos ténis, pernas esticadas para o outro.
Os nossos pais foram chamados ao Conselho Directivo e no ano a seguir separaram-nos de turma.
Não fazia mal. Encontrávamo-nos nas esquinas, nos caminhos, na janela dele. Qualquer lado.
Fomos crescendo, mudámos de escola, mudámos de mundos, mas continuamos a partilhar a janela dele como porta de entrada para um outro mundo, nosso. Connosco o Leão, cão rafeiro de grande porte, que, satisfeito, saltava pela janela para logo correr para dentro de casa atrás de nós.
Foi ele que me mostrou erva e pastilhas. Explicou-me o que eram e o que provocavam. Acho que foi por isso que nunca tive curiosidade em experimentar. Ele já me tinha mostrado.
Foi com ele que aprendi a gostar de andar de mota. Era louco a acelerar e muitas vezes os capacetes foram substituídos por bonés, para podermos falar melhor enquanto andávamos. Inconscientes? Sim, mas de uma simplicidade que não se voltou a repetir.
Passaram muitos anos desde que nos vimos pela última vez. Muitos.
Hoje ele encontrou-me virtualmente e ainda não parámos de falar. E continua a ser tão simples! Hoje parece que estou no sétimo ano, no primeiro dia de aulas, parece que o vi entrar e pensei “ É pá, este gajo é novo na escola! Quero conhece-lo!”
E isto é o que o mundo virtual, as redes sociais, têm de bom. Voltar a encontrar
Só não consigo dedicar-me à agricultura…falta-me o cheiro a terra nas mãos!
Foi a minha primeira paixão. Paixão nos termos básicos em que a reconheço hoje, com muito fogo a queimar cá dentro e uma vontade incrível de correr.
Foi a minha primeira paixão. Éramos jovens, eu um pouco mais jovem que ele… tão jovens que gostar dele valeu-me grandes castigos parentais!
Não nos separávamos. Nem quando nas aulas nos obrigavam a carteiras separadas e o tempo enchia-se a escrever bilhetes que passávamos, às vezes presos nos atacadores dos ténis, pernas esticadas para o outro.
Os nossos pais foram chamados ao Conselho Directivo e no ano a seguir separaram-nos de turma.
Não fazia mal. Encontrávamo-nos nas esquinas, nos caminhos, na janela dele. Qualquer lado.
Fomos crescendo, mudámos de escola, mudámos de mundos, mas continuamos a partilhar a janela dele como porta de entrada para um outro mundo, nosso. Connosco o Leão, cão rafeiro de grande porte, que, satisfeito, saltava pela janela para logo correr para dentro de casa atrás de nós.
Foi ele que me mostrou erva e pastilhas. Explicou-me o que eram e o que provocavam. Acho que foi por isso que nunca tive curiosidade em experimentar. Ele já me tinha mostrado.
Foi com ele que aprendi a gostar de andar de mota. Era louco a acelerar e muitas vezes os capacetes foram substituídos por bonés, para podermos falar melhor enquanto andávamos. Inconscientes? Sim, mas de uma simplicidade que não se voltou a repetir.
Passaram muitos anos desde que nos vimos pela última vez. Muitos.
Hoje ele encontrou-me virtualmente e ainda não parámos de falar. E continua a ser tão simples! Hoje parece que estou no sétimo ano, no primeiro dia de aulas, parece que o vi entrar e pensei “ É pá, este gajo é novo na escola! Quero conhece-lo!”
E isto é o que o mundo virtual, as redes sociais, têm de bom. Voltar a encontrar
Só não consigo dedicar-me à agricultura…falta-me o cheiro a terra nas mãos!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Lhasa de Sela
Morreu na passada sexta-feira.
Mas quem canta assim, na realidade nunca morre. Como hoje aqui, que, viva, canta
Já fui muito feliz ao som desta música...
"Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia
Me acerco al agua
Bebiendo tu beso
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo
Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo
Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma
Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia
Me acerco al fuego
Que todo lo quema
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo
Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo
Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma"
Mas quem canta assim, na realidade nunca morre. Como hoje aqui, que, viva, canta
Já fui muito feliz ao som desta música...
"Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia
Me acerco al agua
Bebiendo tu beso
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo
Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo
Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma
Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia
Me acerco al fuego
Que todo lo quema
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo
Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo
Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma"
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
13
Eu sinto. Como se fosse uma respiração calma e controlada no meu pescoço. Estou de olhos fechados e sinto. Como se estivesses ali, como se me quisesses a tremer com um sopro quente que afugentasse o frio que se cruza lá fora.
O hálito, que acompanha os meus sonhos vestindo-me de uma camisa permanente nos botões fechados por ti, denuncia-te.
Adivinho-te aqui, tão próximo quanto possível. Gostava de me surpreender ao saber pensares em mim da mesma maneira que eu penso em ti, contrariando a má sorte a que nos destinámos.
O hálito, que acompanha os meus sonhos vestindo-me de uma camisa permanente nos botões fechados por ti, denuncia-te.
Adivinho-te aqui, tão próximo quanto possível. Gostava de me surpreender ao saber pensares em mim da mesma maneira que eu penso em ti, contrariando a má sorte a que nos destinámos.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Feliz 2010
"...a todos nós, os errants, que acreditamos que o Amor domina. Levantemo-nos e deixemos que ele brilhe."
WM. Paul Young A Cabana
WM. Paul Young A Cabana
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