De repente, um súbito interesse nas videiras. Uma planta curriqueira e já conhecida desde dos tempos em que Adão e Eva usaram as suas parras para esconder vergonhas.
Os seus frutos, de diversas espécies, fazem deleite das gulas encostadas de romanos depinicando bago a bago e cuspindo grainhas, para logo saciarem sedes no suco esprimido e fermentado, branco ou vermelho cor de sangue. Depois de velhas, comem-se em doze, o mesmo número dos desejos que se evocam ao primeiro minuto, mantendo tradições que acreditam de bom agoiro.
É planta de força, mérito reconhecido aos frutos, em contradição com a fragilidade do seu tronco retorcido, trepador, com ramos flexíveis e folhas recortadas em cinco lóbulos pontiagudos. De tão retorcido, ou de tão fléxivel, trepa por estacas e delas precisa para sustentação. Só quando apoiadas, encostadas em bengalas que atravessam o dia e a noite, chegam a Setembro para mostrar a sua força. Nos frutos. Uvas.
Estranhas plantas as videiras.
domingo, 30 de agosto de 2009
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