quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Colo do Pai

Ontem apetecia-me colo. Muito! Toquei à campainha e foi ele que me abriu a porta. Os cumprimentos do costume : "Estás boa?", "Sim, mas estou gelada".
Malas em cima da cama, casacos despidos, um "Olá, Mãe" com um beijo prolongado na face e correr para ele. Precisava mesmo. Sentar-me no seu colo, enrolada, aninhada, mãos fechadas no peito e todo o corpo a relaxar. Os resmungos "Olha que já és pesada!" e o pedido "só um bocadinho que quero mimo!". Deixar-me ficar, com a mão sobre os meus ombros e só ficar. Menina, protegida, mimada. De novo a infância, sem peso, sem culpas, desculpas, corre-corre e tem de ser. Ele ainda nos chama de miúdas e nós ainda o chamamos de Papá ou Paizinho.
Sempre gostei e precisei do colo dele. Sem palavras. Não que não falemos, pelo contrário, falamos tudo, sobre tudo e mais ainda. Somos iguais, temos sempre opinião e a algo a dizer. Por isso, também, discutimos muito, muito mesmo, mas o seu colo sempre foi paz.
Foi dia de colo e de agradecer toda a sorte que tenho por o ter comigo. Eu sei que tenho mesmo muita sorte neste amor desmesurado que temos e na presença contínua e forte.

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