terça-feira, 22 de julho de 2008

Cena

" O carro para e ela sai a correr. Ele hesita um momento, mas depois corre atrás dela. Quando a apanha, agarra-a e diz "Mas eu gosto de ti". "Dizer não chega" diz ela, a voz trémula que deixa advinhar as lágrimas que já estão prontas. "Mas acredita que eu gosto de ti" diz ele outra vez, desta vez, também a voz dele treme.
"Não chega" diz ela e volta a correr. Desta vez entra no prédio e desaparece. Ele fica no mesmo lugar, braços caídos ao longo do corpo. Lentamente vai para o carro. Entra e fica um bocado. Sentado. Sozinho. Arranca e vai embora, provavelmente também da vida dela"
Apaguei o cigarro e subi. Foi só mais uma cena igual a tantas outras.

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