terça-feira, 29 de julho de 2008

Passou

"Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro (...)"

E assim, do cimo do que sou, quando não me permito ir abaixo, quando não me permito parar nem cair, sem reclamar abrigo.
Em frente, é para enfrentar e resolver. Assinar folhas que acompanham um discurso exaustivo onde a nossa vida passa a fazer parte de um dossier de actos.
Em frente caras que fizeram a minha vida. Só as caras, porque o resto já não é o mesmo. Isso custa. Não reconhecer quem acompanhou metade da minha vida, não reconhecer quem fez comigo vida.
Abrir as comportas e não parar. Um sentimento que escorre pela cara abaixo. Uma onda que invade e não se consegue explicar.
Ontem foi assim e chorei, muito, muito, sem parar. E não reclamei abrigo.
Ontem e já passou. Foi. Hoje já é o amanhã. Com um sorriso

1 comentário:

Anónimo disse...

Se voltares a sentir a onda que te leva para baixo, deixa-te ir. Às vezes, é melhor. Se voltares a abrir as comportas, não questiones a razão. Aceita-as. Em qualquer dos casos, por favor, não me prives de também ser abrigo. Não me deixes ser apenas alguém que procura. Não é preciso recordar os momentos em que te chamei, imersa numa dor gelada que ainda hoje me provoca um nó na garganta. Não é preciso recordar os dias em que não havia nada para dizer, e tu estavas lá. Permite-me ser também apoio, porto ou, simplesmente, ombro. Estou aqui.
S