quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Cortejo

À frente, na vida, seguem os heróis, como em banda desenhada, quadradinhos. Seguem os aventureiros, chapéu à Indiana Jones, sem medo dos animais ferozes que se escondem nas esquinas. Seguem os poetas, ilusionistas, a vida em magia, que lançam pozinhos de cores em espirais de ilusões que dão. Seguem os amantes, impulsionados pela força que move o impossível num desafio constante à vida.
À frente, as passagens do tempo que nos levam a levantar para uma qualquer direcção e seguir os heróis. Sonhar com um sítio onde não há tempestades, onde somos todos sempre melhores, maiores que nós próprios e mais uns deuses à mistura numa mortalidade digna de ser ver.
Nos sítios que percorremos deve estar a liberdade sussurra aos braços estendidos, à vontade e à força que aguenta os joelhos sem se dobrarem. Somos!
À frente, as passagens do tempo em que crescemos, mas nunca tanto que da parede do fim não haja a distância suficiente para podermos rir com os olhos molhados dos coelhos que vão saindo da cartola. Nunca tanto que a fome de ir já esteja saciada. Nunca tanto que do amor já só exista uma linha escrita.
Há vida à nossa frente. Há vida depois de nós.
O que vem depois que encerre o cortejo e feche a porta, porque nós vamos à frente.

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