segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Número

Sete foram os movimentos para ir de um sitio para o outro.
Contei-os, um por um, desde a altura em que pego nas chaves do carro até que ele começa a andar numa direcção já feita na minha cabeça.
Sete foram os dias que me levaram a ter a certeza de um perfume para sempre na pele. Contei-os, um por um, desde o dia em que os olhos se abriram até voltarem a fechar sobre o resto da vida em perspectiva.
Sete foram as semanas até saber de mim vida, dentro, a nascer em sete milímetros. Contei-as, uma por uma, na medição do exame que confirmava.
Sete são os pecados capitais e sete as vidas em perdão, formas de gato.
Contei-os, um por um, enunciando alto para que o grito fosse levado pela sétima onda de ano novo e assim trouxesse outra espuma com as sete virtudes humanas.
Sete são as cores do arco-íris, sete as Maravilhas do Mundo, sete as notas musicais e sete os sábios da Grécia.
Sete são os anos do espelho partido a acabar em sete escravas no pulso que se abre para às sete morrer e às sete voltar a nascer o sol.

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