Não sei a cor do teu cabelo. Se louro, em melenas caídas, se escuro de corte quase pente zero, a deixar ver as veias que palpitam de cada vez que a voz entontece e sobe um decibel.
Não faço ideia da cor dos teus olhos, se verdes a mostrar um qualquer campo de relva, erva fresca cortada, onde nos sentaremos em pic-nics, se escuros como a noite que envolverá cada chegada a casa, parecia que o dia não acabava e já tardava a hora de te ver. Não advinho a tua altura, se grande suficiente para que chegues à prateleira de cima onde estão as taças para os morangos, ou se tens a que me fará andar de sapatos rasos o resto da vida para que haja alguma harmonia nos passeios em que pões o braço por cima dos meus ombros e me puxas para o teu.
Terás um copo esguio, trabalhado por algum desporto, o suficiente para que reconheça as linhas dos músculos sem que eles saltem ao mínimo acenar, ou terás uma barriguinha voltada ao céu, feita almofada onde a minha cabeça repousará no final de tudo arrumado.
Suponho que gostarás de música, de ouvir e até trautear no duche e naquelas alturas em que me quererás dizer alguma coisa já musicada, mas os gostos não se discutem e entre música clássica e heavy metal há um espectro tão grande de melodias que encontraremos uma que faremos nossa e que ouviremos juntos a menear ancas e sorrisos. Só não sei qual será e por isso vou ouvindo tudo o que paira no ar.
Desconheço qual o teu prato favorito, mas gosto do cozinhar e dos tachos subirá um aroma a um qualquer condimento usado a teu e a meu gosto.
Serás da praia, areia escaldante, melanina a ser puxada até rebentar a pele em sal, ou do campo, leve descansar rústico respirando pequenas golfadas de pinheiros ainda por cortar. Haverá 22 dias de férias anuais para que me digas sempre dos teus destinos e das paisagns em que gostas de te perder.
Talvez gostes de futebol, é grande a probabilidade, mas as cores dos nossos clubes podem ser diferentes e torceremos, com cachecóis postos ao pescoço, em discordância. Ou seremos os dois uma só voz a puxar pela mesma equipa até ficarmos roucos.
Não sei que língua falarás, mas estou certa que as palavras serão sempre servidas à mesa de cada vez que se quiser saciar a fome ou só a gula de nos ouvirmos falar em qualquer língua percebida, entendida, gritada ou sussurada.No meio disto o silêncio, confortável porque não é preciso encher tempos que são de cada um no meio do nós.
Não sei nada de ti. És um total desconhecido. Mas um dia virás no meio da multidão e daremos um encontrão que fará nascer o Amor alquimista tu és meu e eu sou tua!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
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1 comentário:
Que bom ler-te a esperança e redescobrir-te a mesma.
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