terça-feira, 16 de junho de 2009

Espera

Vesti-me para me deitar. No pulso coloquei um relógio. Pequeno para não ocupar demasiada pele, mas grande o suficiente para poder ver o tempo que passa, o tempo que falta para a hora. Ir olhando, ansiosa, o rodar dos ponteiros que giram para ti.
No dedo anelar esquerdo, está um anel. Simples, com uma pequena pedra que cintila no escuro. No anelar esquerdo, que é o lado do coração, e por isso significa a troca e entrega quando as tuas mãos se entrelaçarem nas minhas para brincarmos às sombras chineses, projectadas com a luz do olhar. Daremos as mãos na cama como se passeássemos à beira mar e fosse necessário estar agarrado para que o mar percebesse que nenhuma onda nos levará.
Ao redor do pescoço um fio. Com pequenas pérolas, espaçadas, marcando os sítios onde os teus lábios vão encontrar a minha pele e arrepiar-me enquanto desces lentamente o contorno do meu colo, varrendo com os lábios todos os milímetros que encontras, para depois encostares a tua cara no meu peito e eu te poder adormecer, embalando as coisinhas pequenas do dia-a-dia num sono tranquilo.
Passei creme hidratante nas pernas que te irão enlaçar, nos braços que nos segurarão e em todo o corpo que tu vais puxar para ti. Quero que o sintas suave e fácil, tão fácil que não exista outro encaixe senão o do meu corpo hidratado contra o teu.
Perfumei-me com pequenas gotas de perfume. Pequenas e refrescantes como gotas de orvalho. Em sítios estratégicos para que o sintas mas não enjoe. Que o perfume não pode ser mais forte que a pele e eu gosto do contacto da tua na minha quando nos respiramos para dentro um do outro.
Vesti-me para me deitar. Porque um dia tu virás para ficar, e eu quero estar pronta para te receber.

1 comentário:

Anónimo disse...

E que bem que te fica esse vestido...