Era o seu último gesto.
Tinha pensado meticulosamente como seria, ponto por ponto, segundo por segundo. Seria o último gesto, decidira.
Curiosamente sentia-se tranquilo, ao contrário do que pensava que iria sentir. A inevitabilidade do último. E tudo calmo.
Claro que admitia uma qualquer percentagem de não ser. Sabia bem demais que o nunca namorava o sempre, como o amor o ódio e o dia a noite.
Não controlava tudo, mas todos os planos tinham sido traçados medindo segundos.
As pessoas, como as coisas, são o que são e agora que da noite se adivinhava o relógio, era tarde demais para mudar e por isso ficava na decisão tomada.
Ia ser o último gesto. Como o último sorvo da bebida que se servira em gelo da fria torneira que parara de jorrar no coração seco demais para pulsar.
Desligou o computador. Estava feito.
Agora era esperar pelo som metálico que faria acompanhar o calor súbito.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
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