quarta-feira, 11 de março de 2009

Ondas

Vieram como pequenas ondas verde, cheias de limos brilhantes. As recordações salgadas que troco por beijos doces, formato de bombons embrulhados em suaves pétalas de rosas vermelhas, trazidas na viagem a Paris, quando voltas para mim. Para me deitares na cama branca, manchada de vermelho em movimentos airosos de paixão e morangos. Cheiro de perfumes que ficam por baixo da pele e nos fazem rir, como ursinhos de peluches, com pequenos “amo-te” pendurados, escritos a cores e tatuados no cérebro.
Vieram como jardins cheios de flores, em que o sol queima as costas, quando de joelhos, enchemos a boca do mel que fazemos ao roçar as asas transparentes das fadas que acompanham a dança, numa qualquer mesa reservada para que o sabor se concentre num prato fundo para toda a fome que há no mundo.
Vieram, porque nunca saíram dos lábios que murmuram baixinho enquanto rodeiam o membro que se ergue ao calor, cobra enfeitiçada e dançante ao som ritmado do gemer que provocas.
Vieram porque nunca saíram dos cabelos que se entrelaçam em grandes cachecóis que se penduram no pescoço aberto ao peito e nos transforma num só boneco tricotado a quatro mãos.
Vieram porque as mãos se cruzam e percorrem todo o mapa de um corpo e depois outro e depois o mundo todo, num cego movimento que tudo abarca, porque nada há mais na galáxia.
Vieram como pequenas ondas que a maré fará recolher ao centro de tudo no oceano que somos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Precisas de um canhiteve?