quarta-feira, 3 de março de 2010

Conversas

Há coisas que não te contei porque são como corvos, asas negras abertas, que assombram os meus dias, mesmo os de sol.
Não mas perguntaste como eu não te perguntei a ti de que terrores se cobrem as tuas noites, quando dás voltas e voltas na cama à procura de um lugar seguro.
Há coisas que não te disse porque…porque… em sons eu tenho medo.
Mas regista, para qualquer memória futura, que se mas perguntares, direi palavra por palavra os medos que me assaltam quando não estás por perto. Por ser este excesso de bagagem, do qual se aproveitam forças adversas, ao cair da noite, em forma de vampiros, para vir beber todas as gotas que tento à força reter para as viagens do dia.
Precisava que estivesses aqui e me apertasses a mão com força, me salvasses dos fantasmas e me mostrasses qualquer coisa diferente.
É Inverno, e a chuva não passa. Está frio. Os dias não chegam ao ponto de aquecer e não vale a pena praguejar mais. É Inverno é suposto estar frio. Como era suposto ficarmos os dois abraçados debaixo de uma manta qualquer até os cabelos ficarem alvoraçados pelas mãos do desejo que és.
Há coisas que não te contei como a vontade de te dar a mão e juntos, saltarmos para a vida seguinte.

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