"At first, all goes well, but after two or three months a pattern begins to emerge, and Grace understands that she’s trapped in a machine. Trause wants her and he doesn’t want her. He knows he should give her up, but he can’t give her up. He vanishes and reappears, withdraws and comes back, and each time he calls for her, she goes flying into his arms. He loves her for a day or a week or a month, and then his doubts return and he withdraws again. The machine goes off and on, off and on… and Grace isn’t allowed near the control switch. There’s nothing she can do to change the pattern."
Oracle night, Paul Auster
terça-feira, 30 de junho de 2009
Nunca parto inteiramente
Nunca parto inteiramente,
Não me dou à despedida
As águas vão simplesmente
Presas à sua nascente
É do seu modo de vida
Fica sempre qualquer coisa
Qualquer coisa por fazer
Às vezes quase lamento
Mas são coisas que eu invento
Com medo de te perder
Deixei um livro marcado
E um vaso de alecrim
Abri o meu cortinado
Fiz a cama de lavado
Para te lembrares de mim
Nunca parto inteiramente
Vivo de duas vontades:
Uma que vai na corrente,
A outra presa à nascente
Fica para ter saudades
Nunca parto inteiramente – Manuel Cruz
Não me dou à despedida
As águas vão simplesmente
Presas à sua nascente
É do seu modo de vida
Fica sempre qualquer coisa
Qualquer coisa por fazer
Às vezes quase lamento
Mas são coisas que eu invento
Com medo de te perder
Deixei um livro marcado
E um vaso de alecrim
Abri o meu cortinado
Fiz a cama de lavado
Para te lembrares de mim
Nunca parto inteiramente
Vivo de duas vontades:
Uma que vai na corrente,
A outra presa à nascente
Fica para ter saudades
Nunca parto inteiramente – Manuel Cruz
Mentiras
Odeio mentiras. Suponho que seja um sentimento comum à maior parte das pessoas. Também o é a mim. Odeio. Não falo de mentirinhas, daquelas que se dizem para dar um tom um bocadinho diferente à coisa, para proteger, para aligeirar. Essas eu consigo compreender, mesmo que não goste,mas consigo procurar um enquadramento para que existam. O que eu falo é da revolta das entranhas, vontade de partir a boca que diz as mentiras-burla! Aquelas que são ditas conscientemente para tirar partido, vantagem, moldar o nosso pensamento a uma realidade que não existe. Essas mentiras que nos querem burlar, que vêm com a intenção bem definida de nos enganar redondamente, para atingir um qualquer fim. Dá-me vómitos e mais ainda se quem as diz, confrontado com a verdade, enrola e usa as nossas palavras contra nós! O irónico disto tudo é que levam-me mais facilmente com a verdade nua e crua. É que depois descubro a mentira e não há maneira de dar a volta à questão!
Hoje descobri uma mentira burla e ainda não me passou a vontade de gritar!
Hoje descobri uma mentira burla e ainda não me passou a vontade de gritar!
Palavra
Hoje roubei palavra(s). Uma palavra muito grande.
"mamilahpinatapei" é a palavra mais sucinta do mundo. É dita na Terra do Fogo, dos dois lados da fronteira chileno-argentina, e significa:
"o olhar, olhos nos olhos, entre duas pessoas, cada uma a desejar que a outra inicie aquilo que ambas desejam, mas nenhuma tendo coragem de o fazer".
P.S-Obrigada P.Ch :)
"mamilahpinatapei" é a palavra mais sucinta do mundo. É dita na Terra do Fogo, dos dois lados da fronteira chileno-argentina, e significa:
"o olhar, olhos nos olhos, entre duas pessoas, cada uma a desejar que a outra inicie aquilo que ambas desejam, mas nenhuma tendo coragem de o fazer".
P.S-Obrigada P.Ch :)
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Couscous e caril verde
Não sei a cor do teu cabelo. Se louro, em melenas caídas, se escuro de corte quase pente zero, a deixar ver as veias que palpitam de cada vez que a voz entontece e sobe um decibel.
Não faço ideia da cor dos teus olhos, se verdes a mostrar um qualquer campo de relva, erva fresca cortada, onde nos sentaremos em pic-nics, se escuros como a noite que envolverá cada chegada a casa, parecia que o dia não acabava e já tardava a hora de te ver. Não advinho a tua altura, se grande suficiente para que chegues à prateleira de cima onde estão as taças para os morangos, ou se tens a que me fará andar de sapatos rasos o resto da vida para que haja alguma harmonia nos passeios em que pões o braço por cima dos meus ombros e me puxas para o teu.
Terás um copo esguio, trabalhado por algum desporto, o suficiente para que reconheça as linhas dos músculos sem que eles saltem ao mínimo acenar, ou terás uma barriguinha voltada ao céu, feita almofada onde a minha cabeça repousará no final de tudo arrumado.
Suponho que gostarás de música, de ouvir e até trautear no duche e naquelas alturas em que me quererás dizer alguma coisa já musicada, mas os gostos não se discutem e entre música clássica e heavy metal há um espectro tão grande de melodias que encontraremos uma que faremos nossa e que ouviremos juntos a menear ancas e sorrisos. Só não sei qual será e por isso vou ouvindo tudo o que paira no ar.
Desconheço qual o teu prato favorito, mas gosto do cozinhar e dos tachos subirá um aroma a um qualquer condimento usado a teu e a meu gosto.
Serás da praia, areia escaldante, melanina a ser puxada até rebentar a pele em sal, ou do campo, leve descansar rústico respirando pequenas golfadas de pinheiros ainda por cortar. Haverá 22 dias de férias anuais para que me digas sempre dos teus destinos e das paisagns em que gostas de te perder.
Talvez gostes de futebol, é grande a probabilidade, mas as cores dos nossos clubes podem ser diferentes e torceremos, com cachecóis postos ao pescoço, em discordância. Ou seremos os dois uma só voz a puxar pela mesma equipa até ficarmos roucos.
Não sei que língua falarás, mas estou certa que as palavras serão sempre servidas à mesa de cada vez que se quiser saciar a fome ou só a gula de nos ouvirmos falar em qualquer língua percebida, entendida, gritada ou sussurada.No meio disto o silêncio, confortável porque não é preciso encher tempos que são de cada um no meio do nós.
Não sei nada de ti. És um total desconhecido. Mas um dia virás no meio da multidão e daremos um encontrão que fará nascer o Amor alquimista tu és meu e eu sou tua!
Não faço ideia da cor dos teus olhos, se verdes a mostrar um qualquer campo de relva, erva fresca cortada, onde nos sentaremos em pic-nics, se escuros como a noite que envolverá cada chegada a casa, parecia que o dia não acabava e já tardava a hora de te ver. Não advinho a tua altura, se grande suficiente para que chegues à prateleira de cima onde estão as taças para os morangos, ou se tens a que me fará andar de sapatos rasos o resto da vida para que haja alguma harmonia nos passeios em que pões o braço por cima dos meus ombros e me puxas para o teu.
Terás um copo esguio, trabalhado por algum desporto, o suficiente para que reconheça as linhas dos músculos sem que eles saltem ao mínimo acenar, ou terás uma barriguinha voltada ao céu, feita almofada onde a minha cabeça repousará no final de tudo arrumado.
Suponho que gostarás de música, de ouvir e até trautear no duche e naquelas alturas em que me quererás dizer alguma coisa já musicada, mas os gostos não se discutem e entre música clássica e heavy metal há um espectro tão grande de melodias que encontraremos uma que faremos nossa e que ouviremos juntos a menear ancas e sorrisos. Só não sei qual será e por isso vou ouvindo tudo o que paira no ar.
Desconheço qual o teu prato favorito, mas gosto do cozinhar e dos tachos subirá um aroma a um qualquer condimento usado a teu e a meu gosto.
Serás da praia, areia escaldante, melanina a ser puxada até rebentar a pele em sal, ou do campo, leve descansar rústico respirando pequenas golfadas de pinheiros ainda por cortar. Haverá 22 dias de férias anuais para que me digas sempre dos teus destinos e das paisagns em que gostas de te perder.
Talvez gostes de futebol, é grande a probabilidade, mas as cores dos nossos clubes podem ser diferentes e torceremos, com cachecóis postos ao pescoço, em discordância. Ou seremos os dois uma só voz a puxar pela mesma equipa até ficarmos roucos.
Não sei que língua falarás, mas estou certa que as palavras serão sempre servidas à mesa de cada vez que se quiser saciar a fome ou só a gula de nos ouvirmos falar em qualquer língua percebida, entendida, gritada ou sussurada.No meio disto o silêncio, confortável porque não é preciso encher tempos que são de cada um no meio do nós.
Não sei nada de ti. És um total desconhecido. Mas um dia virás no meio da multidão e daremos um encontrão que fará nascer o Amor alquimista tu és meu e eu sou tua!
Tasmanices XXIV
Na festa de final de ano do colégio da Diaba, foi feito o desafio de se escrever um pequeno cartão com palavras de esperança, que depois seria atado a um balão e lançado para que quem o encontrasse, encontrasse, também, uma palavra dirigida.
Achei giro e lá fui com a Diaba para escrevermos o nosso.
Mãe- Então filha o que escrevemos aqui?
Diaba- Escrevemos Amor, Mãe, porque o Amor é o mais importante de tudo!
(Mais tarde a Mãe irá explicar-te que dinheiro, muito dinheiro, também é importante, mas por agora deixa-me ficar presa nos teus olhos... os olhos com que tu sorris e me enches...)
Numa pequena viagem de carro, a S. sussurava para me contar uma conversa que a Diaba tinha tido com ela. De repente, do outro lado do banco ouve-se:
Diaba- Ó S. olha que eu estou a ouvir tudo!
(Errr, pois! A minha filha tem sempre um olho no burro outro no cigano. Não lhe escapa uma... mil cuidados, é o que é preciso! Eheheh)
Achei giro e lá fui com a Diaba para escrevermos o nosso.
Mãe- Então filha o que escrevemos aqui?
Diaba- Escrevemos Amor, Mãe, porque o Amor é o mais importante de tudo!
(Mais tarde a Mãe irá explicar-te que dinheiro, muito dinheiro, também é importante, mas por agora deixa-me ficar presa nos teus olhos... os olhos com que tu sorris e me enches...)
Numa pequena viagem de carro, a S. sussurava para me contar uma conversa que a Diaba tinha tido com ela. De repente, do outro lado do banco ouve-se:
Diaba- Ó S. olha que eu estou a ouvir tudo!
(Errr, pois! A minha filha tem sempre um olho no burro outro no cigano. Não lhe escapa uma... mil cuidados, é o que é preciso! Eheheh)
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Intenção
Quietinha no meu canto. Bem quieta, sem mover um músculo, sem ir a lado algum.
Os caminhos por onde eu queria ir estão vedados e eu respeito demasiado a propriedade privada para andar a saltar muros. Por isso, vou ficar quieta no meu canto até que me passe o desassossego e outros caminhos se abram.
Os caminhos por onde eu queria ir estão vedados e eu respeito demasiado a propriedade privada para andar a saltar muros. Por isso, vou ficar quieta no meu canto até que me passe o desassossego e outros caminhos se abram.
Ensemble
O segredo é teres sempre os olhos fechados, dizia Laurinda. Assim que chegares, fecha os olhos. Desta maneira, tudo se passa dentro de ti. Podes imaginar o que quiseres, sonhar com o quiseres. Deixares que aquele perfume, tão querido num corpo e que te dá vómitos noutro, te invade e faça a música que tu queres.
A princípio achei estranho de conseguir. Como é que o simples facto de fechar os olhos poderia fazer com que fosse mais fácil ou mais mágico? Mas resolvi tentar.
Durante o dia era fácil, andava sempre de óculos escuros e fechava os olhos sem que ninguém notasse. À noite fazia-o com um sorriso e os outros pensavam que era por deleite, introspecção, querer sentir. Que me enchiam. E sentiam-se bem ao pensar que era isso que me faziam. Tolos! Enganei-os a todos, esses tolos tão cheios de si que nunca perceberam que os olhos fechados eram a maneira de sair dali. Do cheiro que gostava num corpo, não me fazer vomitar no deles. De olhos fechados podia estar onde quisesse, amar como quisesse, num estado só meu, num espaço só meu, num amor só meu. Só assim foi possível serem todos os que foram sem vomitar.
Nunca abri os olhos, nunca voltei a encontrar o cheiro e o corpo num só e apenas Laurinda sabia o meu segredo.
A princípio achei estranho de conseguir. Como é que o simples facto de fechar os olhos poderia fazer com que fosse mais fácil ou mais mágico? Mas resolvi tentar.
Durante o dia era fácil, andava sempre de óculos escuros e fechava os olhos sem que ninguém notasse. À noite fazia-o com um sorriso e os outros pensavam que era por deleite, introspecção, querer sentir. Que me enchiam. E sentiam-se bem ao pensar que era isso que me faziam. Tolos! Enganei-os a todos, esses tolos tão cheios de si que nunca perceberam que os olhos fechados eram a maneira de sair dali. Do cheiro que gostava num corpo, não me fazer vomitar no deles. De olhos fechados podia estar onde quisesse, amar como quisesse, num estado só meu, num espaço só meu, num amor só meu. Só assim foi possível serem todos os que foram sem vomitar.
Nunca abri os olhos, nunca voltei a encontrar o cheiro e o corpo num só e apenas Laurinda sabia o meu segredo.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
XXIV
"Se houvesse faróis suficientes
em todas as encostas e cabos,
se toda a deriva trouxesse
cantos épicos e novos sinos,
por deus, escreveria odes
outras que não te canto.
Tanta praia a escurecer,
tanto sol-posto, sentado,
debruçado sobre um sem tempo,
esperado pelo mundo,
comungando sem desejo.
Que houvesse monges e milénios
de um ócio inexpugnável,
que a alma vazia fosse mansão
de um ruído semelhante ao mar
para que eu fosse por ti desejado,
tanto quanto aqui existisse amor.
Esse espaço não tem sentido,
que ocupas.
Tanto és como outra surges.
A inconstância custa-me a paz,
e as línguas de terra pelo ponto adentro
iluminam sempre a mesma costa,
jogos de três espelhos, sem arcos.
A viciosa sorte desanima-me,
os joguetes de mãos nocivas
esgueiram-se entre os arvoredos.
Talvez consolado por essa água
que de sal me apresenta a noite,
caí sem oriente.
O corpo ferido reclama o teu descanso,
misteriosamente minha.
Estou sujo. Os faróis morrem.
Encontrasse eu outros portos
onde menos fosse o vento
e mais a tua presença."
PEDRO BRAGA FALCÃO
(de Do princípio, edições Cotovia, 2009)
em todas as encostas e cabos,
se toda a deriva trouxesse
cantos épicos e novos sinos,
por deus, escreveria odes
outras que não te canto.
Tanta praia a escurecer,
tanto sol-posto, sentado,
debruçado sobre um sem tempo,
esperado pelo mundo,
comungando sem desejo.
Que houvesse monges e milénios
de um ócio inexpugnável,
que a alma vazia fosse mansão
de um ruído semelhante ao mar
para que eu fosse por ti desejado,
tanto quanto aqui existisse amor.
Esse espaço não tem sentido,
que ocupas.
Tanto és como outra surges.
A inconstância custa-me a paz,
e as línguas de terra pelo ponto adentro
iluminam sempre a mesma costa,
jogos de três espelhos, sem arcos.
A viciosa sorte desanima-me,
os joguetes de mãos nocivas
esgueiram-se entre os arvoredos.
Talvez consolado por essa água
que de sal me apresenta a noite,
caí sem oriente.
O corpo ferido reclama o teu descanso,
misteriosamente minha.
Estou sujo. Os faróis morrem.
Encontrasse eu outros portos
onde menos fosse o vento
e mais a tua presença."
PEDRO BRAGA FALCÃO
(de Do princípio, edições Cotovia, 2009)
Uma especie de Tasmanice
A Diaba estava num daqueles dias em que “cabra” com tudo (expressão que basicamente define aquela neura que faz refilar com tudo, tudo).
Nos dias em que está assim, em que dispara em todas as direcções, geralmente aconteceu alguma coisa. Quando já estava na cama e depois de muita insistência minha, com falinhas mansas, lá veio tudo. Lágrimas e lágrimas, palavras que quase não se percebiam e um mundo de emoção daquele corpinho.
Finalmente contou a história. A Educadora da Diaba instituiu um género de jogo em que no final do dia os que se portaram bem têm direito a uma surpresa (um bombom, um rebuçado…). Ontem só uma coleguinha ganhou a surpresa. Foi a primeira vez que a Diaba não ganhou. Até aqui tudo mais ou menos bem. O grande problema foi que a Diaba achou que foi injusto, que merecia ganhar porque se portou muito bem, comeu tudo, fez os trabalhos, não fez barulhos. Doía-lhe a injustiça. Doía-lhe muito. E já não é a primeira vez que lhe dói, ela já disse não querer ir para a escola porque os outros portavam-se mal e a educadora ficava chateada e ela que se portava bem, não estava para aturar aquilo todos os dias (isto eram palavras dela).
Falámos muito sobre isto. Eu acho e defendo (mais uma teoria da batata) que a conversa também se educa. Também é necessário estimular o falar sobre tudo o que vai cá dentro e por isso tento sempre que ela diga o que pensa. E por isso, também, falámos na necessidade de ela falar com a Educadora sempre que sentir que é injusto.
Estas conversas revolvem-me as entranhas. Nunca sei exactamente o que dizer ou o que fazer e o que isso irá projectar no futuro. Nunca sei se a ajudo a aceitar que há muitas e recorrentes injustiças, se a estimulo a revoltar-se. Basicamente nunca sei o que ando a fazer…e isso mete-me muito medo. Mesmo muito.
Mas sei que continuo a achar bem, muito bem, estimular as conversas, mesmo que sejam difíceis. Estimulá-la a tê-las também, mesmo que a ela lhe custe. Mas também só tem cinco anos…
O resultado disto tudo foi um acordar bem disposto, cantorias até ao colégio, de mão dada, para falarmos as duas com a Educadora. A Educadora não estava, portanto combinei com a Diaba que no dia a seguir faríamos a mesma coisa e recebi em troca uns braços apertados no pescoço e um “Obrigada Mãe. És a melhor Mãe que eu podia ter.”
P.S- Não sei se sou, meu Amor, mas amo-te muito e tento fazer o meu melhor. Todos os dias. Mesmo não sabendo o que ando a fazer.
Nos dias em que está assim, em que dispara em todas as direcções, geralmente aconteceu alguma coisa. Quando já estava na cama e depois de muita insistência minha, com falinhas mansas, lá veio tudo. Lágrimas e lágrimas, palavras que quase não se percebiam e um mundo de emoção daquele corpinho.
Finalmente contou a história. A Educadora da Diaba instituiu um género de jogo em que no final do dia os que se portaram bem têm direito a uma surpresa (um bombom, um rebuçado…). Ontem só uma coleguinha ganhou a surpresa. Foi a primeira vez que a Diaba não ganhou. Até aqui tudo mais ou menos bem. O grande problema foi que a Diaba achou que foi injusto, que merecia ganhar porque se portou muito bem, comeu tudo, fez os trabalhos, não fez barulhos. Doía-lhe a injustiça. Doía-lhe muito. E já não é a primeira vez que lhe dói, ela já disse não querer ir para a escola porque os outros portavam-se mal e a educadora ficava chateada e ela que se portava bem, não estava para aturar aquilo todos os dias (isto eram palavras dela).
Falámos muito sobre isto. Eu acho e defendo (mais uma teoria da batata) que a conversa também se educa. Também é necessário estimular o falar sobre tudo o que vai cá dentro e por isso tento sempre que ela diga o que pensa. E por isso, também, falámos na necessidade de ela falar com a Educadora sempre que sentir que é injusto.
Estas conversas revolvem-me as entranhas. Nunca sei exactamente o que dizer ou o que fazer e o que isso irá projectar no futuro. Nunca sei se a ajudo a aceitar que há muitas e recorrentes injustiças, se a estimulo a revoltar-se. Basicamente nunca sei o que ando a fazer…e isso mete-me muito medo. Mesmo muito.
Mas sei que continuo a achar bem, muito bem, estimular as conversas, mesmo que sejam difíceis. Estimulá-la a tê-las também, mesmo que a ela lhe custe. Mas também só tem cinco anos…
O resultado disto tudo foi um acordar bem disposto, cantorias até ao colégio, de mão dada, para falarmos as duas com a Educadora. A Educadora não estava, portanto combinei com a Diaba que no dia a seguir faríamos a mesma coisa e recebi em troca uns braços apertados no pescoço e um “Obrigada Mãe. És a melhor Mãe que eu podia ter.”
P.S- Não sei se sou, meu Amor, mas amo-te muito e tento fazer o meu melhor. Todos os dias. Mesmo não sabendo o que ando a fazer.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Nick Cave & the Bad Seeds
Deve ser do calor... apetecia-me uma voz assim, ao entardecer, a sussurrar ao ouvido "Do you love me.."
Singularidades do Verão
Não me perguntes porque, mas hoje lembrei-me de ti mais do que no resto de todos os dias que já passaram. Não sei se foram as maçãs, bravo de esmolfe, as nossas preferidas, que vi já à venda, encaixotadas, bonitinhas e perfumadas, à espera que as roubemos, a correr, para as comer debaixo da ponte.
Deve ser porque também é tempo de morangos, arranjados com um bocadinho de açúcar, ou simples, dados à boca num jogo com vendas, um jogo para sobressair todos os outros sentidos.
É de certeza, pela praia, ao entardecer, cheia de gente que não incomodava a sacudir areia para cima porque estavam num perímetro exterior a nós.
É de certeza da hora em que (te) escrevo. A hora em que todos os trabalhos acabavam connosco num abraço com desejos de cama e de mesa, nessa bipolaridade que é o gostar tanto, tanto que o alimento somos nós, e as sedes são saciadas num qualquer repuxo à entrada do jardim.
No verão dá-me esta moleza, letargia, levemente embalada, como um passeio de cacilheiro, mão dada em frente ao sol. No Verão lembro-me da chegada, de surpresa, de um beijo nos meus lábios, repetido para que saia bem, um beijo à cinema, sem o nervoso miudinho que atrapalha as cabeças ao juntarem-se. Sem ainda saber que seria sempre à cinema.
No Verão lembro-me da partida. Naquela estrada, em qualquer estrada. Da partida.
Curiosas singularidades do Verão, embalado por lembranças difusas de felicidade e lágrimas.
Deve ser porque também é tempo de morangos, arranjados com um bocadinho de açúcar, ou simples, dados à boca num jogo com vendas, um jogo para sobressair todos os outros sentidos.
É de certeza, pela praia, ao entardecer, cheia de gente que não incomodava a sacudir areia para cima porque estavam num perímetro exterior a nós.
É de certeza da hora em que (te) escrevo. A hora em que todos os trabalhos acabavam connosco num abraço com desejos de cama e de mesa, nessa bipolaridade que é o gostar tanto, tanto que o alimento somos nós, e as sedes são saciadas num qualquer repuxo à entrada do jardim.
No verão dá-me esta moleza, letargia, levemente embalada, como um passeio de cacilheiro, mão dada em frente ao sol. No Verão lembro-me da chegada, de surpresa, de um beijo nos meus lábios, repetido para que saia bem, um beijo à cinema, sem o nervoso miudinho que atrapalha as cabeças ao juntarem-se. Sem ainda saber que seria sempre à cinema.
No Verão lembro-me da partida. Naquela estrada, em qualquer estrada. Da partida.
Curiosas singularidades do Verão, embalado por lembranças difusas de felicidade e lágrimas.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
41º graus
Correr à velocidade do tempo. Correr com ele ou contra ele, num qualquer corrupio que obriga às voltas sobre nós, para apanhar um tempo que nunca está parado. O tempo não volta. Como a água por baixo de uma ponte e é necessário correr a favor dele, como se fosse uma maré que nos ajuda a chegar à praia.
Das saudades da Lua inconsciente nasce sempre, sempre, um qualquer sol, que permite a volta da areia com que se constrói castelos e mais castelos, com janelas manuelinas trabalhadas com os limos que se encontram por ali. Nunca a saudade valerá mais do que o momento da areia nos joelhos e do murmúrio leve nas costas queimadas. E mesmo assim valerá sempre tanto quando se ganhou o mundo, e não se perdeu a alma, nem a alma dos que passam, ficam ou vão, mas que marcaram. Desses fazer outros ou os mesmos numa outra forma, bonita, como um filme singelamente filmado em cenários de cor e música tocada por qualquer arcanjo com uma harpa dourada.
Desse dourado saem notas que enchem os ouvidos e a boca até se partir os olhos, um para mim, outro para ti, balançados na linha do infinito que promete não ser mais uma fronteira mas apenas um horizonte que ficou para trás quando se acelerou o carro à velocidade do tempo e o tempo não volta e a saudade será sempre boa de se ter porque se viveu.
Das saudades da Lua inconsciente nasce sempre, sempre, um qualquer sol, que permite a volta da areia com que se constrói castelos e mais castelos, com janelas manuelinas trabalhadas com os limos que se encontram por ali. Nunca a saudade valerá mais do que o momento da areia nos joelhos e do murmúrio leve nas costas queimadas. E mesmo assim valerá sempre tanto quando se ganhou o mundo, e não se perdeu a alma, nem a alma dos que passam, ficam ou vão, mas que marcaram. Desses fazer outros ou os mesmos numa outra forma, bonita, como um filme singelamente filmado em cenários de cor e música tocada por qualquer arcanjo com uma harpa dourada.
Desse dourado saem notas que enchem os ouvidos e a boca até se partir os olhos, um para mim, outro para ti, balançados na linha do infinito que promete não ser mais uma fronteira mas apenas um horizonte que ficou para trás quando se acelerou o carro à velocidade do tempo e o tempo não volta e a saudade será sempre boa de se ter porque se viveu.
Fire
"Shake me into the night and I’m an easy lover
Take me into the fight and I’m an easy brother
And I’m on fire
Burn my sweet effigy I’m a road runner
Spill my guts on a wheel I wanna taste ah huh
And I’m on fire, and I’m on fire
And I’m on fire, I’m on fire
Wire me up to machines I’ll be your prisoner
Find it hard to believe, you are my murderer
I’m on fire behind you
Heads a falling sky
I’m on fire, I’m on fire"
Kasabian
Take me into the fight and I’m an easy brother
And I’m on fire
Burn my sweet effigy I’m a road runner
Spill my guts on a wheel I wanna taste ah huh
And I’m on fire, and I’m on fire
And I’m on fire, I’m on fire
Wire me up to machines I’ll be your prisoner
Find it hard to believe, you are my murderer
I’m on fire behind you
Heads a falling sky
I’m on fire, I’m on fire"
Kasabian
domingo, 21 de junho de 2009
Solstício
E.T
Pegando no filme “E.T- o extraterrestre” e na história de Jesus Cristo, encontram-se muitos paralelismos.
E.T foi trazido pela nave-mãe e deixado pelos seus na terra, assim como Jesus Cristo que foi enviado pelo Pai.
E.T era “profundamente bom” ajudava e até fazia um ou outro “milagrezito”. E.T foi perseguido por quem não o compreendia, Jesus Cristo também!
E.T morre, mas não morre e “ressuscita” para ser levado de novo para ao pé dos seus. Jesus Cristo também!
A brincadeira não é minha, é de Carlos Oliveira que se dedica ao estudo da Astrobiologia.
Segundo ele, os E.T’s fazem parte do nosso imaginário e projectamos neles a nossa visão de como seriam formas inteligentes de vida extra-terrestre, fazendo, por isso, muitas vezes correspondência ao que conhecemos (nós e o medinho do extraordinário mundo lá fora).
Este cientista, diz, também, citando o físico Freeman Dyson, que acredita que encontraremos, dentro de pouco tempo, formas de vida simples na Europa (lua de Júpiter).
Quis partilhar porque achei piada quando o vi falar e porque este ano é o Ano Internacional da Astronomia.
Descubram lá vidinha noutros lados, tá bem??! É que era uma desculpinha tão boa, tão boa, para tantas vezes achar que não sou deste planeta… :)
E.T foi trazido pela nave-mãe e deixado pelos seus na terra, assim como Jesus Cristo que foi enviado pelo Pai.
E.T era “profundamente bom” ajudava e até fazia um ou outro “milagrezito”. E.T foi perseguido por quem não o compreendia, Jesus Cristo também!
E.T morre, mas não morre e “ressuscita” para ser levado de novo para ao pé dos seus. Jesus Cristo também!
A brincadeira não é minha, é de Carlos Oliveira que se dedica ao estudo da Astrobiologia.
Segundo ele, os E.T’s fazem parte do nosso imaginário e projectamos neles a nossa visão de como seriam formas inteligentes de vida extra-terrestre, fazendo, por isso, muitas vezes correspondência ao que conhecemos (nós e o medinho do extraordinário mundo lá fora).
Este cientista, diz, também, citando o físico Freeman Dyson, que acredita que encontraremos, dentro de pouco tempo, formas de vida simples na Europa (lua de Júpiter).
Quis partilhar porque achei piada quando o vi falar e porque este ano é o Ano Internacional da Astronomia.
Descubram lá vidinha noutros lados, tá bem??! É que era uma desculpinha tão boa, tão boa, para tantas vezes achar que não sou deste planeta… :)
sexta-feira, 19 de junho de 2009
40º graus
Como se alguém soubesse explicar o que é a saudade. Essa palavra tão parecida a fado, que é mais que um amontoar de letras alinhadas. Tem um peso de toneladas quando dita, quando escrita, quando sentida e mesmo assim não se sabe bem explicar o que é.
S-a-u-d-a-d-e. Como uma ausência, ou falta, a vermelho como antigamente, embrulhada num qualquer papel pardo, ou talvez papel prata, porque a palavra, apesar do peso, brilha.
Como se alguém conseguisse explicar o que é a saudade quando estão 40º graus e o corpo derrete como se não tivesse esqueleto, dengoso, e de repente estamos feitos em poças de água, o que poderia ter o seu encanto se o calor deixasse que as crianças nos pulassem para dentro, espalhando-nos por toda a parte.
Gostava que conseguissem explicar. Ficaria sentada, mãos no regaço da saia plissada com padrões de xadrez, muito calada e de olhos abertos para que não perdesse nada e percebesse tudo. Podia ser que respirasse de alívio ao perceber que a saudade é como o fado, canta-se e depois já está, não se volta a cantar o mesmo fado num só espectáculo.
Podia ser que respirasse de alívio ao perceber que é uma palavra portuguesa, muito portuguesa, enraizada em nós como as sardinhas nas festas dos santos populares e como tal, há uma época em que não há, a não ser congeladas. Como as saudades, que se querem gordas e que no Inverno só existem congeladas e nessa altura come-se outros peixes, que a dieta mediterrânica é rica nisso e deve-se comer peixe numa alimentação saudável.
Como o adeus ao azul da Primavera, porque há mais três estações e as condições meteorológicas estão sempre a mudar.
Como o adeus, vou partir, mas levo (te) comigo (n)a saudade.
S-a-u-d-a-d-e. Como uma ausência, ou falta, a vermelho como antigamente, embrulhada num qualquer papel pardo, ou talvez papel prata, porque a palavra, apesar do peso, brilha.
Como se alguém conseguisse explicar o que é a saudade quando estão 40º graus e o corpo derrete como se não tivesse esqueleto, dengoso, e de repente estamos feitos em poças de água, o que poderia ter o seu encanto se o calor deixasse que as crianças nos pulassem para dentro, espalhando-nos por toda a parte.
Gostava que conseguissem explicar. Ficaria sentada, mãos no regaço da saia plissada com padrões de xadrez, muito calada e de olhos abertos para que não perdesse nada e percebesse tudo. Podia ser que respirasse de alívio ao perceber que a saudade é como o fado, canta-se e depois já está, não se volta a cantar o mesmo fado num só espectáculo.
Podia ser que respirasse de alívio ao perceber que é uma palavra portuguesa, muito portuguesa, enraizada em nós como as sardinhas nas festas dos santos populares e como tal, há uma época em que não há, a não ser congeladas. Como as saudades, que se querem gordas e que no Inverno só existem congeladas e nessa altura come-se outros peixes, que a dieta mediterrânica é rica nisso e deve-se comer peixe numa alimentação saudável.
Como o adeus ao azul da Primavera, porque há mais três estações e as condições meteorológicas estão sempre a mudar.
Como o adeus, vou partir, mas levo (te) comigo (n)a saudade.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Só te sonhar me morro de aflição*
Nunca me consegui esconder nos arbustos,
Aqueles pequenos e frondosos que enchem os parques infantis.
Nunca me consegui esconder porque
Sempre achei ter tamanho a mais e o cabelo ficava de fora
Hoje, se a infância voltasse, tentaria
Vestir um fato de joaninha, com bolinhas pintalgadas
Para que em qualquer folha me escondesse
E visse o mundo em todos os parques infantis.
Nunca me consegui esconder atrás das árvores
Aqueles plátanos gigantes que estão nos pátios das secundárias
Nunca me consegui esconder porque os galhos atrapalhavam
E na realidade não distingo plátanos de amoreiras
Hoje, se tivesse 16 anos, tentaria
Reconhecer as folhas que os distinguem
Como entendida em botânica
E afastaria os galhos para que tivesse uma visão ampla
Nunca me consegui esconder atrás de mim própria
Os olhos caem sempre que os tento virar
e quando dou por isso, reflectem
a expressão da boca e de todo o corpo.
Hoje, se conseguisse parar o tempo
Tocava a memória que à boca me chega
Com raízes profundas em forma de coração
Porque “só te sonhar me morro de aflição”. *
* AL Berto
Aqueles pequenos e frondosos que enchem os parques infantis.
Nunca me consegui esconder porque
Sempre achei ter tamanho a mais e o cabelo ficava de fora
Hoje, se a infância voltasse, tentaria
Vestir um fato de joaninha, com bolinhas pintalgadas
Para que em qualquer folha me escondesse
E visse o mundo em todos os parques infantis.
Nunca me consegui esconder atrás das árvores
Aqueles plátanos gigantes que estão nos pátios das secundárias
Nunca me consegui esconder porque os galhos atrapalhavam
E na realidade não distingo plátanos de amoreiras
Hoje, se tivesse 16 anos, tentaria
Reconhecer as folhas que os distinguem
Como entendida em botânica
E afastaria os galhos para que tivesse uma visão ampla
Nunca me consegui esconder atrás de mim própria
Os olhos caem sempre que os tento virar
e quando dou por isso, reflectem
a expressão da boca e de todo o corpo.
Hoje, se conseguisse parar o tempo
Tocava a memória que à boca me chega
Com raízes profundas em forma de coração
Porque “só te sonhar me morro de aflição”. *
* AL Berto
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Sexto
Dizem que o sexto sentido é coisa de mulheres. Um sentido a mais que os homens. O que advinha ou pressente ou intui ou o que for, que serve para nos por alerta, para nos proteger ou o que for.Se assim é, eu devia ser homem.
Parece que o tenho, mas constantemente prega-me rasteiras ou sou eu que não o entendo ou ouço. Ou então falta-lhe um sentido qualquer.
Eu acho que ele tenta, pobre coitado, como daquela vez em que o sexto fez disparar todos os sinais vermelhos. Todos os outros sentidos viram, mas todos acharam que era falha no sistema.
Pronto, o sexto tinha avariado e era preciso uma reparação geral!
O pobre coitado, de vez em quando, lá mandava mais sinais, directamente para o chefe, o Grande Cerebro, mas vinham logo os outros sentidos, que nem comissão de trabalhadores, defenderem-se acusando o sexto de estar com anomalias, o pobre coitado.
Ninguém me tira da cabeça, ou da dos outros sentidos, que o meu sexto não passa de um anão coxo, cego, surdo e mudo e que é por isso que não lhe dou grande valor.
Faço mal? Pois claro, devia tentar percebe-lo mais vezes até porque é necessária a integração dos sentidos com necessidades especiais. Devia aprender a comunicar com ele de uma outra forma. Ou não. Ou não e assumir de uma vez por todas que, nessas coisas de mulheres, sou homem e que o meu sexto não me serve para nada e o melhor é começar a andar de espada à cintura para me proteger!
terça-feira, 16 de junho de 2009
Enjoy the ride- Morcheeba
"If you close the door to your house
Don't let anybody in
It's a room that's full of nothing
All that underneath your skin
Face against the window
You can't watch it fade to grey
And you'll never catch the fickle windIf you choose to stay
But oh the road is long
The stones that you are walking on
Have gone
With the moonlight to guide you
Feel the joy of being alive
The day that you stop running
Is the day that you arrive
And the night that you got locked in
Was the time to decide
Stop chasing shadows
Just enjoy the ride"
Don't let anybody in
It's a room that's full of nothing
All that underneath your skin
Face against the window
You can't watch it fade to grey
And you'll never catch the fickle windIf you choose to stay
But oh the road is long
The stones that you are walking on
Have gone
With the moonlight to guide you
Feel the joy of being alive
The day that you stop running
Is the day that you arrive
And the night that you got locked in
Was the time to decide
Stop chasing shadows
Just enjoy the ride"
Espera
Vesti-me para me deitar. No pulso coloquei um relógio. Pequeno para não ocupar demasiada pele, mas grande o suficiente para poder ver o tempo que passa, o tempo que falta para a hora. Ir olhando, ansiosa, o rodar dos ponteiros que giram para ti.
No dedo anelar esquerdo, está um anel. Simples, com uma pequena pedra que cintila no escuro. No anelar esquerdo, que é o lado do coração, e por isso significa a troca e entrega quando as tuas mãos se entrelaçarem nas minhas para brincarmos às sombras chineses, projectadas com a luz do olhar. Daremos as mãos na cama como se passeássemos à beira mar e fosse necessário estar agarrado para que o mar percebesse que nenhuma onda nos levará.
Ao redor do pescoço um fio. Com pequenas pérolas, espaçadas, marcando os sítios onde os teus lábios vão encontrar a minha pele e arrepiar-me enquanto desces lentamente o contorno do meu colo, varrendo com os lábios todos os milímetros que encontras, para depois encostares a tua cara no meu peito e eu te poder adormecer, embalando as coisinhas pequenas do dia-a-dia num sono tranquilo.
Passei creme hidratante nas pernas que te irão enlaçar, nos braços que nos segurarão e em todo o corpo que tu vais puxar para ti. Quero que o sintas suave e fácil, tão fácil que não exista outro encaixe senão o do meu corpo hidratado contra o teu.
Perfumei-me com pequenas gotas de perfume. Pequenas e refrescantes como gotas de orvalho. Em sítios estratégicos para que o sintas mas não enjoe. Que o perfume não pode ser mais forte que a pele e eu gosto do contacto da tua na minha quando nos respiramos para dentro um do outro.
Vesti-me para me deitar. Porque um dia tu virás para ficar, e eu quero estar pronta para te receber.
No dedo anelar esquerdo, está um anel. Simples, com uma pequena pedra que cintila no escuro. No anelar esquerdo, que é o lado do coração, e por isso significa a troca e entrega quando as tuas mãos se entrelaçarem nas minhas para brincarmos às sombras chineses, projectadas com a luz do olhar. Daremos as mãos na cama como se passeássemos à beira mar e fosse necessário estar agarrado para que o mar percebesse que nenhuma onda nos levará.
Ao redor do pescoço um fio. Com pequenas pérolas, espaçadas, marcando os sítios onde os teus lábios vão encontrar a minha pele e arrepiar-me enquanto desces lentamente o contorno do meu colo, varrendo com os lábios todos os milímetros que encontras, para depois encostares a tua cara no meu peito e eu te poder adormecer, embalando as coisinhas pequenas do dia-a-dia num sono tranquilo.
Passei creme hidratante nas pernas que te irão enlaçar, nos braços que nos segurarão e em todo o corpo que tu vais puxar para ti. Quero que o sintas suave e fácil, tão fácil que não exista outro encaixe senão o do meu corpo hidratado contra o teu.
Perfumei-me com pequenas gotas de perfume. Pequenas e refrescantes como gotas de orvalho. Em sítios estratégicos para que o sintas mas não enjoe. Que o perfume não pode ser mais forte que a pele e eu gosto do contacto da tua na minha quando nos respiramos para dentro um do outro.
Vesti-me para me deitar. Porque um dia tu virás para ficar, e eu quero estar pronta para te receber.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Eheheeh
Acho que a "nossa" $$$$ não se está a dar bem com a primeira parte da reabilitação....Alguém lhe ponha alguma cena na água, por favor!!!!
Sentidos obrigatórios
Nem tudo tem de fazer sentido. Como gostar das borboletas e querer ser flor para que poisem, mas aquilo que mais se ama nas borboletas ser, precisamente, a liberdade do bater das asas. Que provoca um qualquer tornado, acaso, um caos. Contradição. Porque se a agarrar ela perde a cor das asas, mas se a largar sente-se a falta
Nem tudo tem de fazer sentido. Às vezes é melhor parar de o tentar fazer ou perceber. Como o bem e o mal na mesma fonte, quente e fria, em choques térmicos. Como as palavras que vem da esquerda quando na realidade queríamos que viessem da direita, porque fazia mais sentido, e era o sentido que se queria, como uma questão de prioridade definida no Código da Estrada.
Nada dirá mais do que o que nos diz nada. Assim, sem fazer sentido. Para não ser percebido nem tentado ser.
Nem tudo tem de fazer sentido. Às vezes é só o que é, acontece, incorpóreo, sem metafísicas, explicações rebuscadas. Como o coração que salta e julga-se capaz e quer, mas fica sem ver ou a ver o que faz e a imaginar o que não fez.
“És mesmo tu quando pensas que és outra coisa
E tu pensas que não, mas tu és mesmo bom a ser sempre
Quem és
Daí o teu motivo ser inapagável
Daí o teu desejo ser incontornável
O prazer é tão maleável
Daí o seu valor ser inestimável”*
Nem tudo tem de fazer sentido, como a trovoada em tempo de ser Verão.
*Manuel Cruz
Nem tudo tem de fazer sentido. Às vezes é melhor parar de o tentar fazer ou perceber. Como o bem e o mal na mesma fonte, quente e fria, em choques térmicos. Como as palavras que vem da esquerda quando na realidade queríamos que viessem da direita, porque fazia mais sentido, e era o sentido que se queria, como uma questão de prioridade definida no Código da Estrada.
Nada dirá mais do que o que nos diz nada. Assim, sem fazer sentido. Para não ser percebido nem tentado ser.
Nem tudo tem de fazer sentido. Às vezes é só o que é, acontece, incorpóreo, sem metafísicas, explicações rebuscadas. Como o coração que salta e julga-se capaz e quer, mas fica sem ver ou a ver o que faz e a imaginar o que não fez.
“És mesmo tu quando pensas que és outra coisa
E tu pensas que não, mas tu és mesmo bom a ser sempre
Quem és
Daí o teu motivo ser inapagável
Daí o teu desejo ser incontornável
O prazer é tão maleável
Daí o seu valor ser inestimável”*
Nem tudo tem de fazer sentido, como a trovoada em tempo de ser Verão.
*Manuel Cruz
Diário de Bordo- Dia VI
Hoje, de tão cedo que o sol não entrava pela janela, iríamos partir. Parece que S. Pedro, seja ele o Sr da Meteorologia ou o Rei do Tempo, do em forma de nuvens ou de raios de sol, não o outro Tempo, aquele outro que não é igual para nenhum de nós, parece que o S. Pedro, dizia eu, se lembrou que o melhor era não nos deixar ter saudades de partir. Porque ainda não o tínhamos feito e já estávamos com pena, aninhadas a um canto, como cão acossado “ Vai-te embora, que não és daqui e não te quero!”
Hoje, de tão cedo que o galo, desconcentrado por não reconhecer o Tempo, agora sim, aquele que se mede em horas e minutos, no relógio da Igreja que teima em soar a sino, o galo, dizia eu, cantava três vezes, como naquela outra história em que isso significava a renúncia, como a nossa renúncia ao arrumar das malas, ao varrer dos dias para debaixo do tapete, porque já tinham servido e agora eram só pó.
Hoje, de tão cedo que o orvalho ainda estava a brilhar nas folhas do pessegueiro mesmo em frente à varanda, ou seria da chuva que já caia, como um chorar triste de lamento por não vermos os pêssegos crescer e mudar de cor, no tempo, uma mistura do tempo solar com o tempo relógio.
Hoje, de tão cedo que foi o voo, que podia ser rasante e deixar a agradável brisa de algo que passou e foi agradável, que serve para saber que há voos, mas que não nos mergulha num voo picado, de tão cedo que foi o voo, dizia eu, o voo do reconhecimento em volta da arvore ou beiral onde fazer ninho, porque ai vai ser a casa onde vamos morar, nos tempos, sejam eles quais forem, que vem ai. Podia ser num para sempre, mas o sempre nunca se sabe bem como é, ou no que vai dar, ou que mão embaralhará as cartas numa qualquer jogada de sorte, podia ser num para sempre, dizia eu, mas é num para amanhã e depois.
Reconhecimento das mãos que se abrem, quando se começa a andar e se serve das mãos para tactear ou dar balanço, quando se começa a falar e a dizer que vimos para nos conhecermos e acabamos por ficar porque o conhecimento nunca acaba na admiração de tudo o que se é, em construções fortes e seguras, porque se começa no riso, singelo, do principio do gostar, do sentir, e se corre para mais do que um sentimento, uma presença, de tudo o que se sabe e não se perde já.
Hoje, de tão cedo que era, tirámos tudo e devolvemos de uma outra forma. Vamos partir, mas só do lugar, não mais do sentir.
P.S- Para vocês a quem não é preciso dizer nada, mas é: obrigada. Gosto, muito!
Fica a lamechice do ano, ok??? Não esperem muito mais deste “coração de pedra”. LOL
Hoje, de tão cedo que o galo, desconcentrado por não reconhecer o Tempo, agora sim, aquele que se mede em horas e minutos, no relógio da Igreja que teima em soar a sino, o galo, dizia eu, cantava três vezes, como naquela outra história em que isso significava a renúncia, como a nossa renúncia ao arrumar das malas, ao varrer dos dias para debaixo do tapete, porque já tinham servido e agora eram só pó.
Hoje, de tão cedo que o orvalho ainda estava a brilhar nas folhas do pessegueiro mesmo em frente à varanda, ou seria da chuva que já caia, como um chorar triste de lamento por não vermos os pêssegos crescer e mudar de cor, no tempo, uma mistura do tempo solar com o tempo relógio.
Hoje, de tão cedo que foi o voo, que podia ser rasante e deixar a agradável brisa de algo que passou e foi agradável, que serve para saber que há voos, mas que não nos mergulha num voo picado, de tão cedo que foi o voo, dizia eu, o voo do reconhecimento em volta da arvore ou beiral onde fazer ninho, porque ai vai ser a casa onde vamos morar, nos tempos, sejam eles quais forem, que vem ai. Podia ser num para sempre, mas o sempre nunca se sabe bem como é, ou no que vai dar, ou que mão embaralhará as cartas numa qualquer jogada de sorte, podia ser num para sempre, dizia eu, mas é num para amanhã e depois.
Reconhecimento das mãos que se abrem, quando se começa a andar e se serve das mãos para tactear ou dar balanço, quando se começa a falar e a dizer que vimos para nos conhecermos e acabamos por ficar porque o conhecimento nunca acaba na admiração de tudo o que se é, em construções fortes e seguras, porque se começa no riso, singelo, do principio do gostar, do sentir, e se corre para mais do que um sentimento, uma presença, de tudo o que se sabe e não se perde já.
Hoje, de tão cedo que era, tirámos tudo e devolvemos de uma outra forma. Vamos partir, mas só do lugar, não mais do sentir.
P.S- Para vocês a quem não é preciso dizer nada, mas é: obrigada. Gosto, muito!
Fica a lamechice do ano, ok??? Não esperem muito mais deste “coração de pedra”. LOL
domingo, 14 de junho de 2009
Diário de Bordo- Dia V
Mais do mesmo. Felizmente! Gargalhadas, piscina, sol, bebidas fresquinhas.
Bem estar. Muito. Sorrir de todas as maneiras.
O assador de serviço torna-se personagem real. Não me admirava que mais um dia e ficasse com bigode e pelos no peito, que exibiria alegremente, emoldurados por uma corrente com um crucifixo, a baloiçar vertiginosamente no meio de uma camisola de alças de fibra perfurada.
As horas estendem-se nos passeios nocturnos e no inicio, pequenino, envergonhado, da birra do não querer ir. Querer ficar. No bem-estar.
Bem estar. Muito. Sorrir de todas as maneiras.
O assador de serviço torna-se personagem real. Não me admirava que mais um dia e ficasse com bigode e pelos no peito, que exibiria alegremente, emoldurados por uma corrente com um crucifixo, a baloiçar vertiginosamente no meio de uma camisola de alças de fibra perfurada.
As horas estendem-se nos passeios nocturnos e no inicio, pequenino, envergonhado, da birra do não querer ir. Querer ficar. No bem-estar.
sábado, 13 de junho de 2009
Pausa
"Primeiro a lágrima, depois a pérola. Entre a lágrima e a pérola, acontecemos."
Casimiro de Brito
Casimiro de Brito
Diário de Bordo - Dia IV
Agora sim. Agora somos nós. Sem qualquer tipo de véu, filtro ou desculpa.
Sol, muito sol. Piscina, muita piscina. Bubida. Muita bubida em forma de amoroska (caipiroska com amora... divinal), morangoska e sangria.
Até houve sardinhada!
E de todas quem é que foi para a grelha, fazer de assador?? A miúda com propensão natural para o desastre! Quando me virem e disserem "Ah e tal, tás morena..." a verdade é que "ah e tal tive a fazer de assador de serviço".
Depois disto tudo, passeatas para "desmoer" e dançar à frente do carro da GNR, que fica sempre bem a qualquer grupo de meninas bem comportadas. :)
P.S- Acho que só me trouxeram porque eu cozinho...
Sol, muito sol. Piscina, muita piscina. Bubida. Muita bubida em forma de amoroska (caipiroska com amora... divinal), morangoska e sangria.
Até houve sardinhada!
E de todas quem é que foi para a grelha, fazer de assador?? A miúda com propensão natural para o desastre! Quando me virem e disserem "Ah e tal, tás morena..." a verdade é que "ah e tal tive a fazer de assador de serviço".
Depois disto tudo, passeatas para "desmoer" e dançar à frente do carro da GNR, que fica sempre bem a qualquer grupo de meninas bem comportadas. :)
P.S- Acho que só me trouxeram porque eu cozinho...
Diário de Bordo-Dia III
De Salamanca, fica para memória a cidade em cor-de rosa. Gravatas penduradas nos monumentos, manequins cor-de-rosa em todo o lado, um calor abrasador, cultura em forma de lojas. Muitas! Ruas acima, ruas abaixo.
Fica a fotografia de uma a ser molestada por um homem cor de rosa e de a Diaba, só para defender a Amiga, ter partido a maozita ao abusador. Fica a frase colada, no placard, para que toda a gente possa ler " O mar gelado, revolto e livre, afirma que todo o sexo é erva rápida!". A nossa frase. Tão verdade! Eheheh.
Mais 300km, interrompidos, apenas, para uma tentativa de homicidio colectivo com sal e gordura.
Chegámos.
Fica a fotografia de uma a ser molestada por um homem cor de rosa e de a Diaba, só para defender a Amiga, ter partido a maozita ao abusador. Fica a frase colada, no placard, para que toda a gente possa ler " O mar gelado, revolto e livre, afirma que todo o sexo é erva rápida!". A nossa frase. Tão verdade! Eheheh.
Mais 300km, interrompidos, apenas, para uma tentativa de homicidio colectivo com sal e gordura.
Chegámos.
Diário de bordo- Dia II
É dia de Portugal e Comunidades e mais o Camões e tudo e tudo. Como boas nacionalistas o que fazemos?? Vamos até Espanha! Só para mostrar aos nuestros hermanos quem manda na Península! E lá fomos... Assim que passámos a fronteira, a Diaba que já está no espírito da coisa, gritava " Vamos partir aquele sitio todo!"
E é isto! Há lá forma mais agerrida de mostrar o amor à patria!
Passados 300 kms, chegámos. E sim partimos aquilo tudo. Era revueltos pelo ar em direcção a estomagos esfomeados, ele era sangria em brindes para gargantas ressequidas... E só não foi mais porque os senhores resolveram que a velha tradição de se começar a jantar às 22H00 já não é o que era e "ide lá embora que queremos ir para casa".
Demos a volta pela cidade, que estava numa bonita festa cor-de-rosa e identificámos os sitios para atacar no dia a seguir. Marcados no mapa. Para que saibam que com tugas, no dia de Portugal e Comunidades e mais o Camões e tudo e tudo, não se brinca!
E é isto! Há lá forma mais agerrida de mostrar o amor à patria!
Passados 300 kms, chegámos. E sim partimos aquilo tudo. Era revueltos pelo ar em direcção a estomagos esfomeados, ele era sangria em brindes para gargantas ressequidas... E só não foi mais porque os senhores resolveram que a velha tradição de se começar a jantar às 22H00 já não é o que era e "ide lá embora que queremos ir para casa".
Demos a volta pela cidade, que estava numa bonita festa cor-de-rosa e identificámos os sitios para atacar no dia a seguir. Marcados no mapa. Para que saibam que com tugas, no dia de Portugal e Comunidades e mais o Camões e tudo e tudo, não se brinca!
Diário de Bordo- Dia I
A chegada foi ontem, mas só hoje nos entranhámos no conhecer da terra e dos nativos.
A manhã foi pacata. Precisávamos de viveres, manutenções, para os dias que vinham ai.
Os nativos são um bocado estranhos... não percebemos bem o que dizem.. "Eu agora não posso por açucar" dizia o nativo 1. "Então? Anda na diabetes?" respondeu o nativo 2. Não conseguimos perceber esta forma de comunicação...Como não precebemos o nativo estranho, com botas sujas de terra, camisa sem mangas, que na esplanada do café bebia um chá e lia um qualquer livro. Ficou o registo para estudos futuros!
Passada a observação dos nativos resolvemos observar a flora. Escolhemos um sitio bonito, com cascatas e... perdemo-nos! Andámos pelas montanhas, em caminhos juntos a precipicios. E andamos...e andamos...subimos, pés e mãos nas pedras... e subimos... e andamos! A determinada altura vimos ao longe, do tamanho de formiga, a viatura que nos trouxe a esta terra, ao fundo, ao fundo e sem conseguirmos perceber como iamos para lá. Embranhadas no meio do denso arvoredo pareciamos uma qualquer parte do projecto Blair Witch, ou os Lost, mas sem praia. Finalmente fomos parar muito perto da civilização, mas mais aventuras nos esperavam. Para conseguir lá chegar tinhamos de passar pela fera mais feroz até já encontrada. Alguém gritava "ele está em posição de ataque! Aí as pernas da menina" enquanto me lançava contra a criatura feroz! Dei meia volta e a criatura também. A mesma voz gritava " Ai que ele nos está a cercar"! Pânico! Gritos, gritos e a Diaba a chorar até que encontramos um nativo que nos disse por onde ir e que a fera, afinal,era um cachorrinho que só queria brincar e saltava alegremente à nossa frente! Os menires que já estavam escondidos como armas de arremesso foram "delicadamente" deixados cair.
Ainda não refeitas deste encontro eis que nos defrontamos com a segunda fera. Desta vez não a vimos, só ouvimos "Não me tirem os brincos de princesa!!". Só porque alguém, curiosamente a mesma pessoa que gritava por causa de primeira fera, resolveu "roubar" flores de um canteiro privado" " Oh, mas é só para a menina"... A Diaba anda metida com gente da pesada, que rouba flores sem qualquer noção de moral ou ética!
De volta à sede salvou-se o dia com um belo repasto mui bem regado e as patites do "tó via, és o maior" enquanto esperavámos por mais dois membros da expedição, que chegaram de máximos a encadear tudo.
A manhã foi pacata. Precisávamos de viveres, manutenções, para os dias que vinham ai.
Os nativos são um bocado estranhos... não percebemos bem o que dizem.. "Eu agora não posso por açucar" dizia o nativo 1. "Então? Anda na diabetes?" respondeu o nativo 2. Não conseguimos perceber esta forma de comunicação...Como não precebemos o nativo estranho, com botas sujas de terra, camisa sem mangas, que na esplanada do café bebia um chá e lia um qualquer livro. Ficou o registo para estudos futuros!
Passada a observação dos nativos resolvemos observar a flora. Escolhemos um sitio bonito, com cascatas e... perdemo-nos! Andámos pelas montanhas, em caminhos juntos a precipicios. E andamos...e andamos...subimos, pés e mãos nas pedras... e subimos... e andamos! A determinada altura vimos ao longe, do tamanho de formiga, a viatura que nos trouxe a esta terra, ao fundo, ao fundo e sem conseguirmos perceber como iamos para lá. Embranhadas no meio do denso arvoredo pareciamos uma qualquer parte do projecto Blair Witch, ou os Lost, mas sem praia. Finalmente fomos parar muito perto da civilização, mas mais aventuras nos esperavam. Para conseguir lá chegar tinhamos de passar pela fera mais feroz até já encontrada. Alguém gritava "ele está em posição de ataque! Aí as pernas da menina" enquanto me lançava contra a criatura feroz! Dei meia volta e a criatura também. A mesma voz gritava " Ai que ele nos está a cercar"! Pânico! Gritos, gritos e a Diaba a chorar até que encontramos um nativo que nos disse por onde ir e que a fera, afinal,era um cachorrinho que só queria brincar e saltava alegremente à nossa frente! Os menires que já estavam escondidos como armas de arremesso foram "delicadamente" deixados cair.
Ainda não refeitas deste encontro eis que nos defrontamos com a segunda fera. Desta vez não a vimos, só ouvimos "Não me tirem os brincos de princesa!!". Só porque alguém, curiosamente a mesma pessoa que gritava por causa de primeira fera, resolveu "roubar" flores de um canteiro privado" " Oh, mas é só para a menina"... A Diaba anda metida com gente da pesada, que rouba flores sem qualquer noção de moral ou ética!
De volta à sede salvou-se o dia com um belo repasto mui bem regado e as patites do "tó via, és o maior" enquanto esperavámos por mais dois membros da expedição, que chegaram de máximos a encadear tudo.
domingo, 7 de junho de 2009
Férias
Não sei se hibernar se lagartar ao sol... mas vou ali uma semaninha brincar aos paradinhos, paradinhos, paradinhos,ok? E vai ser muito bom!
Avisos com carinho
Psiuu... sabem o que eu penso sobre amor e relações. Sabem das mil teorias da batata que defendo quando digo não às fronteiras ou leizinhas impostas. Sabem, não sabem?
Sabem que defendo que uma relação dá trabalho. Que nunca está conquistada, mas que se conquista todos os dias, com gestos, presenças, partilhas, não cair no facilitismo de "à e tal, já existimos". Que tem de se trabalhar e surpreender, tem de se estar e de se ser, tem de se regar.
Que só assim se consegue o mar individual dentro do oceano "nós". Dá trabalho? Sim, muito, mas este trabalho deve ser impulsionado pela básica vontade.
Por isso, revejam lá essa vossa posição nos últimos tempos. Façam lá uma regressãozita,ok? Eu sei, eu sei, vamos estar a próxima semana juntas, mas e depois? Por estarmos amanhã, não estamos ontem? Assim não sei se resistiremos...
Portanto vamos lá regar esta relação,ok? Pode ser com tinto ou com branco,morangoska ou caipinhinhas, ou se a Miss Lion fizer muita questão, com sardinhas, mas não vamos deixar que aconteça muitas vezes isto de deixarmos de ser party animals... (salva-se a S. A nossa relação sim, é um exemplo ao longos dos tempos!!)E agora vamos ali partir aquela vila e os hermanos todos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Sabem que defendo que uma relação dá trabalho. Que nunca está conquistada, mas que se conquista todos os dias, com gestos, presenças, partilhas, não cair no facilitismo de "à e tal, já existimos". Que tem de se trabalhar e surpreender, tem de se estar e de se ser, tem de se regar.
Que só assim se consegue o mar individual dentro do oceano "nós". Dá trabalho? Sim, muito, mas este trabalho deve ser impulsionado pela básica vontade.
Por isso, revejam lá essa vossa posição nos últimos tempos. Façam lá uma regressãozita,ok? Eu sei, eu sei, vamos estar a próxima semana juntas, mas e depois? Por estarmos amanhã, não estamos ontem? Assim não sei se resistiremos...
Portanto vamos lá regar esta relação,ok? Pode ser com tinto ou com branco,morangoska ou caipinhinhas, ou se a Miss Lion fizer muita questão, com sardinhas, mas não vamos deixar que aconteça muitas vezes isto de deixarmos de ser party animals... (salva-se a S. A nossa relação sim, é um exemplo ao longos dos tempos!!)E agora vamos ali partir aquela vila e os hermanos todos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Mergulhar
Sentada à secretária, olhos fixos no ecrã e do nada ouve-se pássaros a cantar.
Aqui. No meio do betão, do armado, contra as regras que não devem nunca ser fixas ou feitas para não se quebrarem. Como pequenas coisas que se descobrem por acaso, que nos entram pelos olhos e que nos mexem. Como os pássaros.
Às vezes é bom, enche e faz sorrir de todas as maneiras, às vezes é mau e esvazia e fica um oco qualquer.
Acho que devia ser legionária, sanguinária, ou qualquer coisa assim acabada em ária, como pária, para que não fosse tão emoção e não achasse piada aos pássaros a cantar. Porque, sejamos francos, pássaros a cantar é banal, não tem nada de novo ou de extraordinariamente belo, mas soube-me muito bem, como se fossem trompetas a anunciar qualquer entrada triunfal de uma personagem importante, ou a música que acompanha a acção dos filmes para que não seja só a visão a perceber.
Deve ser porque vou de férias. Volto a um sítio onde já fui muito feliz. Aquela felicidade simples, porque básica de vontade e risos. Como também vai ser agora, eu sei que sim, quando mergulhar no azul que vai hidratar o meu corpo e faze-lo voltar ao seu tamanho, já cheio da água que tem perdido. Longe e imersa, de mãos dadas com elas. As gargalhadas. Talvez haja pássaros.
Aqui. No meio do betão, do armado, contra as regras que não devem nunca ser fixas ou feitas para não se quebrarem. Como pequenas coisas que se descobrem por acaso, que nos entram pelos olhos e que nos mexem. Como os pássaros.
Às vezes é bom, enche e faz sorrir de todas as maneiras, às vezes é mau e esvazia e fica um oco qualquer.
Acho que devia ser legionária, sanguinária, ou qualquer coisa assim acabada em ária, como pária, para que não fosse tão emoção e não achasse piada aos pássaros a cantar. Porque, sejamos francos, pássaros a cantar é banal, não tem nada de novo ou de extraordinariamente belo, mas soube-me muito bem, como se fossem trompetas a anunciar qualquer entrada triunfal de uma personagem importante, ou a música que acompanha a acção dos filmes para que não seja só a visão a perceber.
Deve ser porque vou de férias. Volto a um sítio onde já fui muito feliz. Aquela felicidade simples, porque básica de vontade e risos. Como também vai ser agora, eu sei que sim, quando mergulhar no azul que vai hidratar o meu corpo e faze-lo voltar ao seu tamanho, já cheio da água que tem perdido. Longe e imersa, de mãos dadas com elas. As gargalhadas. Talvez haja pássaros.
Aureus
Falling...
Fall of an angel...
You can see the fall...
When you're feeling high...
(Yo estoy dentro de las sombras)
When you kiss the earth
Angel of your mind I'm blowing
Dentro de tus suegos mas profundos
Yo te oigo me llamas
Tus miedos profundos
Me ves cayendo
Me caigo (Falling)
Vivo dentro de tu spiritu
(Fall of an angel)
La tiendo dentro de tu corazon
You can see the fall... Angel...
In your deepest dreams
Sufriendo, fluyendo dentro de ti
(Fall of an angel)
Besando la tierra
Asciende te, levantando te
Fluyendo dentro de ti
Atraves de ti
Cuando te lavantas
Cuando esta triste
Cuando lloras con la luvia
As oceans collide
From the moon grows the sun
Arrest my breath
With no name and no one
Silence of the sound
And the color of the night
The sounds from the thoughts
And the thoughts from light
Fluid and sinking
I melt into the light
There's nothing but space
And and my soul can take flight
Silence of the sound
And the colors of the night
The sounds from the thoughts
And the thoughts from light
Fall of an angel...
Falling...
Aureus/Rain One - Varekai, Cirque do Soleil
Fall of an angel...
You can see the fall...
When you're feeling high...
(Yo estoy dentro de las sombras)
When you kiss the earth
Angel of your mind I'm blowing
Dentro de tus suegos mas profundos
Yo te oigo me llamas
Tus miedos profundos
Me ves cayendo
Me caigo (Falling)
Vivo dentro de tu spiritu
(Fall of an angel)
La tiendo dentro de tu corazon
You can see the fall... Angel...
In your deepest dreams
Sufriendo, fluyendo dentro de ti
(Fall of an angel)
Besando la tierra
Asciende te, levantando te
Fluyendo dentro de ti
Atraves de ti
Cuando te lavantas
Cuando esta triste
Cuando lloras con la luvia
As oceans collide
From the moon grows the sun
Arrest my breath
With no name and no one
Silence of the sound
And the color of the night
The sounds from the thoughts
And the thoughts from light
Fluid and sinking
I melt into the light
There's nothing but space
And and my soul can take flight
Silence of the sound
And the colors of the night
The sounds from the thoughts
And the thoughts from light
Fall of an angel...
Falling...
Aureus/Rain One - Varekai, Cirque do Soleil
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Tempos
Como o fim igual ao principio
Ouve as coisas simples que batem
Nas vidraças opacas de um interior qualquer
Quando trazem notícias do sol de Neptuno
Tudo se inclina, ainda, na direcção do açúcar
Seiva morna como o interior de uma mulher
Mel que de tão doce e amarelo
Ainda traz os ferrões das abelhas obreiras
Tudo se inclina no imprevisto do escuro
Quando as luzes se apagam
E se acende uma vela directa à sombra
Do que não se prometeu mas deu.
Como o fim igual ao principio
Ouve as coisas simples que batem
Do vazio das gotas perfeitas ao sol
Entregues pelos CTT na morada do hoje.
Como no fim igual ao principio
Ouve as coisas simples que batem
No desejo das fontes frescas
Quando as mãos se abrem para ti.
Ouve as coisas simples que batem
Nas vidraças opacas de um interior qualquer
Quando trazem notícias do sol de Neptuno
Tudo se inclina, ainda, na direcção do açúcar
Seiva morna como o interior de uma mulher
Mel que de tão doce e amarelo
Ainda traz os ferrões das abelhas obreiras
Tudo se inclina no imprevisto do escuro
Quando as luzes se apagam
E se acende uma vela directa à sombra
Do que não se prometeu mas deu.
Como o fim igual ao principio
Ouve as coisas simples que batem
Do vazio das gotas perfeitas ao sol
Entregues pelos CTT na morada do hoje.
Como no fim igual ao principio
Ouve as coisas simples que batem
No desejo das fontes frescas
Quando as mãos se abrem para ti.
Circo
O espaço estava cheio de palavras por dizer. Ficaram suspensas no trapézio, a baloiçar para um lado e para o outro. Não havia rede por baixo, que as amparasse em caso de queda vertiginosa logo a seguir a saírem de um baloiço para o outro. As palavras ficavam sempre suspensas, no meio do ar, no vazio. Naquele pedaço de vácuo, ausência de matéria num espaço ou energia.
Já todos os números tinham sido executados. Vieram primeiro os palhaços, para descontrair a audiência. Por o público mais descontraído e receptivo ao resto do alinhamento. Rir é sempre gémeo do bem-estar e tinha de se preparar o terreno para os outros artistas que entravam a seguir. Vieram acrobatas que fizeram o publico gritar de susto e excitação. Vieram os mágicos que surpeenderam em "ohhs" as pequenas flores tiradas da cartola. O alinhamento não estava pensado em ordem de chegada ou de entrada, mas a determinada altura deviam entrar as palavras, porque faziam sempre parte. Elas entraram e subiram, mas ficaram suspensas no trapézio. A baloiçar para um lado e para o outro. Sem rede não podiam fazer o número e o público retirou-se triste por o espectáculo ficar (in)acabado.
Já todos os números tinham sido executados. Vieram primeiro os palhaços, para descontrair a audiência. Por o público mais descontraído e receptivo ao resto do alinhamento. Rir é sempre gémeo do bem-estar e tinha de se preparar o terreno para os outros artistas que entravam a seguir. Vieram acrobatas que fizeram o publico gritar de susto e excitação. Vieram os mágicos que surpeenderam em "ohhs" as pequenas flores tiradas da cartola. O alinhamento não estava pensado em ordem de chegada ou de entrada, mas a determinada altura deviam entrar as palavras, porque faziam sempre parte. Elas entraram e subiram, mas ficaram suspensas no trapézio. A baloiçar para um lado e para o outro. Sem rede não podiam fazer o número e o público retirou-se triste por o espectáculo ficar (in)acabado.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Abrir águas
Abrir comportas. Deixar correr, primeiro um pequeno fio que rebentará o dique. Abrir comportas. Deixar correr. Inundar campos estéreis, inundar como se fossem arrozais que do lago fazem cultura. Inundar campos que já foram perfeitos, sulcados, lavrados. Já alimentaram com as colheitas. Que depois se tornaram estéreis por já não poderem mais ser lavrados. Abrir comportas e deixar correr. Lavar as terras e tirar tudo o que está à tona, todas as dores e gritos do pó, todas as incertezas da terra que foi fértil, todas as dúvidas dos campos secos, áridos, marcados de frestas e tristeza daquilo que se tornaram quando se julgavam férteis e não eram. Lavar com água a correr.
Abrir comportas. Águas que não param de correr, que não param, que não param até se transformarem num oceano cheio de estrelas-do-mar que cairam do firmamento por tanto terem olhado a gigantesca íris dos olhos azuis do céu. Águas salgadas que correm até se tornarem glaciares por cima dos campos estéreis.
Abrir comportas. Águas que não param de correr, que não param, que não param até se transformarem num oceano cheio de estrelas-do-mar que cairam do firmamento por tanto terem olhado a gigantesca íris dos olhos azuis do céu. Águas salgadas que correm até se tornarem glaciares por cima dos campos estéreis.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Chás e tisanas
Água quente, a ferver. As folhas no fundo da chávena, à espera de serem molhadas. À espera que o calor desprenda a cor e o sabor. Folhas que dançam. Como o teu corpo no meu, quando digo que tenho de ir e me agarras e embalas, deitas água a ferver, ou o fervor do beijo para que eu me desprenda em cor e sabor.
Folhas de chá, de diferentes variedades, com sabores adquiridos no processamento por esmagamento, rasgo e enrolamento.
Como quando me esmagas contra ti, me rasgas de diferentes formas, por dentro e por fora, e enrolas nas tuas pernas e braços que parecem tentáculos que me prendem e não me deixam sair. Folhas de chá, que dançam até pousar no fundo da chávena, já morna e pronto a beber. Chá que os estudos científicos mostram ser benéfico para aumentar o metabolismo, ajudar no sistema imunológico e prevenir o stress e que outras crenças dizem dizer o futuro quando pousado depois da dança das folhas bebidas.
Como provas nada cientificas que revelam a calma sem qualquer stress de cada vez que o meu sistema imunitário baixa e me torna vulnerável, sem defesas ou anticorpos que me protejam do teu metabolismo que me quer acelerar numa corrida sem fim, de todas as vezes que da partida não há chegada, ou a chegada são dois gemidos em uníssono e nada mais, porque depois de bebido o chá não deixa borra como o café.
As folhas de chá, de diversos cantos, plantados em clima tropical, com calor, para que escondam ter fluoretos, que provocam artrite, e cafeína perturbante do sono. Que por isso não deve ser consumido em excesso. Como tudo na vida, os excessos fazem mal. Como o excesso de ti que me tolhe os movimentos em ossos retorcidos de tanto tentar sair das malhas dos teus. Como o excesso de ti que me deixa acordada quando estás para que te bebe e me deixa acordada quando não estás e entro em ressaca da falta que me faz beber-te. Folhas de chá que dançam quando a água é deitada, porque dela precisam para se desprenderem. Folhas de mim que de ti não preciso, mas quero. Para que me desprendas o sabor.
Folhas de chá, de diferentes variedades, com sabores adquiridos no processamento por esmagamento, rasgo e enrolamento.
Como quando me esmagas contra ti, me rasgas de diferentes formas, por dentro e por fora, e enrolas nas tuas pernas e braços que parecem tentáculos que me prendem e não me deixam sair. Folhas de chá, que dançam até pousar no fundo da chávena, já morna e pronto a beber. Chá que os estudos científicos mostram ser benéfico para aumentar o metabolismo, ajudar no sistema imunológico e prevenir o stress e que outras crenças dizem dizer o futuro quando pousado depois da dança das folhas bebidas.
Como provas nada cientificas que revelam a calma sem qualquer stress de cada vez que o meu sistema imunitário baixa e me torna vulnerável, sem defesas ou anticorpos que me protejam do teu metabolismo que me quer acelerar numa corrida sem fim, de todas as vezes que da partida não há chegada, ou a chegada são dois gemidos em uníssono e nada mais, porque depois de bebido o chá não deixa borra como o café.
As folhas de chá, de diversos cantos, plantados em clima tropical, com calor, para que escondam ter fluoretos, que provocam artrite, e cafeína perturbante do sono. Que por isso não deve ser consumido em excesso. Como tudo na vida, os excessos fazem mal. Como o excesso de ti que me tolhe os movimentos em ossos retorcidos de tanto tentar sair das malhas dos teus. Como o excesso de ti que me deixa acordada quando estás para que te bebe e me deixa acordada quando não estás e entro em ressaca da falta que me faz beber-te. Folhas de chá que dançam quando a água é deitada, porque dela precisam para se desprenderem. Folhas de mim que de ti não preciso, mas quero. Para que me desprendas o sabor.
Sê presença
És presença. É bom. Muito bom. A razão porque não quero falar é porque se começar sei que não vou parar, as palavras vão passar a ser definitivas e eu ainda não sei o que fazer com elas. É sempre assim, até que de alguma linha condutora faça coerencia, não as digo. Porque se as disser tomam corpo e do corpo é dificil não fazer significado. Irei dize-las. Irei falar contigo, só não agora quando tudo está como se fosse um dicionário, palavra por palavra, mas sem o encadeamento de um texto, de uma prosa, sem uma condição ou ordem.
Mesmo assim, vens, és presença e isso é muito.
Mesmo assim, vens, és presença e isso é muito.
Tasmanices XIII
A caminho da praia, sol a bater, janelas abertas, mãe e filha a cantar e a dançar. De repente, a voz da Diaba:
-Isto é que é vida. UUUUUUUUUUU
(Do carro ao lado,com 3 raparigas, vinham muitas gargalhadas ao olharem e ouvirem a Diaba)
Estas foram as duas músicas continuamente em repeat a pedido expresso da Diaba. São músicas de sol, dizia ela !!!!
KANYE WEST FEAT. CHRIS MARTIN "HOMECOMING"
Enviado por kanyewestofficial - Buscar outros videos de Musica.
esta não é a versão original, nem a que ouvimos, mas não consigo encontrar outra
-Isto é que é vida. UUUUUUUUUUU
(Do carro ao lado,com 3 raparigas, vinham muitas gargalhadas ao olharem e ouvirem a Diaba)
Estas foram as duas músicas continuamente em repeat a pedido expresso da Diaba. São músicas de sol, dizia ela !!!!
KANYE WEST FEAT. CHRIS MARTIN "HOMECOMING"
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esta não é a versão original, nem a que ouvimos, mas não consigo encontrar outra
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