quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Gráfico

Cresceste-me desde o dia que te conheci. Cresceste-me. Cá dentro. De um ponto, que podia ser final, tornaste-te numa recta a que não vejo o fim. Pelos enormes túneis em que atravessamos os sinais vermelhos, sucumbidos a um qualquer vírus que os tornou sete cores de arco-íris, vieste e foi viagem. E eu sempre a dizer “ sê devagar” quando do espaço em que se devia acelerar me punha atrás de ti para que imprimisses o ritmo, com a minha mão no teu ombro, para reinos com construções de sabor a limão adocicado, em verde fresco de sopros de primavera.
Cresceste-me, um maior que eu, que rebentou a pele para sair e crescer muito mais, do ínfimo feto, não abortado porque querido, ao gigante em passos de viagens pelo mapa- múndi, dois hemisférios lado a lado e eu a querer saltar de continente para te ver viajar.
Estamos em viagens de mundos diferentes, duas estações que não se encontram a não ser quando, como hoje, o sol faz trovoada e do verão aparece um pouco do inverno.
Então, sento-me e bato nas teclas que fazem frases para te dizer que cresceste-me e que dos pontos de onde estás levo-te cá dentro para junto ao mar, num bem-querer tranquilo de tão grande quanto me és.

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