Gosto muito. Gosto de ti todos os dias e todas as noites. Mesmo quando te odeio por gostar de ti. Mesmo quando me odeio por gostar de ti. Não que não mereças ou que eu mereça mais. Nada disso conta quando o que fala não é a boca ou o cérebro ou a pena da caneta ou qualquer outra gravação que não seja o que pulsa à beira da loucura de gostar.
Gosto dos teus cabelos nas minhas mãos, fugindo às minhas carícias. Dos teus olhos brilhantes, às vezes escorregadios para que não leia o que dizem quando a tua boca debita palavras elaboradas, complexas, fechadas à frieza e sarcasmo.
Gosto da tua boca muda, surda que com gestos me atraiçoa numa linguagem criada por elfos para que tudo seja código.
Gosto do teu corpo, tecido de leve caxemira, feito no alfaiate da moda para que me assente em todas as curvas .
Gosto quando o chão foge dos pés e caímos num buraco sem fundo, vertiginoso, onde a lua sorri e o sol prometeu brilhar na pequena casa à beira-mar e nada disto é verdade a não ser por breves momentos em que o tempo pára para nós sairmos.
Gosto, como se fosse um pacote de açúcar da Nicola “Um dia vou voltar a dizer-te que gosto de ti. Hoje é o dia”.
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