Chegámos aqui. Ao ponto côncavo dos lugares comuns, porque iguais a tantos outros, ou estranhos por nunca cá termos estado, mas comuns. Chegámos aqui. Ao lugar onde as palavras são o que são, grandes mas vazias de acção, palavras que não são verbos. Chegámos aqui, ao ponto onde nada se faz. Ao ponto de onde se podia partir para qualquer coisa, para todas as ruelas do amor, avenidas largas ou caminhos de pedra, para todos os desvios da vida, em cruzamentos múltiplos de opções, mas onde o “Vou” não faz mexer os pés, que teimosamente se tornaram raízes.
Chegámos aqui onde nada mais vai acontecer do que aquilo que já é, porque a uns os passos se tolhem e não andam e a outros esta paragem faz ter vontade de correr para que venham, tal como um jogo da apanhada, ver por onde correm sem haver o ponto de descanso, olhando por cima do ombro para ver se alguém vem. Mas não vem.
Chegámos aqui e o caminho separa-se. O lado a lado em qualquer estrada passa a ser estradas paralelas, lado a lado, mas em passeios diferentes, para que se possa caminhar sempre em frente. Lado a lado, mas em passeios diferentes porque chegámos ao ponto em que não há verbos como correr (para ti).
terça-feira, 3 de março de 2009
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1 comentário:
E tudo o beijo levou? O continua tudo na mesma como a lesma? Ou outro texto que é só um texto?
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