"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade"
P.S- Ouvir na voz da Mariza
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
sábado, 27 de setembro de 2008
Perda
A Teoria da Metapsicanálise Freudiana considera que o sentimento da perda, é a falta humana, é sua lacuna. É a perda do objecto primordial. Perda é o mesmo que privação, e não ter o que já se teve (e que queríamos continuar a ter) doi. Como diz Al Berto:
"No fim do corpo em que me escondo espalhou-se
A treva onde
Guardo a corola azulínea de tua ausência (...)
É - me difícil continuar a escrever-te
O que me destrói - sei que estou fodido
E tu já não és meu.
Preparo-me para entreabrir os olhos e
Deixar escorrer a convulsão oleosa das lágrimas
E das coisas tristes."
Lidar com isto? Com o sentimento que consome, corroi, mata e leva um bocado de nós? Com o que deixa tudo em desalinho. Como se lida? Acredito que o sentimento de perda vem sempre associado com a revolta do principio oscilante entre a existencia do vazio e a dubialidade da existencia do ser mas sem realidade. Temos a certeza que existe, mas já não está lá...Nada desaparece assim, de um momento para o outro. Nada nos prepara para a perda, mesmo que vozes cá dentro nos digam que vai acontecer. E depois? O que vem depois?
No meio, a perda a transformar-se em pedra, ladrilha o caminho, abre o espaço e forma o dia-a-dia ao hábito do vazio. Transforma-se em poesia e a dor aperta nos momentos de saudade.
E no fim, tudo é principio e meio e o sentido da perda veio na pedra do caminho. Temo-las connosco, somos nós, todas as perdas, pedras que nos constroiem. Silêncio e reticências das coisas tristes. Mais nao sei nem posso dizer...
P.S - A ausência doi todos os dias.
"No fim do corpo em que me escondo espalhou-se
A treva onde
Guardo a corola azulínea de tua ausência (...)
É - me difícil continuar a escrever-te
O que me destrói - sei que estou fodido
E tu já não és meu.
Preparo-me para entreabrir os olhos e
Deixar escorrer a convulsão oleosa das lágrimas
E das coisas tristes."
Lidar com isto? Com o sentimento que consome, corroi, mata e leva um bocado de nós? Com o que deixa tudo em desalinho. Como se lida? Acredito que o sentimento de perda vem sempre associado com a revolta do principio oscilante entre a existencia do vazio e a dubialidade da existencia do ser mas sem realidade. Temos a certeza que existe, mas já não está lá...Nada desaparece assim, de um momento para o outro. Nada nos prepara para a perda, mesmo que vozes cá dentro nos digam que vai acontecer. E depois? O que vem depois?
No meio, a perda a transformar-se em pedra, ladrilha o caminho, abre o espaço e forma o dia-a-dia ao hábito do vazio. Transforma-se em poesia e a dor aperta nos momentos de saudade.
E no fim, tudo é principio e meio e o sentido da perda veio na pedra do caminho. Temo-las connosco, somos nós, todas as perdas, pedras que nos constroiem. Silêncio e reticências das coisas tristes. Mais nao sei nem posso dizer...
P.S - A ausência doi todos os dias.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Desafio
Primeiro o olhar. Olhos nos olhos. Para dentro. O peito a mostrar a batida mais forte. Desejo! As bocas que se curvam para dentro da outra, um beijo molhado. Línguas que exploram e se encontram. O olhar, olhos com fogo. Beijar a orelha, devagar, descendo pela curva do pescoço que se contrai num calafrio. E a língua que explora em pequenas descargas eléctricas. Mãos, passeiam pelo recorte dos ombros, param no peito e de repente a vontade que não se quer mais contida.
“Consegues sentir o meu desejo? ” pergunta ele enquanto leva a mão dela até ao membro viril que aponta a entrada. “Quero fazer amor contigo agora”, responde ela encostando a boca ao ouvido para que o sopro passe e mais uma vez o pescoço se contraia.
Lentamente ele puxa-a para a cama, para cima dele, as pernas que se cruzam, roçar o corpo em balanço leve, como uma dança ancestral.
Os corpos que sobem para que se tire a roupa. Brincar com os sentidos. Mãos e bocas que se confundem no mesmo espaço. A boca para no mamilo, leves mordidelas. Ela balança lentamente, quadris encaixados nos dele. Empurra-o e prende-lhe os braços descendo vertiginosamente até ao umbigo. Olha-o, provocando, enquanto desaperta a última barreira. Rodear, devagar, todo o ego dele e sentir a vontade a crescer. Ele puxa-a “Quero entrar em ti”. E entrar devagar, numa humidade quente que já ansiava por ser preenchida.
Possui-la docemente e um fluxo de ternura e desejo que vinha das entranhas, num estado de paixão.
Parar por um momento, túrgido e palpitante e depois recomeçar o movimento rítmico em contracções.
Pele, carne, dedos enterrados puxando-o para si pelo rabo. Depois ombros e forçá-lo até ao fundo. Olhos presos um no outro. Bocas sôfregas que mordem. Mais depressa.
Respirar ofegante cruzado com gotas de suor nos corpos que deslizam. Mais depressa. Ancas que balançam. “Quero ao mesmo tempo que tu”. Olhos nos olhos, dentro, perdidos, suplicantes por não aguentarem mais. “Então vamos”. Deixar vir todo o fluxo. Pernas à volta da cintura, apertando, apertando, num turbilhão de sensações que invadem a carne e deixam escapar pequenos gritos inconscientes num orgasmo perfeito de corpos fundidos. Cegos. Sentidos.
Ondas suaves que percorrem enquanto o coração volta ao normal e os corpos passam a dois.
Lado a lado, suados, bocas que sorriem. Olhos nos olhos. Quentes. E adormecem.
“Consegues sentir o meu desejo? ” pergunta ele enquanto leva a mão dela até ao membro viril que aponta a entrada. “Quero fazer amor contigo agora”, responde ela encostando a boca ao ouvido para que o sopro passe e mais uma vez o pescoço se contraia.
Lentamente ele puxa-a para a cama, para cima dele, as pernas que se cruzam, roçar o corpo em balanço leve, como uma dança ancestral.
Os corpos que sobem para que se tire a roupa. Brincar com os sentidos. Mãos e bocas que se confundem no mesmo espaço. A boca para no mamilo, leves mordidelas. Ela balança lentamente, quadris encaixados nos dele. Empurra-o e prende-lhe os braços descendo vertiginosamente até ao umbigo. Olha-o, provocando, enquanto desaperta a última barreira. Rodear, devagar, todo o ego dele e sentir a vontade a crescer. Ele puxa-a “Quero entrar em ti”. E entrar devagar, numa humidade quente que já ansiava por ser preenchida.
Possui-la docemente e um fluxo de ternura e desejo que vinha das entranhas, num estado de paixão.
Parar por um momento, túrgido e palpitante e depois recomeçar o movimento rítmico em contracções.
Pele, carne, dedos enterrados puxando-o para si pelo rabo. Depois ombros e forçá-lo até ao fundo. Olhos presos um no outro. Bocas sôfregas que mordem. Mais depressa.
Respirar ofegante cruzado com gotas de suor nos corpos que deslizam. Mais depressa. Ancas que balançam. “Quero ao mesmo tempo que tu”. Olhos nos olhos, dentro, perdidos, suplicantes por não aguentarem mais. “Então vamos”. Deixar vir todo o fluxo. Pernas à volta da cintura, apertando, apertando, num turbilhão de sensações que invadem a carne e deixam escapar pequenos gritos inconscientes num orgasmo perfeito de corpos fundidos. Cegos. Sentidos.
Ondas suaves que percorrem enquanto o coração volta ao normal e os corpos passam a dois.
Lado a lado, suados, bocas que sorriem. Olhos nos olhos. Quentes. E adormecem.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Eu
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Milão
Desde pequena que tenho um grande fascinio por Itália. Sempre fez parte do meu imaginário romântico. Itália... os monumentos (cheira-se história), as pessoas e a maneira quente como falam, a esbracejar em tom alto, a comida, as scooters que invadem todas as estradas, enfim... a paixão!
Por isso quando me disseram para ir a Milão, saltei de alegria e fiz logo as malas. Era em trabalho, apenas dois dias, mas não interessa, é o suficiente para eu poder "respirar" Itália.
Foi muito melhor do que podia ter pensado que seria. O grupo de trabalho muito bom, a sensação de ter mesmo feito alguma diferença naquela reunião, de poder partilhar o que sei e ajudar. E isso enche.
Tiveram a preocupação de nos levar a jantar, no primeiro dia, a um sitio cuidadosamente escolhido e muito fashion (5 estrelas) e no dia seguinte ao almoço levar a um restaurante tipico (que bela pasta).
Depois do dia inteiro de trabalho, finalmente o momento esperado: poder bater perna e conhecer a cidade. Isto:
.
Não é das cidades mais bonitas que conheço, mas aqui respira-se moda por todo o lado. La Squadra de la Moda é um quarteirão de prédios lindissímos em que porta sim, porta sim aparece uma griffe. D&G, Boss, Gucci, Armani.... tudo se encontra ali, basta ter um cartão de crédito ilimitado :) fabuloso. Simmmmmm eu quero viver naquela cidade e ser muitoooooooooooooooooo rica!
E depois encontrei isto:
É ou não é um pais de fantasia romantica???????
Mas esta é a parte turistica, que toda a gente que vai a Milão conhece.
Eu fui uma priveligiada. Para além do turistico tive oportunidade de conhecer outra Milão.
Fui jantar a um restaurante de um chefe em ascenção. Não vem nas recomendações dos travel books, mas devia.
Pequeno, com paredes forradas até meio de madeira verde. Estantes com livros de cozinha, louceiros dos anos 60 e gente boa, daquela gente italiana que se senta à nossa mesa e nos diz o que devemos comer enquanto serve um vinho que diz ser escolhido especialmente para "pessoas bonitas" como nós. Depois veio o risoto de aborbora com redução em vinho tinto (meu Deus!)seguido de uma carne em molho de caju e baunilha (de chorar por mais) e os miminhos em forma de queijo e enchidos. Claro que isto só foi possível porque o querido Giovanni mostrou o seu mundo. (yes i'm talking about you... told you that i will :)).
Depois foram copos em dois bares muito giros, fashion, como muita coisa em Milão, e a descoberta que as caipirinhas italianas são tão boas como as nossas.
A noite não podia ter acabado melhor. Acabou com o nascer do sol e uma volta de Piaggio por Milão inteiro. Uma Piaggio velha, com alguma ferrugem, mostradores redondos e grandes, a atravessar estradas e caminhos e o sol a nascer timidamente.
Milão foi um sonho de adolescência concretizado. Apetecia-me estar lá e sei que vou lá voltar.
Por isso quando me disseram para ir a Milão, saltei de alegria e fiz logo as malas. Era em trabalho, apenas dois dias, mas não interessa, é o suficiente para eu poder "respirar" Itália.
Foi muito melhor do que podia ter pensado que seria. O grupo de trabalho muito bom, a sensação de ter mesmo feito alguma diferença naquela reunião, de poder partilhar o que sei e ajudar. E isso enche.
Tiveram a preocupação de nos levar a jantar, no primeiro dia, a um sitio cuidadosamente escolhido e muito fashion (5 estrelas) e no dia seguinte ao almoço levar a um restaurante tipico (que bela pasta).
Depois do dia inteiro de trabalho, finalmente o momento esperado: poder bater perna e conhecer a cidade. Isto:
.
Não é das cidades mais bonitas que conheço, mas aqui respira-se moda por todo o lado. La Squadra de la Moda é um quarteirão de prédios lindissímos em que porta sim, porta sim aparece uma griffe. D&G, Boss, Gucci, Armani.... tudo se encontra ali, basta ter um cartão de crédito ilimitado :) fabuloso. Simmmmmm eu quero viver naquela cidade e ser muitoooooooooooooooooo rica!
E depois encontrei isto:
É ou não é um pais de fantasia romantica???????
Mas esta é a parte turistica, que toda a gente que vai a Milão conhece.
Eu fui uma priveligiada. Para além do turistico tive oportunidade de conhecer outra Milão.
Fui jantar a um restaurante de um chefe em ascenção. Não vem nas recomendações dos travel books, mas devia.
Pequeno, com paredes forradas até meio de madeira verde. Estantes com livros de cozinha, louceiros dos anos 60 e gente boa, daquela gente italiana que se senta à nossa mesa e nos diz o que devemos comer enquanto serve um vinho que diz ser escolhido especialmente para "pessoas bonitas" como nós. Depois veio o risoto de aborbora com redução em vinho tinto (meu Deus!)seguido de uma carne em molho de caju e baunilha (de chorar por mais) e os miminhos em forma de queijo e enchidos. Claro que isto só foi possível porque o querido Giovanni mostrou o seu mundo. (yes i'm talking about you... told you that i will :)).
Depois foram copos em dois bares muito giros, fashion, como muita coisa em Milão, e a descoberta que as caipirinhas italianas são tão boas como as nossas.
A noite não podia ter acabado melhor. Acabou com o nascer do sol e uma volta de Piaggio por Milão inteiro. Uma Piaggio velha, com alguma ferrugem, mostradores redondos e grandes, a atravessar estradas e caminhos e o sol a nascer timidamente.
Milão foi um sonho de adolescência concretizado. Apetecia-me estar lá e sei que vou lá voltar.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
RECONHECIMENTO À LOUCURA
Já alguém sentiu a loucura
vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar a forma de objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento?
Também.
E às vezes parecer ser o fim?
Exactamente.
Como o cavalo do soneto do soneto de Ângelo de Lima?
Tal e qual.
E depois mostrar-nos o que há-de vir
muito melhor do que está?
E dar-nos a cheirar uma cor
que nos faz seguir viagem
sem paragem
nem resignação?
E sentirmo-nos empurrados pelos rins
na aula de descer abismos
e fazer dos abismos descidas de recreio
e covas de encher novidade?
E de uns fazer gigantes
e de outros alienados?
E fazer frente ao impossível
atrevidamente
e ganhar-lhe, e ganhar-lhe
a ponto do impossível ficar possível?
E quando tudo parece perfeito
poder-se ir ainda mais além?
E isto de desencantar vidas
aos que julgam que a vida é só uma?
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?
Tu só, loucura, és capaz de transformar
o mundo tantas vezes quantas sejam as necessárias para olhos individuais.
Só tu és capaz de fazer que tenham razão
tantas razões que hão-de viver juntas.
Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta.
Só tu tens asas para dar
A quem tas vier buscar.
Almada Negreiros
vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar a forma de objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento?
Também.
E às vezes parecer ser o fim?
Exactamente.
Como o cavalo do soneto do soneto de Ângelo de Lima?
Tal e qual.
E depois mostrar-nos o que há-de vir
muito melhor do que está?
E dar-nos a cheirar uma cor
que nos faz seguir viagem
sem paragem
nem resignação?
E sentirmo-nos empurrados pelos rins
na aula de descer abismos
e fazer dos abismos descidas de recreio
e covas de encher novidade?
E de uns fazer gigantes
e de outros alienados?
E fazer frente ao impossível
atrevidamente
e ganhar-lhe, e ganhar-lhe
a ponto do impossível ficar possível?
E quando tudo parece perfeito
poder-se ir ainda mais além?
E isto de desencantar vidas
aos que julgam que a vida é só uma?
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?
Tu só, loucura, és capaz de transformar
o mundo tantas vezes quantas sejam as necessárias para olhos individuais.
Só tu és capaz de fazer que tenham razão
tantas razões que hão-de viver juntas.
Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta.
Só tu tens asas para dar
A quem tas vier buscar.
Almada Negreiros
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Compartimento
Uma amiga disse-me que se ia divorciar. "Não tenho medo de estar sozinha", disse ela. Ele telefonou-me e disse "Tenho medo da solidão."
Uma outra amiga separou-se pela segunda vez. Telefonou e disse "Cada vez custa mais estar sozinha!".
De outra amiga veio a perguntou "O que é isso de se sentir sozinha?"
Que posso eu dizer?
A solidão, este vírus corrosivo, não tem a ver com espaço fisico, com presenças ou ausências. Essas têm-se sempre, no papel dos amigos, da familia, dos que nos rodeiam e nos apoiam e amam.
Imaginar que o coração é um armário cheio de compartimentos. Estão lá as gavetas da amizade, da familia, das recordações, das dores, e está um espaço com uma grande placa luminosa a dizer...não sei bem que nome lhe dar..."o tal amor"?, o "teu amor"?, "companheiro, palhaço, amigo"?...(cada um que lhe de o nome que quiser). Esse é o compartimento onde está a Pessoa. Aquela Pessoa a quem chamamos "meu". Não é uma questão de posse, é uma questão de sentimento.
É aquela pessoa em que pensamos quando acordamos, quando algo acontece e queremos contar, que imaginamos quando nos deitamos e dizemos mentalmente "boa noite", que pensamos quando se fala de sentimentos. É aquela pessoa com quem se tem a ilusão de que há um amanhã, que nos faz rir e também sofrer. A pessoa que no momento mais verdadeiro de toda a vida, que é quando dormimos lado a lado (porque ai não há pensamento, razão, só o verdadeiro sentir) nos abraça e beija e com quem se dorme de mão dada. Até é aquela pessoa por quem nos perguntam como está. A pessoa a quem chamamos "meu". A quem se diz de todas as maneiras "sou tua e tu és meu" porque está aqui dentro, no compartimento, e nós estamos no dele.
Solidão, estar sozinha, é isto: ter o compartimento vazio. Não haver ninguém a quem chamar. O compartimento vazio. E a vontade de que esteja cheio. Sentir saudade que esteja cheio...
Uma outra amiga separou-se pela segunda vez. Telefonou e disse "Cada vez custa mais estar sozinha!".
De outra amiga veio a perguntou "O que é isso de se sentir sozinha?"
Que posso eu dizer?
A solidão, este vírus corrosivo, não tem a ver com espaço fisico, com presenças ou ausências. Essas têm-se sempre, no papel dos amigos, da familia, dos que nos rodeiam e nos apoiam e amam.
Imaginar que o coração é um armário cheio de compartimentos. Estão lá as gavetas da amizade, da familia, das recordações, das dores, e está um espaço com uma grande placa luminosa a dizer...não sei bem que nome lhe dar..."o tal amor"?, o "teu amor"?, "companheiro, palhaço, amigo"?...(cada um que lhe de o nome que quiser). Esse é o compartimento onde está a Pessoa. Aquela Pessoa a quem chamamos "meu". Não é uma questão de posse, é uma questão de sentimento.
É aquela pessoa em que pensamos quando acordamos, quando algo acontece e queremos contar, que imaginamos quando nos deitamos e dizemos mentalmente "boa noite", que pensamos quando se fala de sentimentos. É aquela pessoa com quem se tem a ilusão de que há um amanhã, que nos faz rir e também sofrer. A pessoa que no momento mais verdadeiro de toda a vida, que é quando dormimos lado a lado (porque ai não há pensamento, razão, só o verdadeiro sentir) nos abraça e beija e com quem se dorme de mão dada. Até é aquela pessoa por quem nos perguntam como está. A pessoa a quem chamamos "meu". A quem se diz de todas as maneiras "sou tua e tu és meu" porque está aqui dentro, no compartimento, e nós estamos no dele.
Solidão, estar sozinha, é isto: ter o compartimento vazio. Não haver ninguém a quem chamar. O compartimento vazio. E a vontade de que esteja cheio. Sentir saudade que esteja cheio...
sábado, 13 de setembro de 2008
Tapem os ouvidos!
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Último dia
Último dia de férias. O carro em movimento. A música, sempre a música em banda sonora dos momentos. Para onde ir?
Conduzo à toa, cigarro entre os dedos e pensamento livre.
Dou por mim em direcção ao mar. Querido, amargo, saudoso mar.
Não sei o que me atrai ali. Naquele povoado de mosquitos, de veraneio emproado em calções de flores e peles morenas com madeixas louras, mas sinto-me bem lá. Por isso, inconscientemente vou. Passar o último dia de férias. Para que me alinhe e inspire. Eu, comigo e ainda eu. Como só podia ser no último dia.
E vim, em direcção ao mar. "Que queres de mim?", "Quero que me guardes contigo e não me deixes partir."
O homem na toalha ao lado lê Rushdie e eu Lawrence. Ambos provocadores. E quem nos provoca a nós? Os dois sós? O "Amante de Lady Chatterley" a lembrar esta necessidade incessante de ser arrebatada. Para que faça sentido. O sol na pele já morena.
Conduzir outra vez e um Outro Futuro a lembrar:
" Eu nunca dei um passo atrás, que não fosse capaz de um dia o emendar. Sonhar com um outro futuro, muito menos puro que nos ponha a brilhar. Querer dar mais um passo, sem temer o fracasso, e por fim me entregar".
Junto ao mar, sol pela frente, óculos escuros e risos no carro ao lado porque canto e danço.
Volto à Margem. Também gosto de lá estar. Desta vez sem rosé, mas com crumble, porque a boca adoça as recordações.
"Dois tótós que baloiçam,
um para ti outro para mim,
no ridículo riso que saúda
o já falado, definitivo, fim".
O sorriso do olhar. Quente. Dou por mim a enrolar o cabelo em jeito de sono.
O abraço do rio ao mar, envergonhado, fundindo-se num só e o desfilar de pessoas, vidas e mãos dadas. Ficar a olhar. Descansar. Inspirar e ir embora.
Foi o último dia de férias.
Conduzo à toa, cigarro entre os dedos e pensamento livre.
Dou por mim em direcção ao mar. Querido, amargo, saudoso mar.
Não sei o que me atrai ali. Naquele povoado de mosquitos, de veraneio emproado em calções de flores e peles morenas com madeixas louras, mas sinto-me bem lá. Por isso, inconscientemente vou. Passar o último dia de férias. Para que me alinhe e inspire. Eu, comigo e ainda eu. Como só podia ser no último dia.
E vim, em direcção ao mar. "Que queres de mim?", "Quero que me guardes contigo e não me deixes partir."
O homem na toalha ao lado lê Rushdie e eu Lawrence. Ambos provocadores. E quem nos provoca a nós? Os dois sós? O "Amante de Lady Chatterley" a lembrar esta necessidade incessante de ser arrebatada. Para que faça sentido. O sol na pele já morena.
Conduzir outra vez e um Outro Futuro a lembrar:
" Eu nunca dei um passo atrás, que não fosse capaz de um dia o emendar. Sonhar com um outro futuro, muito menos puro que nos ponha a brilhar. Querer dar mais um passo, sem temer o fracasso, e por fim me entregar".
Junto ao mar, sol pela frente, óculos escuros e risos no carro ao lado porque canto e danço.
Volto à Margem. Também gosto de lá estar. Desta vez sem rosé, mas com crumble, porque a boca adoça as recordações.
"Dois tótós que baloiçam,
um para ti outro para mim,
no ridículo riso que saúda
o já falado, definitivo, fim".
O sorriso do olhar. Quente. Dou por mim a enrolar o cabelo em jeito de sono.
O abraço do rio ao mar, envergonhado, fundindo-se num só e o desfilar de pessoas, vidas e mãos dadas. Ficar a olhar. Descansar. Inspirar e ir embora.
Foi o último dia de férias.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Pois sim!
Depois de uma troca de palavras mais acessa e de um acesso de raiva do diabo da tasmania:
Mãe - Acho que deves ir para o teu quarto e pensar um bocado nisto tudo!
Diabo da Tasmania - Não preciso de pensar em nada, eu sei bem o que sinto!
Toma lá. Esta mania de estar sempre a falar no sentir só serve para me tramar! :)
Mãe - Acho que deves ir para o teu quarto e pensar um bocado nisto tudo!
Diabo da Tasmania - Não preciso de pensar em nada, eu sei bem o que sinto!
Toma lá. Esta mania de estar sempre a falar no sentir só serve para me tramar! :)
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Acorda Mulher
Encontrei um poema lindíssimo em página alheia (desculpa "roubar-te" gaijto-giro-com-óculos-escuros-ainda-que-do-FCP) e não resisti a partilhar.
São meramente palavras alinhadas de forma bonita, sem segundos sentidos. Para todos vós, porque são bonitas!
Na realidade, a verdadeira razão é que não tinha nada para dizer hoje, a não ser falar outra vez do carro e da lavadela que levou, porque parecia que trazia uma praia lá dentro!
Ao que interessa :
"açucar
tu para mim não és mais do que açucar
e eu queria tanto estar contigo
podia até ser por baixo de ti
a minha vida vai ficando mais curta
e o meu desejo está sempre a mudar
é isso que eu sou
se durmo só com uma às vezes sonho com mais de mil
ajudar
eu posso-te ajudar
eis o meu plano
tu fazes de conta
e eu torço para que me enganes bem
eu já notei
nenhum de nós é aquilo que diz
e o que temos em comum é que eu
pretendo tanto quanto tu ser ainda mais feliz
mãos no chão
boca aqui
pés na mão
e eu em ti
e tu em ti
filmas assim
filma tu
eu nu..."
(Manel Cruz - ACORDA MULHER in FogeFogeBandido)
São meramente palavras alinhadas de forma bonita, sem segundos sentidos. Para todos vós, porque são bonitas!
Na realidade, a verdadeira razão é que não tinha nada para dizer hoje, a não ser falar outra vez do carro e da lavadela que levou, porque parecia que trazia uma praia lá dentro!
Ao que interessa :
"açucar
tu para mim não és mais do que açucar
e eu queria tanto estar contigo
podia até ser por baixo de ti
a minha vida vai ficando mais curta
e o meu desejo está sempre a mudar
é isso que eu sou
se durmo só com uma às vezes sonho com mais de mil
ajudar
eu posso-te ajudar
eis o meu plano
tu fazes de conta
e eu torço para que me enganes bem
eu já notei
nenhum de nós é aquilo que diz
e o que temos em comum é que eu
pretendo tanto quanto tu ser ainda mais feliz
mãos no chão
boca aqui
pés na mão
e eu em ti
e tu em ti
filmas assim
filma tu
eu nu..."
(Manel Cruz - ACORDA MULHER in FogeFogeBandido)
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Simples
É verdade que é um bocado viciante. Parece que todos os dias há alguma coisa de que se pode escrever e que escrevendo se percebe, se sente, se pensa melhor.
Mas ontem acordei seca. Acordei seca. Estava a sonhar e embalada pelo sonho não queria abrir os olhos e ter de! Ter de! "Abre teus olhos", "Abre teus olhos". Lentamente, lá fui em busca das minhas muletas. As que vou colecionando para que em dias destes possa usar. São imagens, recordações, músicas, qualquer coisa que eu sei que me pode trazer um sorriso e um "Vamos lá". Nem sempre sou bem sucedida, e nem que use todas as muletas consigo chegar lá. Nesses dias deixo-me ir (às vezes tem de ser para recarregar baterias) até que alguma coisa me trás o sorriso de volta e passa a fazer parte da colecção de muletas.
Ontem acordei seca e as muletas não ajudaram. Doía-me a cabeça e queria voltar ao sonho. Tinha toda a angústia na ponta da unha mas lá me arrastei, boca amarga, até ao café da esquina, biquini vestido, toalha, braçadeiras, baldes e pás, tudo a postos. E sozinha comigo.
Então veio o sol, olhei para o lado e de mansinho veio outra vez a insconsciente crença. De mansinho, de mansinho, foi chegando.
Vai correr tudo bem!
Veio o sol e vai correr tudo bem! Assim, tão simples como isto "VAI CORRER TUDO BEM."
"Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, ilumina-me"
Mas ontem acordei seca. Acordei seca. Estava a sonhar e embalada pelo sonho não queria abrir os olhos e ter de! Ter de! "Abre teus olhos", "Abre teus olhos". Lentamente, lá fui em busca das minhas muletas. As que vou colecionando para que em dias destes possa usar. São imagens, recordações, músicas, qualquer coisa que eu sei que me pode trazer um sorriso e um "Vamos lá". Nem sempre sou bem sucedida, e nem que use todas as muletas consigo chegar lá. Nesses dias deixo-me ir (às vezes tem de ser para recarregar baterias) até que alguma coisa me trás o sorriso de volta e passa a fazer parte da colecção de muletas.
Ontem acordei seca e as muletas não ajudaram. Doía-me a cabeça e queria voltar ao sonho. Tinha toda a angústia na ponta da unha mas lá me arrastei, boca amarga, até ao café da esquina, biquini vestido, toalha, braçadeiras, baldes e pás, tudo a postos. E sozinha comigo.
Então veio o sol, olhei para o lado e de mansinho veio outra vez a insconsciente crença. De mansinho, de mansinho, foi chegando.
Vai correr tudo bem!
Veio o sol e vai correr tudo bem! Assim, tão simples como isto "VAI CORRER TUDO BEM."
"Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, ilumina-me"
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Caminhos
Voltei ao sitio onde durante dez anos passei férias. Voltei por amigos que esperavam para jantar.
Olhos quase fechados porque o caminho se sabe de cor. Entra aqui, contorna a rotunda (da vida) e cuidado com aquele cruzamento manhoso.
A cabeça sem parar. Nem as mãos ao volante, independentes do que se passa cá por cima.
Dez anos... o primeiro num estado de loucura que se pensava ser e não foi. Os outros nove, uma outra história, atravessando (vários) estados, percorrendo mapas e linhas.
Agora à esquerda e depois à direita, vamos parar onde costumávamos e comprar qualquer coisa para o jantar.
Era assim, foi assim ontem. Tanta recordação, tanta vida, tanta escolha, tantas marcas e qual vamos levar?
Laivos de nostalgia e ir em frente porque já são horas de jantar.
Espera, agora enganaste-te e o caminho não é esse! Não faz mal, que o caminho abre-se lá à frente e depois já sabes por onde é. Em automatico.
Chegar onde já se partiu sem olhar para trás, sem (des)enganos. Feliz por se ter o caminho de cor, cá dentro, como todos os outros que me fazem condutora sem gps.
E depois voltar, noite escura e o Muralhas que aliviou a trazer suaves recordações. Felizes. Porque a história já foi feita, não se repete, mas marcou em ferro e fogo. Está no puzzle do que sou.
A música para que me lembre:
"(...)Is part not giving in,
and part trusting your friends,
you'd do it all again,
you don't stop trying(...)
Standing in the way of control,
yeah live you life,
survive the only way that you know"*
Do nada, a vozinha lá atrás " A vida é mesmo uma festa. Às vezes temos é de ter paciência"
C'um caneco!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
*Gossip- Stand in the way of control
Olhos quase fechados porque o caminho se sabe de cor. Entra aqui, contorna a rotunda (da vida) e cuidado com aquele cruzamento manhoso.
A cabeça sem parar. Nem as mãos ao volante, independentes do que se passa cá por cima.
Dez anos... o primeiro num estado de loucura que se pensava ser e não foi. Os outros nove, uma outra história, atravessando (vários) estados, percorrendo mapas e linhas.
Agora à esquerda e depois à direita, vamos parar onde costumávamos e comprar qualquer coisa para o jantar.
Era assim, foi assim ontem. Tanta recordação, tanta vida, tanta escolha, tantas marcas e qual vamos levar?
Laivos de nostalgia e ir em frente porque já são horas de jantar.
Espera, agora enganaste-te e o caminho não é esse! Não faz mal, que o caminho abre-se lá à frente e depois já sabes por onde é. Em automatico.
Chegar onde já se partiu sem olhar para trás, sem (des)enganos. Feliz por se ter o caminho de cor, cá dentro, como todos os outros que me fazem condutora sem gps.
E depois voltar, noite escura e o Muralhas que aliviou a trazer suaves recordações. Felizes. Porque a história já foi feita, não se repete, mas marcou em ferro e fogo. Está no puzzle do que sou.
A música para que me lembre:
"(...)Is part not giving in,
and part trusting your friends,
you'd do it all again,
you don't stop trying(...)
Standing in the way of control,
yeah live you life,
survive the only way that you know"*
Do nada, a vozinha lá atrás " A vida é mesmo uma festa. Às vezes temos é de ter paciência"
C'um caneco!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
*Gossip- Stand in the way of control
terça-feira, 2 de setembro de 2008
O meu amor
"O meu amor ensinou-me a chegar,
sedento de ternura,
sarou as minhas feridas e pôs-me a salvo para além da loucura.
O meu amor ensinou-me a partir,
nalguma noite triste,
Mas antes ensinou-me, a não esquecer que o meu amor existe"
Jorge Palma
Assim foi, no bem que se fez. Aos dois. A mim. O voltar a ser por pura vontade.
E agora ganhar asas, a sorrir. Sorrir muito cá dentro. Sem (nunca) esquecer.
sedento de ternura,
sarou as minhas feridas e pôs-me a salvo para além da loucura.
O meu amor ensinou-me a partir,
nalguma noite triste,
Mas antes ensinou-me, a não esquecer que o meu amor existe"
Jorge Palma
Assim foi, no bem que se fez. Aos dois. A mim. O voltar a ser por pura vontade.
E agora ganhar asas, a sorrir. Sorrir muito cá dentro. Sem (nunca) esquecer.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Bebés e tecnologia
O telefone indicou mensagem. Eram duas da manhã e os olhos já estavam fechados. Fui ver e ainda bem. O sorriso remeloso ao ler a mensagem que anunciava o nascimento de um bebé. Parabéns Grande! Separa-nos um mundo de diferenças ideológicas, mas une-nos esta maneira de olhar para a vida com um riso fácil e sempre a acreditar. Parabéns Grande! Ainda me lembro da tua gargalhada (e como ela é sonora!!!!!!!) quando me confidenciaste que ias ser pai e eu te respondi com um abraço apertado e um beijo. Vai ser giro, muito giro e depois, daqui a uns tempos, passadas as fraldas e noites e já a respirar mais calmamente sei que me vais dizer que sim, que é mesmo sentir o amor a crescer todos os dias.
Por estes dias tem voltado a "ronda" dos bebés. Amigos que vão ser pais, amigos que voltaram a ser e amigos com planos do ser. Fixe! Que venham muitos para me pagarem a reforma :)
Sempre tive vontade de ter filhos (quem me conhece sabe deste meu lado acentuadamente maternalista!) e gostava de ter mais, sempre fez parte dos planos. De todos os planos. Não sei se os terei ou não (que os ovários tambem vão secando!) mas por enquanto vou-me deliciando com a minha e com os dos amigos.
Hoje já me valeu um elogio (arghhhh) de uma especie tuga, peito peludo e tatuagem a dizer 1973, que vendo o diabo da tasmania a brincar com outra criança, me disse qualquer coisa do genero " Só podia ser gira, com os genes da mãe". Lamento não poder dizer o mesmo dele. Eheheh.
É assustadoramente grandioso ter pequenos seres.
Só espero que venham mais mensagens como a de hoje. E hoje tinha de escrever sobre isto.
Parte II
Tecnologia. O que eu gosto da tecnologia quando serve para nos prender ao mundo, ao nosso mundo.
Sei que sou um bocado viciada nisto, mas que querem, eu gosto de presenças e consigo-as assim, usando a tecnologia.
Hoje foi um e-mail, foi o messeger, foi sms, foram telefonemas. Foram conversas sobre sentimentos, sobre o carinho imenso que trago comigo, em que embrulho quem quero bem. Foram decisões de vida e "discussões" sobre as opções a tomar. Foram, simplesmente, "olá, já cheguei e fui à praia. Tá tudo bem. Bjs".
Estar longe e tão perto. Um profundo bem estar.
Hoje foi um dia bom e calmo. Cá dentro. Tecnologicamente feliz.
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