Do nada, veio a revelação: passaria a tratar todos os amores que por ela passassem por Muito. Sempre tinha gostado de nomes com M e Muito parecia-lhe adequado.
Logo a primeira vantagem era a de nunca mais se enganar num nome. Essa coisa que acontece e embaraça em faces ruborizadas a quem diz e a quem ouve. Seria sempre Muito, nada de Antónios ou Franciscos, Diogos ou Tiagos. Apenas Muito.
Os diálogos também ganhavam. As frases, ditas em sussurro ou em gritos ao mundo “Muito, meu Amor”, “Apeteces-me Muito” .
Quando na esplanada, a essa hora em que o mar engole o sol, ele se virasse e perguntasse “Gostas de mim?” só teria de responder “Muito…” e tudo estava no lugar certo.
Muito, Muito e Muito. Como gosta, sempre com Muito.
A ideia sobrevalorizada e ambicionada do “Felizes para sempre” também ganharia. Seria Ela&Muito para sempre. Independente do estilo do lado, das feições recortadas ou da cor de cabelo.
Anos e anos a passar e ao encontrar a amiga que não se via desde a Primavera passada, entre cumprimentos “então e estás com quem? “ , “Com o Muito”, responderia com um sorriso à palhaço. Bonita a imagem da permanência até que a voz, e todo o corpo, doa.
Era, sem dúvida, uma Muito boa ideia, pensou.
Se podia querer menos que Muito? Podia, mas não era a mesma coisa.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
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1 comentário:
os nomes com M têm um carisma especial...
um beijo MUITO grande.
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