Sentada à secretária, olhos fixos no ecrã e do nada ouve-se pássaros a cantar.
Aqui. No meio do betão, do armado, contra as regras que não devem nunca ser fixas ou feitas para não se quebrarem. Como pequenas coisas que se descobrem por acaso, que nos entram pelos olhos e que nos mexem. Como os pássaros.
Às vezes é bom, enche e faz sorrir de todas as maneiras, às vezes é mau e esvazia e fica um oco qualquer.
Acho que devia ser legionária, sanguinária, ou qualquer coisa assim acabada em ária, como pária, para que não fosse tão emoção e não achasse piada aos pássaros a cantar. Porque, sejamos francos, pássaros a cantar é banal, não tem nada de novo ou de extraordinariamente belo, mas soube-me muito bem, como se fossem trompetas a anunciar qualquer entrada triunfal de uma personagem importante, ou a música que acompanha a acção dos filmes para que não seja só a visão a perceber.
Deve ser porque vou de férias. Volto a um sítio onde já fui muito feliz. Aquela felicidade simples, porque básica de vontade e risos. Como também vai ser agora, eu sei que sim, quando mergulhar no azul que vai hidratar o meu corpo e faze-lo voltar ao seu tamanho, já cheio da água que tem perdido. Longe e imersa, de mãos dadas com elas. As gargalhadas. Talvez haja pássaros.
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2 comentários:
Hà de certeza... basta que tu estejas là! :)
Para seres uma palavra acabada em ária, talvez a que mais se adapte seja...
legendária!
Andei bastante ocupada nestas semanas... quem nem tempo de vir até aqui...
e queres saber um segredo?
Apetece-me pegar fogo à minha faculdade...
:P
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