segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sala de Baile

Dançamos? A música já está a tocar e é a mesma. Dançamos?
Depressa passa o teu braço pela minha cintura e aperta-me. A ti cabe a honra castigadora de conduzir e a mim a de ser reflexo em marioneta que de vez em quando solta o fio para dar um toque de anca que embale levemente para outro lado.
Dançamos? Na boca está a rosa, que ganha na surpresa, ainda tem os espinhos. Cuidado, que farpas a rasgar os lábios não são necessárias pois que eles estão em sangue.
Suave, com cetim nos ombros onde a outra mão pousa até sacudir o pescoço numa volta. Suave.
Dançamos? Uma dança de roda e doçura que vai mais dentro e toda a dança depende desses olhos que com o calor embaciam e onde se podem fazer desenhos.
Dançamos?

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