quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Verbos que continuam

Não te importes se tudo em nós estiver desalinhado com o resto do mundo.
Havemos de desenhar um perfeito arco-íris, com cores criadas pelos nossos olhares.
Não faz mal se tudo estiver ao contrário, pés para o alto, porque somos acrobatas e atiramo-nos no ar em voltas porque sabemos que nos seguramos um ao outro.
Pode ser Outono e as folhas caírem, mas o amor é perene e resiste ao passar de todas as estações que nos aquecem e arrefecem, nos bolsos furados do dia-a-dia, quando há contas para pagar e amortizações em prestações.
Não quero saber se estamos ocupados em pequenas coisas, em horários pré-definidos de entradas em trabalho, lavar de loiças, trânsitos e pendurar de roupas, porque tudo nos faz sorrir na cumplicidade que temos e do que somos um para o outro, quando os meus olhos sorriem para os teus e os teus braços se estendem para mim.
Não importa se a noite nos quer separar, como o sol da lua, porque nos eclipses nos encontramos e então somos dois num só sem hora marcada.
Nada disso interessa nem serve como pontos descritivos, porque o texto é escrito por nós e eu amo-te com todas as conjugações possíveis de verbos em passados-mais-que-perfeitos e futuros-possíveis se tu me pedires para esperar no presente.
Outubro de 2007

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostava que um dia escrevesses assim para mim. Quem sabe se eu um dia te disser que gostava, quem sabe...