terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cotação

Vem à lembrança de quando as letras vinham e iam, difusas, incompreensíveis de só reconhecer o “t” e o “u” combinados da mesma forma, “tu”, “tu” e “tu”.
Não poder escrever mais. As palavras escritas nem sempre são iguais às sentidas e, perdida, não saber de qual forma a verdade.
Que se danem os dicionários, prontuários, que alinhados não têm entrada da palavra certa para o hoje na pele.
Como um leve roçar dos lábios num peito inchado, em mamilos apontados e as mãos que passeiam, lentamente em direcção às coxas que se abrem para os mesmos movimentos. Nunca igual e não há uma palavra só que defina.
Porque das mesmas palavras se escreve Amor e Roma e são tão diferentes ou tão iguais na mostra da devoção e da sujidade.
E o eu, antes tu, a não ter compreendido tudo, a faltar um espaço, um intervalo, um completar de frase, quando a nossa desilusão descansa entre nós e os “felizes para sempre” não passa de uma expressão sobrevalorizada em bolsa.

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